domingo, 2 de agosto de 2015

8° Dia: Congonhas à Entre Rios de Minas

Como finalizamos o dia muito tarde no dia anterior, fomos jantar já era mais de 22h, começamos o dia de hoje um pouco mais tarde com o café da manhã às 7:30.

Após o café da manhã fomos iniciar nossa pedalada e tivemos um imprevisto já na porta do hotel, a bike de um dos integrantes furou o pneu e tivemos um pouco mais de atraso.

Chegamos á Basílica dos Profetas e fomos realizar o carimbo de nossos passaportes no Centro de Apoio ao Turista, o que nos consumiu um tempo relativamente grande para quem já estava atrasado. Em uma próxima etapa pensaremos em uma pessoa ir na frente para adiantar esse processo.

Carimbos realizados e fotos registradas, partimos rumo à Pequeri. Só que em uma cicloviagem não podemos pensar no destino final e sim nas pequenas etapas até o próximo desafio. Sendo assim, vamos passar em Alto Maranhão antes de Pequeri.

O trecho é relativamente fácil, por uma estrada calçada e que não nos exigiu muitos esforços. Algumas paradas são necessárias para registros de fotos e admiração das paisagens.
Até Pequeri não tivemos muitas dificuldades graças ao trajeto fácil, sem muito movimento de veículos e composto por muitas sombras.

Em Pequeri seguimos por um trecho dentro de uma fazenda que nos levou à uma trilha muito divertida e com alguns trechos que nos exigiu um pouco de técnica para realizar. Esse trecho foi muito proveitoso e divertido.

Quando achávamos que havia terminado o trajeto de trilha, fomos remetidos a passar em um pasto e por uma trilha. Esse trecho também foi divertido, mas como o sol estava muito forte, acabou sendo um pouco desgastante, nada de muita exigência, apenas a questão do calor forte.

O dia estava muito bonito, com muito sol e calor. Para nos refrescarmos e recompor um pouco das energias, paramos em uma padaria em São Brás do Suaçuí para um pequeno lanche e refresco.

Lanche realizado e fotos registrando a nossa passagem por essa pequena cidade, seguimos rumo à Entre Rios de Minas. O início do trajeto foi por asfalto, o que nos remete à ter mais atenção devido ao fluxo de veículos automotores em velocidade alta e a pista não tem acostamento.

O trajeto fica melhor após atravessarmos a porteira no marco 766 a pouco mais de 2 km do ponto de partida.

Passamos por diversas fazendas em estrada de chão batido e perfeito para a cicloviagem. Aproveitamos muito para tirar fotos, descansar nas descidas generosas e alguns trechos de mata alta que nos acolhia com suas sombras.
O sol estava cada vez mais forte, pois já passávamos do meio dia e o desgaste natural foi chegando. Não poderíamos desistir, pois já estávamos chegando.

Nesse trecho é bom ficar muito atento aos mata-burros que são muitos e alguns servem até de ponte. Essa característica ficou evidente para uma integrante do nosso grupo que é acometida por um medo de pontes com passagens estreitas. Mas nada que o grupo não a ajudasse a transpor o desafio e tentar vencer o medo.

Por fim, faltando pouco menos de 10 quilômetros, foi chegando aquele desejo de continuar a viagem e que aqueles 10 km demorassem muito para passar. Acho que o desejo foi tão forte que a pouco menos de 3 km da cidade, outro integrante do grupo teve o pneu furado e paramos para o ajuste necessário.

Continuamos a pedalar já pensando na próxima etapa que somente ocorrerá em 2016 e então chegamos ao nosso destino final dessa etapa.

A quarta etapa do projeto e primeira etapa do Caminho Velho consistiu pedalar os 44 km entre Congonhas e Entre Rios de Minas sob um dia que nos castigou com um sol muito forte e escaldante, mas nos recompensou com belas vistas, com caminhos fáceis e bonitos.

Nos despedimos de Entre Rios de Minas com direito a um banho e almoço. Após o almoço realizamos o carimbo nos passaportes e partimos rumo à BH na expectativa de um breve retorno para o início da Quinta Etapa do Projeto 100% Estrada Real e Segunda Etapa do Caminho Velho.


sábado, 1 de agosto de 2015

7° Dia: Ouro Preto à Congonhas

 Hoje começamos a quarta etapa do Projeto 100% Estrada Real e primeira Etapa do Caminho Velho. Iniciamos o dia em Ouro Preto de onde partimos rumo à Congonhas.

Nosso primeiro desafio foi subir pelo asfalto até o trevo que leva à São Bartolomeu. Nesse ponto encontramos uma montanha a ser escalada, doce ilusão achando que era apenas a parte de asfalto que seria subida.

Assim que escalamos o primeiro morro fomos surpreendidos por uma visão magnífica de onde era possível ver Ouro Preto, um pouco de Mariana e à distância uma cidade que julgamos ser Nova Lima. Passada a embriagues da visão continuamos nossa pedalada pelas montanhas de Minas que são Gerais, afinal o primeiro objetivo era Glaura passando por São Bartolomeu.

Uma decisão importante que tomamos foi não passar pela trilha que leva ao Chafariz de 1792, passamos pela estrada normal de carro que leva até São Bartolomeu. Ao chegar nesse povoado ficamos sabendo que nem de moto está possível passar pela trilha devido às erosões do tempo e chuvas.

Como estávamos em São Bartolomeu, resolvemos comer um bolinho de bacalhau acompanhado por uma pinga, daquelas que só a Estrada Real é capaz de oferecer.

Saindo de São Bartolomeu, avistamos a doceria Doces Edutijolo onde tivemos que parar por alguns minutos apreciando e comprando algumas amostras de doces. Lógico que jurávamos que os doces e pingas compradas seriam para os entes queridos que ficaram em BH.

Logo na saída tivemos uma dúvida por onde continuar na Estrada Real, "Antes da  Ponte ou Depois da Ponte?". Após alguns minutos e pesquisas resolvemos que o caminho correto seria antes da ponte virando à direita e assim fomos rumo à Glaura. Quando encontramos o Marco, apelidado de Marcão, ficamos felizes por estarmos corretos e não ter que voltar para pegarmos o caminho após a ponte.

Mais à frente, no marco 629, resolvemos enfrentar a trilha de 3 quilômetros dita de fácil acesso que de fácil não tem muita coisa, mas compensa pela beleza e desafio. Tivemos que fazer um trabalho de equipe muito gratificante para atravessar as bikes em uma pinguela, esse trabalho foi também muito divertido.

Ao chegar em Glaura ficamos admirados com o povoado que é muito pacato e cheio de histórias, mas tivemos que partir rápido uma vez que iríamos almoçar em Cachoeiro do Campo e um integrante do nossa equipe se perdeu, tomando o caminho após a ponte em São Bartolomeu e já estava chegando em Cachoeiro do Campo.

O trecho entre Glaura e Cachoeiro do Campo não merece muito destaque uma vez que é todo asfaltado, mas possui algumas paisagens muito bonitas.

