sexta-feira, 31 de julho de 2015

O Dia anterior da 4ª Etapa

É chegada a data da nossa 4ª etapa da Estrada Real, já finalizamos o Caminho dos Diamantes e agora começaremos a 1ª Etapa do Caminho Velho.

Começaremos em Ouro Preto e o destino final da viagem será Paraty, mas nessa etapa iremos até Entre Rios de Minas pousando em Congonhas.

Vamos fazer o check-list para não deixarmos nada para traz:

  • Câmara reserva - 1 ou 2 - OK
  • Kit remendo - importante observar se tem cola na bisnaga - OK
  • Bomba de ar - OK
  • Jogo de chave allen - OK
  • Chave de corrente - OK
  • Óleo lubrificante - OK
  • Elo de corrente - powerlink ou pedaço de corrente - OK
  • Gancheira reserva - OK
  • Manchão
  • Lanternas traseira e dianteira - OK
  • Duas mudas completas de roupa de ciclistas - OK
  • Uma bermuda ou calça de tecido sintético - OK
  • Uma camiseta de manga longa ou curta - OK
  • Capa de chuva
  • Segunda pele - OK
  • Luvas - OK
  • Capacetes - OK
  • Óculos - OK
  • Sapatilhas de MTB - OK
  • Chinelo - OK
  • Estojo com itens de higiene (sabonete, escova e creme dental)
  • Filtro solar
  • Protetor labial
  • Papel higiênico (nunca se sabe quando será necessário)
  • Kit de primeiros socorros básicos (ataduras, gases, curativos, esparadrapos)
  • Luvas cirúrgicas
  • Máquina fotográfica - OK
  • Passaportes - OK
E claro para não ficarmos perdidos:
  • Wikiloc com o trajeto - OK
  • Garmin com o trajeto - OK
  • Planilhas do trajeto - OK

terça-feira, 14 de julho de 2015

Planejamento da 4ª Etapa

Já que finalizamos o Caminho dos Diamantes, vamos agora planeja o início do Caminho Venho. Esse será inciado agora em 2015 e finalizado em 2016 por diversos motivos. O bom que teremos tempo para treinarmos e fazemos bastante tranquilos as demais etapas do Caminho Velho.

Uma coisa que devemos colocar como critério nessas próximas etapas é o horário de saída das pousadas, uma vez que agora estamos nos afastando de BH e isso pode ser um diferencial enorme para o horário de chegada em BH e trabalho no dia posterior.

Vamos ficar mais criteriosos quando à isso.

O nosso primeiro dia será composto por 87 km percorridos entre Outro Preto e Congonhas, passando por Glaura, Santo Antônio do Leite e Lobo Leite.

O segundo dia será composto por 42 km percorridos entre Congonhas e Entre Rios de Minas, passando por Pequeri, São Brás do Suaçuí.

Trecho entre Ouro Preto, São Bartolomeu e Glaura

Esse será o primeiro trecho do dia em que sairemos de Ouro Preto e seguiremos rumo à Glaura, um dos mais antigos distritos de Ouro Preto.

O trecho conta com um marco histórico de difícil acesso que evitaremos para não termos problemas com quedas e afins.

A primeira parte desse trecho termina em São Bartolomeu onde teremos como atrativo o Rio das Velhas que atravessa o centro histórico, a Igreja Matriz de São Bartolomeu e o famoso doce de goiaba.

Entre São Bartolomeu e Glaura teremos um trecho de 3 km de trilha de fácil acesso e com destaque para a bala paisagem natural.

Trecho entre Glaura, Cachoeiro do Campo e Santo Antônio do Leite

A primeira parte do trecho é realizado por asfalto, o que nos remete a ter mais atenção para evitarmos acidentes. Após os 7 quilômetros iniciais chegaremos em Cachoeiro do Campo que é um antigo centro de abastecimento da região de mineração de ouro e para a fabricação de acessórios para as
montarias dos tropeiros.

De Cachoeiro do Campo a Santo Antônio do Leite, os 6 km iniciais são percorridos no asfalto e a partir do marco 648, aparecem os paralelipípedos.

Por fim chegaremos em Santo Antônio do Leite que era considerado um povoado integrante de Cachoeiro do Campo.

