sábado, 1 de agosto de 2015

7° Dia: Ouro Preto à Congonhas

 Hoje começamos a quarta etapa do Projeto 100% Estrada Real e primeira Etapa do Caminho Velho. Iniciamos o dia em Ouro Preto de onde partimos rumo à Congonhas.

Nosso primeiro desafio foi subir pelo asfalto até o trevo que leva à São Bartolomeu. Nesse ponto encontramos uma montanha a ser escalada, doce ilusão achando que era apenas a parte de asfalto que seria subida.

Assim que escalamos o primeiro morro fomos surpreendidos por uma visão magnífica de onde era possível ver Ouro Preto, um pouco de Mariana e à distância uma cidade que julgamos ser Nova Lima. Passada a embriagues da visão continuamos nossa pedalada pelas montanhas de Minas que são Gerais, afinal o primeiro objetivo era Glaura passando por São Bartolomeu.

Uma decisão importante que tomamos foi não passar pela trilha que leva ao Chafariz de 1792, passamos pela estrada normal de carro que leva até São Bartolomeu. Ao chegar nesse povoado ficamos sabendo que nem de moto está possível passar pela trilha devido às erosões do tempo e chuvas.

Como estávamos em São Bartolomeu, resolvemos comer um bolinho de bacalhau acompanhado por uma pinga, daquelas que só a Estrada Real é capaz de oferecer.

Saindo de São Bartolomeu, avistamos a doceria Doces Edutijolo onde tivemos que parar por alguns minutos apreciando e comprando algumas amostras de doces. Lógico que jurávamos que os doces e pingas compradas seriam para os entes queridos que ficaram em BH.

Logo na saída tivemos uma dúvida por onde continuar na Estrada Real, "Antes da  Ponte ou Depois da Ponte?". Após alguns minutos e pesquisas resolvemos que o caminho correto seria antes da ponte virando à direita e assim fomos rumo à Glaura. Quando encontramos o Marco, apelidado de Marcão, ficamos felizes por estarmos corretos e não ter que voltar para pegarmos o caminho após a ponte.

Mais à frente, no marco 629, resolvemos enfrentar a trilha de 3 quilômetros dita de fácil acesso que de fácil não tem muita coisa, mas compensa pela beleza e desafio. Tivemos que fazer um trabalho de equipe muito gratificante para atravessar as bikes em uma pinguela, esse trabalho foi também muito divertido.

Ao chegar em Glaura ficamos admirados com o povoado que é muito pacato e cheio de histórias, mas tivemos que partir rápido uma vez que iríamos almoçar em Cachoeiro do Campo e um integrante do nossa equipe se perdeu, tomando o caminho após a ponte em São Bartolomeu e já estava chegando em Cachoeiro do Campo.

O trecho entre Glaura e Cachoeiro do Campo não merece muito destaque uma vez que é todo asfaltado, mas possui algumas paisagens muito bonitas.

Almoçamos em Cachoeiro do Campo e reagrupamos nossa equipe, dessa forma o pedal fica mais agradável e não nos preocupamos com ninguém que esteja desagrupado. Na saída de Cachoeiro do Campo rumo a Santo Antônio do Leite, fomos aplaudidos pelo Pinguim, um senhor que estava com amigos tomando pinga. Adivinhem o que aconteceu nesse momento? Acertou quem falou que paramos para tomar pinga com ele.

O Pinguim ficou tão agradecido e feliz de termos parados com ele que disse: "Esse foi um presente em minha vida, vocês me fizeram muito feliz hoje. A minha casa estará sempre aberta para vocês. Voltem sempre." Nos despedimos e fomos rumo à Santo Antônio do Leite.

Em Santo Antônio do Leite reabastecemos nossos reservatórios de água, hidratamos um pouco com isotônicos e água e seguimos rumo a Lobo Leite. Na saída da cidade conhecemos uma pequenina amiga que estava aprendendo a arte de pedalar. Brincamos um pouco com ela e seguimos nosso destino.

Esse trecho foi, psicologicamente, difícil uma vez que seria uma quilometragem longa entre as cidades, 37 km e o receio de ficarmos sem água era grande. A todo instante pensavam em chegar em Miguel Burnier para um descanso e refresco em algum estabelecimento comercial, mas a noite foi chegando, com ela o frio e a escuridão.

Pegamos nossas lanternas, nossos corta-ventos e demais agasalhos e continuamos nossa pedalada rumo à Lobo Leite.

O trecho entre Miguel Burnier e Lobo Leite é muito bonito, mas igualmente tenso. Os caminhões das mineradoras passam a todo instante ao lado do ciclista e com velocidade alta, levantando muita poeira que junto com a escuridão da noite nos fazia enxergar quase nada.

A beleza dessa região foi ainda mais abrilhantada com uma lua muito linda e grande que a noite nos proporcionou, às vezes até nos esquecíamos dos caminhões que passavam ao nosso lado.

Por fim chegamos em Lobo Leite com um misto de satisfação, alegria e cansaço, mas agora faltava pouco para chegarmos em Congonhas onde pousaríamos essa noite.

Os 7 km entre Lobo Leite e Congonhas começam com um desafio de subir uma montanha com inclinação forte que alinhada ao cansaço nos ameaçava a não conseguir. Resolvemos empurrar em alguns pontos para não sofrer nenhum desgaste maior.

Esse trajeto nos reservava ainda mais emoções, já que pedalar à noite em um local que não se conhece já é um bom atrativo. Alinhado à isso, tivemos uma surpresa de alguns marcos estarem escondidos e a planilha incompleta.

O marco 201 está escondido dentro de uma cerca de arrame em uma propriedade. Nesse ponto um integrante da nossa equipe passou direto ao invés de virar à esquerda. Outro membro da equipe foi atrás para buscar o integrante perdido.

Desse ponto em diante passamos a ir mais lentamente e parando em cada marco para acompanhar com a planilha, dado o receio que estávamos.

Mais à frente outro ponto de susto, onde está o marco 203? Escondido entre um espinheiro. Sustos recompostos seguimos rumo à Congonhas.

Chegando em Congonhas a planilha nos joga em uma rua que é contra-mão, mas optamos por fazer uma travessia diferente e então chegamos ao nosso destino final deste primeiro dia no Caminho Velho.

Foram ao todo 98,73 quilômetros percorridos entre Ouro Preto e Congonhas.

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