Almoçamos em Cachoeiro do Campo e reagrupamos nossa equipe, dessa forma o pedal fica mais agradável e não nos preocupamos com ninguém que esteja desagrupado. Na saída de Cachoeiro do Campo rumo a Santo Antônio do Leite, fomos aplaudidos pelo Pinguim, um senhor que estava com amigos tomando pinga. Adivinhem o que aconteceu nesse momento? Acertou quem falou que paramos para tomar pinga com ele.

O Pinguim ficou tão agradecido e feliz de termos parados com ele que disse: "Esse foi um presente em minha vida, vocês me fizeram muito feliz hoje. A minha casa estará sempre aberta para vocês. Voltem sempre." Nos despedimos e fomos rumo à Santo Antônio do Leite.

Em Santo Antônio do Leite reabastecemos nossos reservatórios de água, hidratamos um pouco com isotônicos e água e seguimos rumo a Lobo Leite. Na saída da cidade conhecemos uma pequenina amiga que estava aprendendo a arte de pedalar. Brincamos um pouco com ela e seguimos nosso destino.

Esse trecho foi, psicologicamente, difícil uma vez que seria uma quilometragem longa entre as cidades, 37 km e o receio de ficarmos sem água era grande. A todo instante pensavam em chegar em Miguel Burnier para um descanso e refresco em algum estabelecimento comercial, mas a noite foi chegando, com ela o frio e a escuridão.

Pegamos nossas lanternas, nossos corta-ventos e demais agasalhos e continuamos nossa pedalada rumo à Lobo Leite.

O trecho entre Miguel Burnier e Lobo Leite é muito bonito, mas igualmente tenso. Os caminhões das mineradoras passam a todo instante ao lado do ciclista e com velocidade alta, levantando muita poeira que junto com a escuridão da noite nos fazia enxergar quase nada.

A beleza dessa região foi ainda mais abrilhantada com uma lua muito linda e grande que a noite nos proporcionou, às vezes até nos esquecíamos dos caminhões que passavam ao nosso lado.

Por fim chegamos em Lobo Leite com um misto de satisfação, alegria e cansaço, mas agora faltava pouco para chegarmos em Congonhas onde pousaríamos essa noite.

Os 7 km entre Lobo Leite e Congonhas começam com um desafio de subir uma montanha com inclinação forte que alinhada ao cansaço nos ameaçava a não conseguir. Resolvemos empurrar em alguns pontos para não sofrer nenhum desgaste maior.

Esse trajeto nos reservava ainda mais emoções, já que pedalar à noite em um local que não se conhece já é um bom atrativo. Alinhado à isso, tivemos uma surpresa de alguns marcos estarem escondidos e a planilha incompleta.

O marco 201 está escondido dentro de uma cerca de arrame em uma propriedade. Nesse ponto um integrante da nossa equipe passou direto ao invés de virar à esquerda. Outro membro da equipe foi atrás para buscar o integrante perdido.

Desse ponto em diante passamos a ir mais lentamente e parando em cada marco para acompanhar com a planilha, dado o receio que estávamos.

Mais à frente outro ponto de susto, onde está o marco 203? Escondido entre um espinheiro. Sustos recompostos seguimos rumo à Congonhas.

Chegando em Congonhas a planilha nos joga em uma rua que é contra-mão, mas optamos por fazer uma travessia diferente e então chegamos ao nosso destino final deste primeiro dia no Caminho Velho.

Foram ao todo 98,73 quilômetros percorridos entre Ouro Preto e Congonhas.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

O Dia anterior da 4ª Etapa

É chegada a data da nossa 4ª etapa da Estrada Real, já finalizamos o Caminho dos Diamantes e agora começaremos a 1ª Etapa do Caminho Velho.

Começaremos em Ouro Preto e o destino final da viagem será Paraty, mas nessa etapa iremos até Entre Rios de Minas pousando em Congonhas.

Vamos fazer o check-list para não deixarmos nada para traz:

  • Câmara reserva - 1 ou 2 - OK
  • Kit remendo - importante observar se tem cola na bisnaga - OK
  • Bomba de ar - OK
  • Jogo de chave allen - OK
  • Chave de corrente - OK
  • Óleo lubrificante - OK
  • Elo de corrente - powerlink ou pedaço de corrente - OK
  • Gancheira reserva - OK
  • Manchão
  • Lanternas traseira e dianteira - OK
  • Duas mudas completas de roupa de ciclistas - OK
  • Uma bermuda ou calça de tecido sintético - OK
  • Uma camiseta de manga longa ou curta - OK
  • Capa de chuva
  • Segunda pele - OK
  • Luvas - OK
  • Capacetes - OK
  • Óculos - OK
  • Sapatilhas de MTB - OK
  • Chinelo - OK
  • Estojo com itens de higiene (sabonete, escova e creme dental)
  • Filtro solar
  • Protetor labial
  • Papel higiênico (nunca se sabe quando será necessário)
  • Kit de primeiros socorros básicos (ataduras, gases, curativos, esparadrapos)
  • Luvas cirúrgicas
  • Máquina fotográfica - OK
  • Passaportes - OK
E claro para não ficarmos perdidos:
  • Wikiloc com o trajeto - OK
  • Garmin com o trajeto - OK
  • Planilhas do trajeto - OK

terça-feira, 14 de julho de 2015

Planejamento da 4ª Etapa

Já que finalizamos o Caminho dos Diamantes, vamos agora planeja o início do Caminho Venho. Esse será inciado agora em 2015 e finalizado em 2016 por diversos motivos. O bom que teremos tempo para treinarmos e fazemos bastante tranquilos as demais etapas do Caminho Velho.

Uma coisa que devemos colocar como critério nessas próximas etapas é o horário de saída das pousadas, uma vez que agora estamos nos afastando de BH e isso pode ser um diferencial enorme para o horário de chegada em BH e trabalho no dia posterior.

Vamos ficar mais criteriosos quando à isso.

O nosso primeiro dia será composto por 87 km percorridos entre Outro Preto e Congonhas, passando por Glaura, Santo Antônio do Leite e Lobo Leite.

O segundo dia será composto por 42 km percorridos entre Congonhas e Entre Rios de Minas, passando por Pequeri, São Brás do Suaçuí.

Trecho entre Ouro Preto, São Bartolomeu e Glaura

Esse será o primeiro trecho do dia em que sairemos de Ouro Preto e seguiremos rumo à Glaura, um dos mais antigos distritos de Ouro Preto.

O trecho conta com um marco histórico de difícil acesso que evitaremos para não termos problemas com quedas e afins.

A primeira parte desse trecho termina em São Bartolomeu onde teremos como atrativo o Rio das Velhas que atravessa o centro histórico, a Igreja Matriz de São Bartolomeu e o famoso doce de goiaba.

Entre São Bartolomeu e Glaura teremos um trecho de 3 km de trilha de fácil acesso e com destaque para a bala paisagem natural.