Trecho entre Santo Antônio do Leite, Miguel Burnier e Lobo Leite

O terceiro trecho do primeiro dia será realizado entre Santo Antônio do Leite e Lobo Leite. Serão 37 km em estrada de chão em ótimo estado, durante parte desse trajeto teremos um intenso tráfego de caminhões e por isso a atenção deverá ser redobrada após o marco 689.

Teremos uma mata atlântica fechada entre Santo Antônio do Leite e Miguel Burnier, nesse trajeto seremos acompanhados por um rio durante boa parte do trajeto.

Passaremos por um grande lago construído pela Gerdau Açominas que nos acompanhará por boa parte do trajeto com vegetação de campo e cerrado.

Por fim chegaremos em Lobo Leite que é um povoado criado em decorrência das atividades de exploração do ouro e que tem como atrativo a igreja Matriz.


Trecho entre Lobo Leite e Congonhas

Nosso último trecho é realizado por uma estrada de terra com pouco trânsito de veículos e em bom estado de conservação.

Nessa cidade faremos o nosso descanso maior, ou seja, vamos passar a noite para continuar o trajeto no dia posterior.

A cidade é mais uma das cidades históricas de Minas Gerais e famosa pelas obras do artista barro mineiro Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como  Aleijadinho.


Trecho entre Congonhas, Alto Maranhão e Pequeri

No domingo, às 07:30 sem atrasos, começaremos nossa pedalada rumo à Entre Rios de Minas. Porém no primeiro trecho do dia iremos até Pequeri, passando por Alto Maranhão.

O trecho é predominantemente de estrada plana e larga, com a maior parte do trecho em excelente estado de conservação e com pouco movimento de carros.

Passaremos por algumas matas fechadas e teremos como companhia a serra do Gambá com seus 1,274 m de altitude.

Em Alto Maranhão veremos as ruínas de uma antiga cadeia pública e com mais 6 km percorridos chegaremos ao distrito de Pequeri.

Trecho entre Pequeri e São Brás do Suaçuí

Nosso segundo trecho do dia começará dentro de uma fazenda de livre acesso e será composto por 9 km, dos quais os 2 primeiros quilômetros são feitos por uma trilha e em seguida por dentro de um
pasto.

O trecho terminará em São Brás do Suaçuí que encontraremos construções do século XVIII. A cidade possui como atrativo a cachoeira em forma de escorregador que fica na Pedreira Oswaldo Marque Gontijo.

Trecho entre São Brás do Suaçuí e Entre Rios de Minas

O último trecho do dia é feito por asfalto até a empresa MRS. Depois dela a estrada é de terra batida com grande fluxo de carros da minerador, portanto será um trecho de grande atenção.

A partir do marco 768 passaremos a ter descidas longas e fáceis descidas com muito cascalho. O percurso é composto por algumas fazendas antigas do período colonial e mutias plantações de milho.

A estrada está em bom estado de conservação e é composta por muitos mata-burros, atenção é solicitado uma vez que podemos encontrar alguns mata-burros com os ferros em transversal. Ainda teremos a presença da serra do Gambá.

O trecho terminará em Entre Rios de Minas após percorrermos 20 quilômetros pelo mar de Minas Gerais.

Pontos de Carimbo dessa Quarta Etapa

Em Ouro Preto nós já realizamos o carimbo e algumas pessoas pegaram seus certificados, por falta de certificado nessa cidade os demais pegarão em Paraty.

Dessa forma, nessa etapa teremos apenas 2 carimbos sendo em Congonhas e Entre Rios de Minas.

Em Congonhas, faremos o carimbo no Centro de Apoio ao Turista situado à Avenida Júlia Kubistchek, 2.039 antiga Itaminas (Perto da Rodoviária) ou Praça Basílica, 17.

A primeira fica aberta todos os dias de 7 às 18 horas e a segunda todos os dias de 8 às 17 horas.

Em Entre Rios de Minas, faremos o carimbo na pousada das Pedras situada à Rua Loga Dourada, 244 - Centro.

sábado, 11 de julho de 2015

Caminho dos Diamantes - 2015

  Eis que chega ao fim o primeiro dos três trajetos que faremos no Desafio 100% Estrada Real. Isso mesmo, começamos nossa trajetória em 09 e 10/05/2015 com a primeira etapa, depois fizemos a segunda etapa em 13 e 14 de Junho de 2015 e por fim chegamos ao término desse primeiro desafio no final de semana de 04 e 05/07/2015.