Trecho entre Glaura, Cachoeiro do Campo e Santo Antônio do Leite

A primeira parte do trecho é realizado por asfalto, o que nos remete a ter mais atenção para evitarmos acidentes. Após os 7 quilômetros iniciais chegaremos em Cachoeiro do Campo que é um antigo centro de abastecimento da região de mineração de ouro e para a fabricação de acessórios para as
montarias dos tropeiros.

De Cachoeiro do Campo a Santo Antônio do Leite, os 6 km iniciais são percorridos no asfalto e a partir do marco 648, aparecem os paralelipípedos.

Por fim chegaremos em Santo Antônio do Leite que era considerado um povoado integrante de Cachoeiro do Campo.

Trecho entre Santo Antônio do Leite, Miguel Burnier e Lobo Leite

O terceiro trecho do primeiro dia será realizado entre Santo Antônio do Leite e Lobo Leite. Serão 37 km em estrada de chão em ótimo estado, durante parte desse trajeto teremos um intenso tráfego de caminhões e por isso a atenção deverá ser redobrada após o marco 689.

Teremos uma mata atlântica fechada entre Santo Antônio do Leite e Miguel Burnier, nesse trajeto seremos acompanhados por um rio durante boa parte do trajeto.

Passaremos por um grande lago construído pela Gerdau Açominas que nos acompanhará por boa parte do trajeto com vegetação de campo e cerrado.

Por fim chegaremos em Lobo Leite que é um povoado criado em decorrência das atividades de exploração do ouro e que tem como atrativo a igreja Matriz.


Trecho entre Lobo Leite e Congonhas

Nosso último trecho é realizado por uma estrada de terra com pouco trânsito de veículos e em bom estado de conservação.

Nessa cidade faremos o nosso descanso maior, ou seja, vamos passar a noite para continuar o trajeto no dia posterior.

A cidade é mais uma das cidades históricas de Minas Gerais e famosa pelas obras do artista barro mineiro Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como  Aleijadinho.


Trecho entre Congonhas, Alto Maranhão e Pequeri

No domingo, às 07:30 sem atrasos, começaremos nossa pedalada rumo à Entre Rios de Minas. Porém no primeiro trecho do dia iremos até Pequeri, passando por Alto Maranhão.

O trecho é predominantemente de estrada plana e larga, com a maior parte do trecho em excelente estado de conservação e com pouco movimento de carros.

Passaremos por algumas matas fechadas e teremos como companhia a serra do Gambá com seus 1,274 m de altitude.

Em Alto Maranhão veremos as ruínas de uma antiga cadeia pública e com mais 6 km percorridos chegaremos ao distrito de Pequeri.

Trecho entre Pequeri e São Brás do Suaçuí

Nosso segundo trecho do dia começará dentro de uma fazenda de livre acesso e será composto por 9 km, dos quais os 2 primeiros quilômetros são feitos por uma trilha e em seguida por dentro de um
pasto.

O trecho terminará em São Brás do Suaçuí que encontraremos construções do século XVIII. A cidade possui como atrativo a cachoeira em forma de escorregador que fica na Pedreira Oswaldo Marque Gontijo.

Trecho entre São Brás do Suaçuí e Entre Rios de Minas

O último trecho do dia é feito por asfalto até a empresa MRS. Depois dela a estrada é de terra batida com grande fluxo de carros da minerador, portanto será um trecho de grande atenção.

A partir do marco 768 passaremos a ter descidas longas e fáceis descidas com muito cascalho. O percurso é composto por algumas fazendas antigas do período colonial e mutias plantações de milho.

A estrada está em bom estado de conservação e é composta por muitos mata-burros, atenção é solicitado uma vez que podemos encontrar alguns mata-burros com os ferros em transversal. Ainda teremos a presença da serra do Gambá.

O trecho terminará em Entre Rios de Minas após percorrermos 20 quilômetros pelo mar de Minas Gerais.

Pontos de Carimbo dessa Quarta Etapa

Em Ouro Preto nós já realizamos o carimbo e algumas pessoas pegaram seus certificados, por falta de certificado nessa cidade os demais pegarão em Paraty.

Dessa forma, nessa etapa teremos apenas 2 carimbos sendo em Congonhas e Entre Rios de Minas.

Em Congonhas, faremos o carimbo no Centro de Apoio ao Turista situado à Avenida Júlia Kubistchek, 2.039 antiga Itaminas (Perto da Rodoviária) ou Praça Basílica, 17.

A primeira fica aberta todos os dias de 7 às 18 horas e a segunda todos os dias de 8 às 17 horas.

Em Entre Rios de Minas, faremos o carimbo na pousada das Pedras situada à Rua Loga Dourada, 244 - Centro.

sábado, 11 de julho de 2015

Caminho dos Diamantes - 2015

  Eis que chega ao fim o primeiro dos três trajetos que faremos no Desafio 100% Estrada Real. Isso mesmo, começamos nossa trajetória em 09 e 10/05/2015 com a primeira etapa, depois fizemos a segunda etapa em 13 e 14 de Junho de 2015 e por fim chegamos ao término desse primeiro desafio no final de semana de 04 e 05/07/2015.

A primeira etapa, 09 e 10/05/2015, foi iniciada em Diamantina onde pegamos os nossos passaportes e junto com eles a incerteza e frio na barriga de se começar um desafio. Mas a motivação era grande, assim como o desejo de conhecer essas terras mineiras ricas em histórias e beleza.

Saímos de Diamantina rumo à São Gonçalo do Rio das Pedras, quanta beleza nos foi preparada nesse dia. Um dia que por sinal se manteve com temperaturas amenas e sem a ocorrência de um sol forte para minar nossas energias.

Antes, porém, de chegarmos em São Gonçalo do Rio das Pedras, conhecemos o desafio de Vau que fora recompensado por paisagens pra lá de bonitas. Chegando em São Gonçalo do Rio das Pedras, conhecemos o Diego filho do Sr. Ademil que pessoa simpática e quanta alegria em nos receber e servir um lanche para continuarmos nossa pedalada. Antes de partir, registramos nossa passagem com carimbo em nossos passaportes e fotos para um dia deixarmos com o Sr. Ademil.

No trajeto entre São Gonçalo do Rio das Pedras e Serro tivemos a grata alegria de conhecer o povoado de Milho Verde. Durante todo o trajeto a serra do Espinhaço era nossa companheira e não nos deixou nunca esquecer que estamos no mar de montanhas de Minas Gerais. Fizemos uma pequena parada na Pousada Mariana para descanso, repor as energias e água além de carimbar nossos passaportes.

Descanso realizado, agora é hora de partirmos rumo ao Serro, onde pernoitamos e aproveitamos um pouco da noite da cidade. Após o banho foi a hora de jantarmos aquela comida tipicamente mineira, com o tempero do interior de Minas e muito gostosa.

Como passar pelo Serro e não comprar um queijo? Devidamente carimbados fomos rumo a Alvorada de Minas, entretanto um erro nos fez perder a passagem por essa cidade, infelizmente. Mas após entendermos o erro que cometemos, fomos rumo a Itapanhoacanga. Eita nome difícil de falar sem ser silabicamente!

Em Itapanhoacanga pegamos mexerica direto do pé, nos refrescamos um pouco, descansamos e partimos para Santo Antônio do Norte (Tapera).

Ah Tapera como me esquecer de você? Que montanha gigante você me fez subir, mas compensada com uma vista pra lá de paradisíaca. Você realmente exige um preço que a princípio parece ser alto para te conhecer, mas que aos poucos vemos que somos apenas preparados para ao chegar no alto da montanha, nos depararmos com a vista que talvez seja uma das mais lindas desse primeiro desafio.

Em Tapera ao procurar o local para carimbar nossos passaportes, como já havia passado das 15h, pensamos que não conseguiríamos um almoço. Ledo engano. Na Pousada Semião conseguimos um almoço típico da culinária mineira, feita em fogão à lenha e com muita fartura. Deu tempo até para um pequeno cochilo enquanto o almoço ficava pronto.

Tapera ainda nos preparava uma surpresa, a água mineral/potável gratuitamente disponibilizada no largo da Igreja de Santo Antônio.

Recomposições realizadas, seguimos rumo a Conceição do Mato Dentro. Já estávamos cansados e a noite foi chegando e com ela o frio, mas não poderíamos parar uma vez que o objetivo ainda estava longe.

Antes de chegarmos à Conceição do Mato Dentro, passamos pelo pequeno e agradável povoado de Córregos. Mais um tempo para ouvir histórias dos moradores locais, refrescarmos e descansarmos um pouco além, é claro, de tirarmos algumas fotos.

Fomos pedalar um pouco mais, afinal Conceição do Mato Dentro é logo ali. Sim é perto, mas o cansaço já tomava conta de todos nós.

Aos poucos os casarões e as igrejas do povoado foram ficando distantes e a vontade de chegar em Conceição do Mato Dentro aumentava, assim com aumentavam as dores e o cansaço. Por fim, chegamos pouco antes das 20h e ao pararmos na pousada do Lago não conseguimos realizar o carimbo que finalizaria com chave de ouro nossa primeira etapa.

Hora de colocar as bikes na Van e regressarmos para BH, cansados, mas com o sentimento de dever cumprido e na expectativa da segunda etapa.

A segunda etapa foi realizada nos dias 13 e 14 de Junho de 2015. Saímos de BH por volta das 2:30 da manhã rumo à Conceição do Mato Dentro, onde começamos a pedalar rumo a Morro do Pilar.

O bom desse desafio é que cada cidade "conquistada" é uma vitória à parte e uma história a mais na nossa coleção.

Entre Conceição do Mato Dentro e Morro do Pilar encontramos com vários grupos à cavalo indo para uma festa em Conceição do Mato Dentro. Cavalgada, segundo aqueles com os quais paramos  e conversamos pelo caminho.

Em uma dessas paradas conhecemos o Sr. Geraldo que nos contou a sua história e disse estar ali para vender bebidas e comidas para o cavaleiros e amazonas que se dirigiam para a Cavalgada em Conceição do Mato Dentro.

À certa altura da conversa o sr. Geraldo nos serviu algumas doses de pinga, para poder dar forças nas subidas que ainda teríamos pela frente. Como somos bem educados não fizemos desfeitas para com o sr. Geraldo.

A conversa estava boa, mas não podíamos ficar mais, uma vez que até chegarmos em Itambé do Mato Dentro ainda tinha muita pedalada a ser realizada.

Partimos rumo à Morro do Pilar, afinal cicloviagem é realizada de pouco à pouco. Foram muitas subidas e escaladas até chegarmos em Morro do Pilar, onde fizemos um aparada para o almoço e um breve descanso.

Quando pensávamos que o trajeto seria mais fácil fomos surpreendidos  por muito mais morros e escaladas. O sol nos castigava, o cansaço já chegava e entre uma montanha e outra começaram a surgir bancos de areia para dificultar ainda mais a nossa pedalada.

Ao menor das esperas eis que surge a noite e que noite linda com a qual formos brindados. Não resistimos, tivemos que parar em um determinado local e desligar todas as luzes que se encontravam conosco. O iluminar das estrelas era um espetáculo à parte e como a noite estava sem lua, as estrelas estavam majestosamente reinando no firmamento.

Assim que o encanto passou e a lucidez voltou, continuamos a pedalar. Afinal de contas não poderíamos passar a noite ali, apesar da vontade ser grande e gritante.

Aos poucos fomos avistando as luzes da pequena e aconchegante Itambé do Mato Dentro. Quanto mais perto, mais o cansaço nos assolava e a vontade de chegar crescia. Algumas pernas já não respondiam ao controle do corpo, mas a vontade e desejo de superação falaram muito alto e chegamos em Itambé do Mato Dentro às 19:48.

No dia seguinte ao acordar fomos recebidos por mais uma surpresa da natureza, as montanhas e parte das casas da cidade estavam escondidas por uma neblina baixa e fria, tão fria que a vontade era de ficarmos cobertos e tomando café até não aguentarmos mais. Mas nós viemos aqui para pedalar e Ipoema nos esperava.

Partimos após o café, pedalando com dificuldade devido ao frio que fazia as juntas do corpo doerem. Mas a estrada real é sempre cheia de surpresas e de cara ao conseguimos ver por sobre a neblina nos deparamos com uma montanha para subir e dessa forma o corpo aqueceu.

Fizemos uma breve parada para retirada dos agasalhos que se tornaram supérfluos e continuamos a pedalar rumo à Ipoema, entretanto antes de Ipoema tem a singela Senhora do Carmo.

As belezas que a natureza nos reservou nesse caminho eram tremendas e a vontade de ficar apenas registrando em fotografias era maior que o desejo de chegar em Ipoema. O caminho ora asfaltado ora terra é um encanto e a vegetação, bem como o mar de Minas (Mar de Montanhas) nos enxiam os olhos e ludibriavam a alma. Como é bom respirar esse ar puro das montanhas!

Chegamos em Senhora do Carmo, fizemos uma pausa para descanso, um breve lanche e reagruparmos os ciclistas.

Assim que todos chegaram e se refrescaram, partimos e já de cara nos deparamos com uma montanha a ser escalada. Nesse momento voltam várias brincadeiras entre os ciclistas e muitas vezes a vontade de parar para rir é quase insuportável e não nos deixa pedalar para subir as montanhas.

Em vários locais realizávamos paradas estratégicas para retirada de fotografias e descansar. Nesse trajeto, podemos afirmar que várias fotos foram tiradas e vários momentos de descansos e realinhamento foram realizados.