A primeira etapa, 09 e 10/05/2015, foi iniciada em Diamantina onde pegamos os nossos passaportes e junto com eles a incerteza e frio na barriga de se começar um desafio. Mas a motivação era grande, assim como o desejo de conhecer essas terras mineiras ricas em histórias e beleza.

Saímos de Diamantina rumo à São Gonçalo do Rio das Pedras, quanta beleza nos foi preparada nesse dia. Um dia que por sinal se manteve com temperaturas amenas e sem a ocorrência de um sol forte para minar nossas energias.

Antes, porém, de chegarmos em São Gonçalo do Rio das Pedras, conhecemos o desafio de Vau que fora recompensado por paisagens pra lá de bonitas. Chegando em São Gonçalo do Rio das Pedras, conhecemos o Diego filho do Sr. Ademil que pessoa simpática e quanta alegria em nos receber e servir um lanche para continuarmos nossa pedalada. Antes de partir, registramos nossa passagem com carimbo em nossos passaportes e fotos para um dia deixarmos com o Sr. Ademil.

No trajeto entre São Gonçalo do Rio das Pedras e Serro tivemos a grata alegria de conhecer o povoado de Milho Verde. Durante todo o trajeto a serra do Espinhaço era nossa companheira e não nos deixou nunca esquecer que estamos no mar de montanhas de Minas Gerais. Fizemos uma pequena parada na Pousada Mariana para descanso, repor as energias e água além de carimbar nossos passaportes.

Descanso realizado, agora é hora de partirmos rumo ao Serro, onde pernoitamos e aproveitamos um pouco da noite da cidade. Após o banho foi a hora de jantarmos aquela comida tipicamente mineira, com o tempero do interior de Minas e muito gostosa.

Como passar pelo Serro e não comprar um queijo? Devidamente carimbados fomos rumo a Alvorada de Minas, entretanto um erro nos fez perder a passagem por essa cidade, infelizmente. Mas após entendermos o erro que cometemos, fomos rumo a Itapanhoacanga. Eita nome difícil de falar sem ser silabicamente!

Em Itapanhoacanga pegamos mexerica direto do pé, nos refrescamos um pouco, descansamos e partimos para Santo Antônio do Norte (Tapera).

Ah Tapera como me esquecer de você? Que montanha gigante você me fez subir, mas compensada com uma vista pra lá de paradisíaca. Você realmente exige um preço que a princípio parece ser alto para te conhecer, mas que aos poucos vemos que somos apenas preparados para ao chegar no alto da montanha, nos depararmos com a vista que talvez seja uma das mais lindas desse primeiro desafio.

Em Tapera ao procurar o local para carimbar nossos passaportes, como já havia passado das 15h, pensamos que não conseguiríamos um almoço. Ledo engano. Na Pousada Semião conseguimos um almoço típico da culinária mineira, feita em fogão à lenha e com muita fartura. Deu tempo até para um pequeno cochilo enquanto o almoço ficava pronto.

Tapera ainda nos preparava uma surpresa, a água mineral/potável gratuitamente disponibilizada no largo da Igreja de Santo Antônio.

Recomposições realizadas, seguimos rumo a Conceição do Mato Dentro. Já estávamos cansados e a noite foi chegando e com ela o frio, mas não poderíamos parar uma vez que o objetivo ainda estava longe.

Antes de chegarmos à Conceição do Mato Dentro, passamos pelo pequeno e agradável povoado de Córregos. Mais um tempo para ouvir histórias dos moradores locais, refrescarmos e descansarmos um pouco além, é claro, de tirarmos algumas fotos.

Fomos pedalar um pouco mais, afinal Conceição do Mato Dentro é logo ali. Sim é perto, mas o cansaço já tomava conta de todos nós.

Aos poucos os casarões e as igrejas do povoado foram ficando distantes e a vontade de chegar em Conceição do Mato Dentro aumentava, assim com aumentavam as dores e o cansaço. Por fim, chegamos pouco antes das 20h e ao pararmos na pousada do Lago não conseguimos realizar o carimbo que finalizaria com chave de ouro nossa primeira etapa.