O mar de montanhas de Minas Gerais ficava mais evidente e bonito a cada curva da Estrada Real, a vontade de continuar aumentava e junto com essa vontade, aumentava também o desejo de conhecer mais essa parte da história de Minas e do Brasil que por muitos já foi esquecida.

Ao chegarmos em Ipoema, fomos fazer um breve descanso e em seguida aproveitamos para almoçar. Como ainda tínhamos tempo, fomos conhecer o Museu do Tropeiro.

O Museu do Tropeiro é uma capítulo à parte da Estrada Real, quanta história naquele local? Quantas ferramentas e utensílios para serem vistos e conhecidos? Vestimentas, agasalhos, etc. tudo muito rústico e que tiveram suas funções e objetivos naquela época.

No museu do Tropeiro conhecemos a Marli, uma pessoa muito simpática, carismática e que demonstrou maior prazer em nos mostrar toda a história contida naquele lugar magnífico. Eu relatei à ela que meu avó paterno era tropeiro de porcos e ela fez questão de me mostrar uma parte do museu dedicada à esse tipo de atividade.

Por mim eu ficaria horas e horas naquele local, lendo e ouvindo histórias e conhecendo um pouco mais da história desse estado que eu tive a benção de nascer. O orgulho de ser mineiro é resgatado a cada pedaço da nossa história que foi e é resgatado por essas cidades, vilas, povoados e lugarejos pelos quais passamos.

Hora de partir, pois ainda temos 13 quilômetros até Bom Jesus do Amparo. Sim, são 13 quilômetros de asfalto, mas as pernas já estavam doloridas e o desgaste físico te faz pensar em desistir.

O sol foi ficando mais brando, as sombras foram aumentando e o desejo de chegar também. Pedalar se tornava um pouco mais difícil, mas o desejo de conseguir era grande e por fim chegamos.

Paramos próximo à prefeitura municipal e à igreja pequena, singela e muito simpática. Não há como deixar de entrar e fazer uma oração em agradecimento àqueles dois dias de esforços e recompensas entre Conceição do Mato Dentro e Bom Jesus do Amparo.

Em Bom Jesus conhecemos o guia local, Fernando Gonçalves, que se tornou um amigo particular. Ele nos contou muito sobre a estrada real, sobre sua cidade e muitas outras cidades que já passamos e que ainda passaremos. A alegria nos olhos do Fernando era algo comovente, a alegria dele em ver que estávamos ali que havíamos conseguido finalizar esse objetivo.

A ansiedade pela terceira etapa já começara enquanto guardávamos as bikes na van e esperávamos para partirmos rumo à BH.

A terceira e última etapa do Caminho dos Diamantes começou no dia 04 e finalizou no dia 05 de Julho de 2015.

Partimos de Bom Jesus do Amparo em direção à Cocais, foram 25 quilômetros realizados por meio a uma floresta de eucaliptos que nos proporcionou bons momentos de sombra. Esse trajeto foi realizado de forma relativamente fácil, em um dia cujo o sol demorou a apontar. Boa parte do trajeto fizemos com cerração baixa.

Paramos na pousada e restaurante Vila Cocais para realizar o carimbo nos passaportes e formos muito bem recebidos pelo pessoal da pousada que nos deixou muito à vontade mesmo para um pequeno descanso.

Após um tempo para verificação das planilhas e decidirmos para onde iríamos, tomamos rumo à Barão de Cocais, agora já com o sol mais forte e brilhante no firmamento.

No trajeto rumo à Barão de Cocais continuamos passando por florestas de eucaliptos e o cheiro de pureza era algo que tomava conta do ar, fazia com que sentíssemos vontade de estar ali por muito e muito tempo.

Aos poucos fomos nos aproximando de Barão de Cocais, onde almoçamos e após um breve descanso partimos rumo à Santa Bárbara.

Ao chegarmos em Santa Bárbara formos recepcionados pelo poeta local Viko Gomide, mais um dos personagens da Estrada Real que ficará em nossas lembranças. Ele fez questão de recitar alguns de seus poemas e nos ofereceu vinho de jaboticaba.

Ficamos um tempo conversando com o poeta, rimos e nos divertimos muito com suas histórias e estórias. Após um curto tempo para apreciarmos suas obras, pegamos o caminho rumo à Catas Altas.

No caminho entre Santa Bárbara e Catas Altas não há como não ficar admirado com a imponência da Serra do Caraça que vai se agigantando à nossa frente enquanto avançávamos na trilha que passamos por um pasto.

A Serra do Caraça vai ficando cada vez mais gigante à nossa frente e nos chama tanto a atenção que é fácil se descuidar da trilha e ir ao chão, o que aconteceu com um de nossos companheiros (sem danos).

Após o povoado de Cubas e quase chegando em Catas Altas, nos deparamos com o Bicame de Pedra que é a ruína de um aqueduto que abastecia de água as fazendas da região.

A noite foi chegando e com ela fomos pedalando um pouco mais forte para chegarmos em Catas Altas, onde pousaríamos essa noite para chegarmos em Ouro Preto no dia seguinte.


Chegamos à matriz de Catas Altas e fomos até o La Viola realizar o carimbo nos passaportes, para então irmos para a Pousada Casa de Pietá onde fomos recepcionados com muito carinho pelo Sidnei e Edyanne.

Após tomarmos banho, fomos para o jantar com direito a churrasco e vinho. Ficamos conversando durante algum tempo, até que o sono não nos permitisse mais. Fomos dormir para aguentarmos mais um dia de pedalada para, assim, chegarmos em Ouro Preto e finalizarmos o Caminho dos Diamantes.

Nosso último dia pelo Caminho dos Diamantes começou com um café da manhã reforçado e temperatura muito fria.

Começamos a pedalar sentido à Santa Rita Durão, mas antes passamos pelo povoado de Morro das Águas Quentes. Como foi impressionante ver as várias facetas que a Serra do Caraça nos apresentava curva após curva daquele trajeto curto e muito atrativo.

Ao passarmos pelo povoado de Morro das Águas Quentes vários morados nos cumprimentavam e nos convidavam para um café, mas o dia estava apenas começando e tínhamos que otimizar nosso tempo, uma vez que nos atrasamos na saída.

Após o povoado, há uma subida de montanhas em que a Serra do Caraça nos acompanhava majestosa e muito gigante.

Saindo do asfalto pegamos novamente a estrada de terra que nos levou até Santa Rita Durão, local onde tiramos os agasalhos, fizemos um breve lanche e partimos rumo à Camargos. Como é bom ver os olhos curiosos e amigos dos moradores dessas cidades! Vai saber o que se passa na cabeça deles. Na verdade devem pensar: "Que turma de doidos!" ou quem sabe "Que falta de serviço!". Mas são sempre muito simpáticos.

Os trechos sombreados por árvores grandes, estilo floresta foi um atrativo à parte no caminho entre Santa Rita Durão e Camargos. Durante vários quilômetros pedalamos por trechos cobertos por árvores que nos refrescavam com suas sombras e até mesmo nos fazia sentir um pouco de frio.

Chegando ao povoado de Bento Rodrigues, fizemos uma parada forçada para consertar uma bicicleta com problemas mecânicos e então partimos novamente.

Registros de fotos feitas na pequena Bento Rodrigues e,então, foi dada a partida até Camargos. Mais algumas subidas, descidas e florestas chegamos ao pacato povoado.

Resolvemos que seria melhor almoçar nesse povoado, dado os atrasos que tivemos. E que decisão acertada essa! O almoço estava realmente muito gostoso, com um tempero digno do interior de Minas Gerais e para acompanhar não poderia faltar a nossa velha companheira "a pinga". Essa foi forte e desceu queimando, mas abriu o apetite que foi uma beleza.

Após o almoço, fizemos um breve repouso e partimos rumo à primeira capital do estado de Minas Gerais, a cidade de Mariana e seus encantos.

Na saída de Camargos, para não falhar à regra, mais subidas. Dessa vez foram 10 quilômetros entre subidas e descidas leves, mais subidas que descidas. Mas como é bom ver aquele mar de montanhas de Minas Gerais! Como nosso estado é bonito e quantos lugares ainda tenho a visitar! Cada quilômetro eu sentia mais gosto pelo esporte que me leva a conhecer locais sensacionais e bonitos como esses que passamos no Caminho dos Diamantes.

É estranha a sensação que vai dando ao chegar próximo ao nosso destino, ocorre um misto de euforia, alegria e melancolia. Essa por estar terminando o trajeto planejado, mas com a certeza de que em breve retornaremos.

Chegamos em Mariana e já preparamos a subida até Ouro Preto, antiga Vila Rica. Essas cidades dispensam comentários e são duas das cidades mais conhecidas de Minas Gerais. Elas têm o mérito não por acaso, são realmente cheias de histórias que são vividas e presenciadas à cada minuto que se passa por elas.

Nessa subida de Mariana para Ouro Preto ocorreu o gesto mais humano e solidário que fortaleceu ainda mais minha paixão pelo Mountain bike. Um de nossos amigos estava esgotado fisicamente, então pegamos uma corda e amarramos em duas outra bicicletas para que ele pudesse ser rebocado até o nosso destino final.

A noite chegava e com ela o cansaço e a preocupação com nosso amigo era grande, pois mesmo sendo puxado por dois outros, ele ainda pedalava e já estava muito desgastado fisicamente.

Fizemos algumas paradas estratégicas para descanso, alimentação e hidratação para conseguirmos chegar com segurança e sem nenhum outro incidente.

Aos poucos Ouro Preto foi chegando e nos brindando os olhos com seus casarões, igrejas, museus e todos os demais encantos que essa bela cidade sempre oferece à todos os seus visitantes.

Por fim chegamos à Ouro Preto e com ela finalizamos o nosso primeiro Caminho do Desafio 100% Estrada Real.

Caminho dos Diamantes, esse não foi e não será nosso último contato. Vamos ainda nos encontrar e reviver algumas histórias como também criarmos outras.

Parabéns à todos os meus amigos que estiveram comigo nessa jornada.

Parabéns à equipe do Instituto Estrada Real pelo profissionalismo e preocupação com os viajantes.

Obrigado à todos que de alguma forma participaram desses momentos mágicos que vivemos.

Obrigado aos apoiadores, familiares e principalmente obrigado Jordana pela força, dedicação e amor de sempre.

Belo Horizonte, 10 de Julho de 2015 

domingo, 5 de julho de 2015

6° Dia: Chegamos em Ouro Preto

O dia começou com um café da manhã farto e muitas expectativas, pois afinal iríamos fechar o primeiro dos 3 caminhos a serem seguidos até finalizarmos o Desafio 100% Estrada Real.

Café tomado e malas guardadas na Van que iria nos esperar em Ouro Preto, partimos rumo à Santa Rita Durão, antes passando pelo povoado de Morro das Águas Quentes e enfrentar a primeira subida do dia.

Logo após o pequeno povoado pegamos uma subida de mais de 4 quilômetros, esse trecho é asfaltado e requer atenção, pois o movimento é grande e não há acostamentos. Ao término dessa subida, pegamos novamente a parte de terra sentido a Santa Rita Durão.

Em Santa Rita, fizemos uma pequena pausa para lanches e proteger os pertences, pois o tempo prometia uma chuva pelo caminho. Chuva essa que nos ameaçava a cada instante, porém não veio.

Antes do povoado de Bento Rodrigues, tivemos nosso primeiro problema mecânico. Resolvido o problema e quando fomos começar a pedalar novamente, tivemos outra surpresa. Essa tomou um pouco mais de tempo. Devemos ter perdido em torno de 1:30 para arrumar as duas bikes.

Passamos mais rápido pelo povoado de Bento Rodrigues rumo à Camargos, onde almoçamos e recuperamos as energias para seguir rumo à Mariana e por fim Ouro Preto.

O almoço em Camargos está muito bom, pena não poder comer o quanto que queria. Recompostos começamos as subidas até Mariana. Na Estrada Real temos que aprender a descansar nas retas e nas descidas, pois o predomínio são de subidas. Pegamos um trecho de 18 quilômetros até Mariana, dos quais 10 foram de subidas.

Nesse ponto as pernas já começam a doer, começa a faltar forças para continuar e as vezes o sentimento de desistir é muito grande, contudo o grupo unido não deixa que as pessoas se percam pelo caminho.

Ao chegarmos em Mariana realizamos o carimbo do nosso passaporte e seguimos rumo à Ouro Preto. A ansiedade falava mais alto a cada pedalada e agora foi o momento mais bonito e que justifica o amor por esse esporte. Um de nossos amigos já não aguentava mais pedalar e sentia muitas dores. Paramos então ainda em Mariana e amarramos uma corda em duas bikes, de ciclistas que ainda tinham um fôleto, e esses dois ciclistas subiram os 12 quilômetros entre Mariana e Ouro Preto, dos quais 11 são de subidas, puxando o ciclista que não tinha mais forças.

A superação e o sentimento de vitória na chega à Ouro Preto foi algo que nos motivou ainda mais a continuar esse percurso até completarmos o projeto 100%.

Uma parte já está concluída. Caminho dos Diamantes você faz parte da nossa história.





5° Dia: Bom Jesus do Amparo à Catas Altas

Para essa que é a terceira etapa nos encontramos no bairro Silveira as 3:30 do dia 04/07 para mais um final de semana pelos mares de Minas Gerais, mares de montanhas.

Nesse dia começamos a pedalar por Bom Jesus do Amparo rumo à Cocais, foram pouco mais de 25 quilômetros de pedalada por um dia com cerração baixa e como disse nosso amigo Fernando Gonçalves, guia de Bom Jesus do Amparo: "Cerração baixa, sol que racha". Dito e feito, após Cocais o sol deu uma aparecido nos mostrando a importância de sombras e protetor solar.