Hora de colocar as bikes na Van e regressarmos para BH, cansados, mas com o sentimento de dever cumprido e na expectativa da segunda etapa.

A segunda etapa foi realizada nos dias 13 e 14 de Junho de 2015. Saímos de BH por volta das 2:30 da manhã rumo à Conceição do Mato Dentro, onde começamos a pedalar rumo a Morro do Pilar.

O bom desse desafio é que cada cidade "conquistada" é uma vitória à parte e uma história a mais na nossa coleção.

Entre Conceição do Mato Dentro e Morro do Pilar encontramos com vários grupos à cavalo indo para uma festa em Conceição do Mato Dentro. Cavalgada, segundo aqueles com os quais paramos  e conversamos pelo caminho.

Em uma dessas paradas conhecemos o Sr. Geraldo que nos contou a sua história e disse estar ali para vender bebidas e comidas para o cavaleiros e amazonas que se dirigiam para a Cavalgada em Conceição do Mato Dentro.

À certa altura da conversa o sr. Geraldo nos serviu algumas doses de pinga, para poder dar forças nas subidas que ainda teríamos pela frente. Como somos bem educados não fizemos desfeitas para com o sr. Geraldo.

A conversa estava boa, mas não podíamos ficar mais, uma vez que até chegarmos em Itambé do Mato Dentro ainda tinha muita pedalada a ser realizada.

Partimos rumo à Morro do Pilar, afinal cicloviagem é realizada de pouco à pouco. Foram muitas subidas e escaladas até chegarmos em Morro do Pilar, onde fizemos um aparada para o almoço e um breve descanso.

Quando pensávamos que o trajeto seria mais fácil fomos surpreendidos  por muito mais morros e escaladas. O sol nos castigava, o cansaço já chegava e entre uma montanha e outra começaram a surgir bancos de areia para dificultar ainda mais a nossa pedalada.

Ao menor das esperas eis que surge a noite e que noite linda com a qual formos brindados. Não resistimos, tivemos que parar em um determinado local e desligar todas as luzes que se encontravam conosco. O iluminar das estrelas era um espetáculo à parte e como a noite estava sem lua, as estrelas estavam majestosamente reinando no firmamento.

Assim que o encanto passou e a lucidez voltou, continuamos a pedalar. Afinal de contas não poderíamos passar a noite ali, apesar da vontade ser grande e gritante.

Aos poucos fomos avistando as luzes da pequena e aconchegante Itambé do Mato Dentro. Quanto mais perto, mais o cansaço nos assolava e a vontade de chegar crescia. Algumas pernas já não respondiam ao controle do corpo, mas a vontade e desejo de superação falaram muito alto e chegamos em Itambé do Mato Dentro às 19:48.

No dia seguinte ao acordar fomos recebidos por mais uma surpresa da natureza, as montanhas e parte das casas da cidade estavam escondidas por uma neblina baixa e fria, tão fria que a vontade era de ficarmos cobertos e tomando café até não aguentarmos mais. Mas nós viemos aqui para pedalar e Ipoema nos esperava.

Partimos após o café, pedalando com dificuldade devido ao frio que fazia as juntas do corpo doerem. Mas a estrada real é sempre cheia de surpresas e de cara ao conseguimos ver por sobre a neblina nos deparamos com uma montanha para subir e dessa forma o corpo aqueceu.

Fizemos uma breve parada para retirada dos agasalhos que se tornaram supérfluos e continuamos a pedalar rumo à Ipoema, entretanto antes de Ipoema tem a singela Senhora do Carmo.

As belezas que a natureza nos reservou nesse caminho eram tremendas e a vontade de ficar apenas registrando em fotografias era maior que o desejo de chegar em Ipoema. O caminho ora asfaltado ora terra é um encanto e a vegetação, bem como o mar de Minas (Mar de Montanhas) nos enxiam os olhos e ludibriavam a alma. Como é bom respirar esse ar puro das montanhas!

Chegamos em Senhora do Carmo, fizemos uma pausa para descanso, um breve lanche e reagruparmos os ciclistas.

Assim que todos chegaram e se refrescaram, partimos e já de cara nos deparamos com uma montanha a ser escalada. Nesse momento voltam várias brincadeiras entre os ciclistas e muitas vezes a vontade de parar para rir é quase insuportável e não nos deixa pedalar para subir as montanhas.

Em vários locais realizávamos paradas estratégicas para retirada de fotografias e descansar. Nesse trajeto, podemos afirmar que várias fotos foram tiradas e vários momentos de descansos e realinhamento foram realizados.

O mar de montanhas de Minas Gerais ficava mais evidente e bonito a cada curva da Estrada Real, a vontade de continuar aumentava e junto com essa vontade, aumentava também o desejo de conhecer mais essa parte da história de Minas e do Brasil que por muitos já foi esquecida.

Ao chegarmos em Ipoema, fomos fazer um breve descanso e em seguida aproveitamos para almoçar. Como ainda tínhamos tempo, fomos conhecer o Museu do Tropeiro.

O Museu do Tropeiro é uma capítulo à parte da Estrada Real, quanta história naquele local? Quantas ferramentas e utensílios para serem vistos e conhecidos? Vestimentas, agasalhos, etc. tudo muito rústico e que tiveram suas funções e objetivos naquela época.

No museu do Tropeiro conhecemos a Marli, uma pessoa muito simpática, carismática e que demonstrou maior prazer em nos mostrar toda a história contida naquele lugar magnífico. Eu relatei à ela que meu avó paterno era tropeiro de porcos e ela fez questão de me mostrar uma parte do museu dedicada à esse tipo de atividade.

Por mim eu ficaria horas e horas naquele local, lendo e ouvindo histórias e conhecendo um pouco mais da história desse estado que eu tive a benção de nascer. O orgulho de ser mineiro é resgatado a cada pedaço da nossa história que foi e é resgatado por essas cidades, vilas, povoados e lugarejos pelos quais passamos.

Hora de partir, pois ainda temos 13 quilômetros até Bom Jesus do Amparo. Sim, são 13 quilômetros de asfalto, mas as pernas já estavam doloridas e o desgaste físico te faz pensar em desistir.

O sol foi ficando mais brando, as sombras foram aumentando e o desejo de chegar também. Pedalar se tornava um pouco mais difícil, mas o desejo de conseguir era grande e por fim chegamos.

Paramos próximo à prefeitura municipal e à igreja pequena, singela e muito simpática. Não há como deixar de entrar e fazer uma oração em agradecimento àqueles dois dias de esforços e recompensas entre Conceição do Mato Dentro e Bom Jesus do Amparo.

Em Bom Jesus conhecemos o guia local, Fernando Gonçalves, que se tornou um amigo particular. Ele nos contou muito sobre a estrada real, sobre sua cidade e muitas outras cidades que já passamos e que ainda passaremos. A alegria nos olhos do Fernando era algo comovente, a alegria dele em ver que estávamos ali que havíamos conseguido finalizar esse objetivo.

A ansiedade pela terceira etapa já começara enquanto guardávamos as bikes na van e esperávamos para partirmos rumo à BH.

A terceira e última etapa do Caminho dos Diamantes começou no dia 04 e finalizou no dia 05 de Julho de 2015.

Partimos de Bom Jesus do Amparo em direção à Cocais, foram 25 quilômetros realizados por meio a uma floresta de eucaliptos que nos proporcionou bons momentos de sombra. Esse trajeto foi realizado de forma relativamente fácil, em um dia cujo o sol demorou a apontar. Boa parte do trajeto fizemos com cerração baixa.

Paramos na pousada e restaurante Vila Cocais para realizar o carimbo nos passaportes e formos muito bem recebidos pelo pessoal da pousada que nos deixou muito à vontade mesmo para um pequeno descanso.

Após um tempo para verificação das planilhas e decidirmos para onde iríamos, tomamos rumo à Barão de Cocais, agora já com o sol mais forte e brilhante no firmamento.

No trajeto rumo à Barão de Cocais continuamos passando por florestas de eucaliptos e o cheiro de pureza era algo que tomava conta do ar, fazia com que sentíssemos vontade de estar ali por muito e muito tempo.

Aos poucos fomos nos aproximando de Barão de Cocais, onde almoçamos e após um breve descanso partimos rumo à Santa Bárbara.