Após mais 14 quilômetros de pedaladas, dos quais 8 são de subidas, e paisagens bonitas chegamos
em Barão de Cocais onde almoçamos e descansamos um pouco, pois ainda teríamos que passar em Santa Bárbara e chegar por fim em Catas Altas.

Em Santa Bárbara tivemos a oportunidade de conhecer o poeta local que nos serviu um pouco de vinho e recitou algumas de suas poesias. O poema que ficou mais na memória da turma foi o Guilhotina da Alma.

Ainda faltavam pouco mais de 20 quilômetros até chegarmos ao nosso ponto de repouso, ou seja, chegar em Catas Altas.

Mais pedaladas, mais paisagens bonitas e chegamos ao Bicame de Pedra que é uma ruína de um aqueduto construído pelos escravos em 1792, de 4 metros de altura, onde suas pedras foram postas sob pressão, sem qualquer tipo de concreto e que servia para abastecer de água as fazendas da região.

A noite foi caindo e precisávamos colocar nossos agasalhos e as lanternas nas bikes. Agora faltava pouco, menos de 8 km. Por fim chegamos em Catas Altas, onde carimbamos nossos passaportes e fomos para a pousada Casa de Pietá, onde foi nos servido um jantar e um churrasco.

Fizemos uma noite de vinhos e diversão, mas tínhamos outro dia para percorrer pelas estradas de Minas Gerais até Ouro Preto, nosso destino final dessa etapa.

Após conversarmos, bebermos vinho, jantarmos chegou a hora de dormir e recompor as energias.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

O Dia que Antecede a Cicloviagem


É impressionante como que todo dia anterior à ciclo viagem eu fico agitado. Parece que não vou dar conta de fazer as coisas que preciso fazer que deixei tudo para a última hora, só que não é bem assim e no final está tudo tranquilo.

Hoje eu acordei com aquele desejo louco de começar mais uma etapa da Estrada Real e essa etapa tem um sabor um tanto quanto especial, afinal dos 3 caminhos que percorreremos 1 chegará ao fim. Isso mesmo, o Caminho dos Diamantes já fará parte da nossa história.

No Caminho dos Diamantes conhecemos, até então, muitas cidades, vilarejos e histórias de populares. Cada pedacinho de Minas Gerais que passamos vai deixar saudades e como foi válida essa primeira experiência.

Conhecemos pessoas e cidades que ficaram marcadas na nossa história. Como é bom conhecer pessoas humildes e que esperam apenas o bem para outras pessoas e do mundo que vive.

Aqueles olhares felizes por nossa passagem, por um tempinho de atenção dispensada de nossa parte para a pessoa que nos dirige o olhar. Os cafés, pingas, bolos e doces ofertados com carinho, ternura e por que não a amizade de pessoas que acabamos de conhecer.

As lembranças que ficam são motivações para começar uma nova etapa, uma nova empreitada. Empreitada essa que será realizada nesse próximo final de semana, isso mesmo no primeiro final de semana de julho de 2015.

As expectativas de paisagens, de novas histórias, de momentos ímpares. Ah e quanto às subidas? Como elas serão? Caminhos, entroncamentos, asfalto, areia, enfim, que venha a próxima etapa da Estrada Real.

Já sei que essa também deixará sua marca, portanto agora é hora de check-list final:
  • Câmara reserva - 1 ou 2 - OK
  • Kit remendo - importante observar se tem cola na bisnaga - OK
  • Bomba de ar - OK
  • Jogo de chave allen - OK
  • Chave de corrente - OK
  • Óleo lubrificante - OK
  • Elo de corrente - powerlink ou pedaço de corrente - OK
  • Gancheira reserva - OK
  • Manchão
  • Lanternas traseira e dianteira - OK
  • Duas mudas completas de roupa de ciclistas - OK
  • Uma bermuda ou calça de tecido sintético - OK
  • Uma camiseta de manga longa ou curta - OK
  • Capa de chuva
  • Segunda pele - OK
  • Luvas - OK
  • Capacetes - OK
  • Óculos - OK
  • Sapatilhas de MTB - OK
  • Chinelo - OK
  • Estojo com itens de higiene (sabonete, escova e creme dental)
  • Filtro solar
  • Protetor labial
  • Papel higiênico (nunca se sabe quando será necessário)
  • Kit de primeiros socorros básicos (ataduras, gases, curativos, esparadrapos)
  • Luvas cirúrgicas
  • Máquina fotográfica - OK
E claro para não ficarmos perdidos:
  • Wikiloc com o trajeto - OK
  • Garmin com o trajeto - OK
  • Planilhas do trajeto - OK

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Planejamento da 3ª Etapa

Com o término dessa segunda etapa que, com toda certeza, finalizou com um desejo que quero um pouco mais, chegou a hora de começarmos a pensar na 3ª etapa.

Etapa essa que sairemos da agradável Bom Jesus do Amparo e passaremos por Cocais, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Catas Altas, Santa Rita Durão, Bento Rodrigues, Camargos, Mariana e Ouro Preto.

O desejo de já começar essa etapa fala alto, porém temos que esperar o dia agendado para cumprir com esses 137 quilômetros de pedalas pelas lindas montanhas de Minas Gerais.

Nesse momento as planilhas e documentos da Estrada Real já começam a serem baixados e arquivos no diretório específico para essa etapa.

Uma das situações que assustam a princípio é a descrição da altimetria com o que realmente encontraremos. Olhando pela documentação disponibilizada, parece que não teremos que enfrentar grandes desafios (ao menos é o que nos parece). Mas qual seria o brilho do Montain Bike se não as montanhas?

Trecho entre Bom Jesus do Amparo e Cocais

Essa será o início da nossa pedalada nesse dia e seremos presenteados por um trecho relativamente plano.

Dos 25 KM desse trecho, teremos 7 km de asfalto e os demais por terra com cascalho e algumas valas, cuja boa parte do terremo é plano.

Percorremos por um caminho com mesclagem de plantação de café e florestas de eucalipto que nos acompanharão até Cocais.

Segundo informações esse trajeto a utilização das planilhas é de suma importância, pois é fácil de se perder uma vez que várias estradas são abertas nas plantações de eucalipto.

Há dois pontos de atenção redobrada nas planilhas, sendo o trevo de Bom Jesus do Amparo e a travessia da BR 381 que são de difícil entendimento.

Trecho entre Cocais e Barão de Cocais

Esse trecho requer bastante atenção, uma vez que é composto de muitos entraves como mata burros em descidas, muitos cruzamentos e solo escorregadio em caso de chuva.

O trecho será percorrido entre florestas de eucalipto o que nos proporcionará muita sombra e paisagens sombrias (em algumas épocas do ano).

Segundo informações no marco 451 seremos presenteados pelo Sítio Arqueológico da Pedra Pintada que possui pinturas rupestres de 6.000 anos atrás, além de uma paisagem deslumbrante onde é possível avistar algumas cidades.