Ao chegarmos em Santa Bárbara formos recepcionados pelo poeta local Viko Gomide, mais um dos personagens da Estrada Real que ficará em nossas lembranças. Ele fez questão de recitar alguns de seus poemas e nos ofereceu vinho de jaboticaba.

Ficamos um tempo conversando com o poeta, rimos e nos divertimos muito com suas histórias e estórias. Após um curto tempo para apreciarmos suas obras, pegamos o caminho rumo à Catas Altas.

No caminho entre Santa Bárbara e Catas Altas não há como não ficar admirado com a imponência da Serra do Caraça que vai se agigantando à nossa frente enquanto avançávamos na trilha que passamos por um pasto.

A Serra do Caraça vai ficando cada vez mais gigante à nossa frente e nos chama tanto a atenção que é fácil se descuidar da trilha e ir ao chão, o que aconteceu com um de nossos companheiros (sem danos).

Após o povoado de Cubas e quase chegando em Catas Altas, nos deparamos com o Bicame de Pedra que é a ruína de um aqueduto que abastecia de água as fazendas da região.

A noite foi chegando e com ela fomos pedalando um pouco mais forte para chegarmos em Catas Altas, onde pousaríamos essa noite para chegarmos em Ouro Preto no dia seguinte.


Chegamos à matriz de Catas Altas e fomos até o La Viola realizar o carimbo nos passaportes, para então irmos para a Pousada Casa de Pietá onde fomos recepcionados com muito carinho pelo Sidnei e Edyanne.

Após tomarmos banho, fomos para o jantar com direito a churrasco e vinho. Ficamos conversando durante algum tempo, até que o sono não nos permitisse mais. Fomos dormir para aguentarmos mais um dia de pedalada para, assim, chegarmos em Ouro Preto e finalizarmos o Caminho dos Diamantes.

Nosso último dia pelo Caminho dos Diamantes começou com um café da manhã reforçado e temperatura muito fria.

Começamos a pedalar sentido à Santa Rita Durão, mas antes passamos pelo povoado de Morro das Águas Quentes. Como foi impressionante ver as várias facetas que a Serra do Caraça nos apresentava curva após curva daquele trajeto curto e muito atrativo.

Ao passarmos pelo povoado de Morro das Águas Quentes vários morados nos cumprimentavam e nos convidavam para um café, mas o dia estava apenas começando e tínhamos que otimizar nosso tempo, uma vez que nos atrasamos na saída.

Após o povoado, há uma subida de montanhas em que a Serra do Caraça nos acompanhava majestosa e muito gigante.

Saindo do asfalto pegamos novamente a estrada de terra que nos levou até Santa Rita Durão, local onde tiramos os agasalhos, fizemos um breve lanche e partimos rumo à Camargos. Como é bom ver os olhos curiosos e amigos dos moradores dessas cidades! Vai saber o que se passa na cabeça deles. Na verdade devem pensar: "Que turma de doidos!" ou quem sabe "Que falta de serviço!". Mas são sempre muito simpáticos.

Os trechos sombreados por árvores grandes, estilo floresta foi um atrativo à parte no caminho entre Santa Rita Durão e Camargos. Durante vários quilômetros pedalamos por trechos cobertos por árvores que nos refrescavam com suas sombras e até mesmo nos fazia sentir um pouco de frio.

Chegando ao povoado de Bento Rodrigues, fizemos uma parada forçada para consertar uma bicicleta com problemas mecânicos e então partimos novamente.

Registros de fotos feitas na pequena Bento Rodrigues e,então, foi dada a partida até Camargos. Mais algumas subidas, descidas e florestas chegamos ao pacato povoado.

Resolvemos que seria melhor almoçar nesse povoado, dado os atrasos que tivemos. E que decisão acertada essa! O almoço estava realmente muito gostoso, com um tempero digno do interior de Minas Gerais e para acompanhar não poderia faltar a nossa velha companheira "a pinga". Essa foi forte e desceu queimando, mas abriu o apetite que foi uma beleza.

Após o almoço, fizemos um breve repouso e partimos rumo à primeira capital do estado de Minas Gerais, a cidade de Mariana e seus encantos.