Em Barão de Cocais será possível conhecermos as ruínas de Congo Soco uma antiga mina adquirida pelos ingleses no século XIX e que se transformou em uma vila britânica, atualmente é tombada pelo IPHAN.

Trecho entre Barão de Cocais e Santa Bárbara

Esse trecho é bem curto com apenas 14 km e com 4 desses em asfalto, não é um trecho difícil. Passaremos por parte de uma mata fechada o que proporciona bastante sombra.

A pequena Santa Bárbara é uma cidade fundada em 1704 e que nos proporcionará um regresso ao período colonial, além de conter várias igrejas centenárias.

Com certeza será uma fonte de histórias e descobrimentos incríveis. Será um trecho muito tranquilo visto que alguns membros do grupo já fizeram o trajeto em abril desse ano.

Trecho entre Santa Bárbara e Catas Altas

Outro trecho muito bonito e que já é de conhecimento de alguns membros do grupo. O trecho é relativamente plano e muito fácil de ser realizado, exceto pelo cansaço acumulado.

A partir do quilômetro 8 temos uma subida leve mas extensa que pode ser um dificultador dado o cansaço do dia. Esse trecho de aclime é recompensado pela vista da serra do Caraça que vai se agigantando à medida que mais subimos.

Nesse trecho é parada obrigatória o Bicame de Pedra, no marco 505. O bicame de pedra é um aqueduto construído pelos escravos em 1972 e possuí 4 metros de altura com pedras sobrepostas à pressão sem nenhum tipo de concretação.

Por fim chegaremos em Catas Altas, onde repousaremos. Essa cidade é datada de 1703 e é mais uma das cidades mineiras fundadas por bandeirantes em busca de ouro.

A arquitetura da cidade é composta por igrejas e casarões coloniais que dão todo um requinte à mesma e ao fundo é cercada pela imponente serra do Caraça.

Nessa cidade realizaremos nosso descanso para no outro dia fecharmos o Caminho dos Diamantes.

Trecho entre Catas Altas e Santa Rita Durão

Esse trecho é bela singularidade, com boa parte do trajeto plano de onde pode-se visualizar a cachoeira da Santa e a cachoeira do Meio. O caminho até o povoado de Morro d' Águas Quentes é muito fácil e plana.

Entre Morro d' Águas Quentes e Santa Rita Durão o caminho é realizado por cima de uma montanha
de minério com poucas subidas e descidas.

É importante ressaltar que nesse trajeto já uma subida de pouco mais de 4 quilômetros logo após o povoado de Morro d' Águas Quentes em terreno asfaltado que carece de atenção deve ser muito redobrada.

Ao final chegaremos na Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos que foi restaurada pelo IPHAN.

Trecho entre Santa Rita Durão e Camargos

Esse trecho será novidade para todos do grupo, uma vez que nenhum integrante já o fez. Segundo
informações e pela altimetria mostrada no gráfico, o terreno é em grande parte plana, larga e com vegetação rasteira.

Passaremos pelo povoado de Bento Rodrigues, fundado em 1971, com a descoberta de um ribeirão aurífero e tem como atrativo uma igreja com uma magnífica escadaria de acesso e vista privilegiada.

Pelo que aparenta esse será um trecho para descanso das pernas e pouco refresco em relação ao sol devido a pouca ocorrência de sombras.

Trecho entre Camargos e Mariana

Com esse trecho começamos a nos despedir do caminho dos diamantes que finalizará efetivamente em Ouro Preto.

O trajeto entre Camargos e Mariana possui um trecho composto por subidas e descidas leves de aproximadamente 10 quilômetros e uma descida bem forte de pouco mais de 2 quilômetros chegando em Mariana que foi a primeira capital das capitanias de Minas e São Paulo.

A cidade conta com um acervo riquíssimo das mais belas obras do barroco mineiro. O barroco foi uma das formas de expressão artísticas mais visíveis entre o século XVII e a primeira metade do século XVIII no Brasil.

"O Barroco Mineiro nasceu mestiço como seus criadores, filtrando influências de várias partes de Portugal e do Brasil.  Muitas vezes seu esplendor se esconde no interior das pequenas igrejas de paredes de taipa, quadradas e brancas, revelando-se com impacto quando se abrem as portas. É o que acontece, por exemplo, na Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Sabará, ou na Capela do Padre Faria, em Vila Rica, e em várias outras construções da primeira metade do século XVIII".
(Saga: a grande História do Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1981, vol. 2-p.127)

Trecho entre Mariana e Ouro Preto

Com esse trecho finalizamos a primeira parte do nosso desafio de 100% da Estrada Real, ou seja, finalizamos o Caminho dos Diamantes chegando em Ouro Preto.

Esse trecho vai requerer muita atenção por parte dos cicloviajantes uma vez que é realizado por estrada asfaltada e não contaremos com os marcos instalados.

Teremos a oportunidade de passar pela Mina da Passagem que é a única mina de ouro do Brasil aberta à visitação.

O trecho termina na antiga capital de Minas Gerais que é um elo de aprendizado entre o civismo e a História de Arte, reconhecido pela UNESCO como Monumento da Humanidade.

Ouro Preto possui magníficos casarões, ladeiras em pedra-sabão e muita história para contar e é aqui que nos despediremos do Caminho dos Diamantes e já começaremos  a pensar no Caminho Velho.

Pontos de Carimbo 

Bom Jesus do Amparo
  • Fernando Gonçalves - Guia Turístico 31 8843-1193

Cocais
  • Sítio Arqueológico da Pedra Pintada
    • De segunda à sexta: 9:00 às 16:00
  • Pousada Vila Cocais
    • De domingo à domingo
  • Pousada das Cores
    • De segunda à segunda: 08:00 às 18:00

Barão de Cocais: Não há carimbos

Santa Bárbara: Não há carimbos

Catas Altas
  • Restaurante Lá Violla
    • De segunda à sexta: 11:00 às 14:30
    • Sábado: 11:30 às 02:00
  • Ecopousada Escarpas do Caraça
    • De domingo à domingo
  • Centro de Atendimento ao Turista
    • De 08:00 às 17:00
Santa Rita Durão: Não há carimbos

Camargos: Não há carimbos

Mariana
  • Centro de Atendimento ao Turista
    • De domingo à domingo: 08:00 às 18:30
  • Pousada Contos de Minas
    • De domingo à domingo
  • Pizzaria Dom Silvério
    • De domingo à domingo: 18:30 às 00:00
  • Câmara Municipal de Marina
    • De segunda à sexta: 08:00 às 18:00
Ouro Preto:
  • Centro Cultural da FIEMG
    • De domingo à domingo: 08:00 às 19:00
  • Centro de Atendimento ao Turista
    • De domingo à domingo: 08:00 às 18:00
  • Museu Casa dos Contos
    • De terça à sábado: 14:00 às 18:00
    • Domingos e feriados: 10:00 às 17:00
  • Secretaria de Turismo
    • De segunda à sexta: 08:00 às 18:00