Na saída de Camargos, para não falhar à regra, mais subidas. Dessa vez foram 10 quilômetros entre subidas e descidas leves, mais subidas que descidas. Mas como é bom ver aquele mar de montanhas de Minas Gerais! Como nosso estado é bonito e quantos lugares ainda tenho a visitar! Cada quilômetro eu sentia mais gosto pelo esporte que me leva a conhecer locais sensacionais e bonitos como esses que passamos no Caminho dos Diamantes.

É estranha a sensação que vai dando ao chegar próximo ao nosso destino, ocorre um misto de euforia, alegria e melancolia. Essa por estar terminando o trajeto planejado, mas com a certeza de que em breve retornaremos.

Chegamos em Mariana e já preparamos a subida até Ouro Preto, antiga Vila Rica. Essas cidades dispensam comentários e são duas das cidades mais conhecidas de Minas Gerais. Elas têm o mérito não por acaso, são realmente cheias de histórias que são vividas e presenciadas à cada minuto que se passa por elas.

Nessa subida de Mariana para Ouro Preto ocorreu o gesto mais humano e solidário que fortaleceu ainda mais minha paixão pelo Mountain bike. Um de nossos amigos estava esgotado fisicamente, então pegamos uma corda e amarramos em duas outra bicicletas para que ele pudesse ser rebocado até o nosso destino final.

A noite chegava e com ela o cansaço e a preocupação com nosso amigo era grande, pois mesmo sendo puxado por dois outros, ele ainda pedalava e já estava muito desgastado fisicamente.

Fizemos algumas paradas estratégicas para descanso, alimentação e hidratação para conseguirmos chegar com segurança e sem nenhum outro incidente.

Aos poucos Ouro Preto foi chegando e nos brindando os olhos com seus casarões, igrejas, museus e todos os demais encantos que essa bela cidade sempre oferece à todos os seus visitantes.

Por fim chegamos à Ouro Preto e com ela finalizamos o nosso primeiro Caminho do Desafio 100% Estrada Real.

Caminho dos Diamantes, esse não foi e não será nosso último contato. Vamos ainda nos encontrar e reviver algumas histórias como também criarmos outras.

Parabéns à todos os meus amigos que estiveram comigo nessa jornada.

Parabéns à equipe do Instituto Estrada Real pelo profissionalismo e preocupação com os viajantes.

Obrigado à todos que de alguma forma participaram desses momentos mágicos que vivemos.

Obrigado aos apoiadores, familiares e principalmente obrigado Jordana pela força, dedicação e amor de sempre.

Belo Horizonte, 10 de Julho de 2015 

domingo, 5 de julho de 2015

6° Dia: Chegamos em Ouro Preto

O dia começou com um café da manhã farto e muitas expectativas, pois afinal iríamos fechar o primeiro dos 3 caminhos a serem seguidos até finalizarmos o Desafio 100% Estrada Real.

Café tomado e malas guardadas na Van que iria nos esperar em Ouro Preto, partimos rumo à Santa Rita Durão, antes passando pelo povoado de Morro das Águas Quentes e enfrentar a primeira subida do dia.

Logo após o pequeno povoado pegamos uma subida de mais de 4 quilômetros, esse trecho é asfaltado e requer atenção, pois o movimento é grande e não há acostamentos. Ao término dessa subida, pegamos novamente a parte de terra sentido a Santa Rita Durão.

Em Santa Rita, fizemos uma pequena pausa para lanches e proteger os pertences, pois o tempo prometia uma chuva pelo caminho. Chuva essa que nos ameaçava a cada instante, porém não veio.

Antes do povoado de Bento Rodrigues, tivemos nosso primeiro problema mecânico. Resolvido o problema e quando fomos começar a pedalar novamente, tivemos outra surpresa. Essa tomou um pouco mais de tempo. Devemos ter perdido em torno de 1:30 para arrumar as duas bikes.

Passamos mais rápido pelo povoado de Bento Rodrigues rumo à Camargos, onde almoçamos e recuperamos as energias para seguir rumo à Mariana e por fim Ouro Preto.

O almoço em Camargos está muito bom, pena não poder comer o quanto que queria. Recompostos começamos as subidas até Mariana. Na Estrada Real temos que aprender a descansar nas retas e nas descidas, pois o predomínio são de subidas. Pegamos um trecho de 18 quilômetros até Mariana, dos quais 10 foram de subidas.

Nesse ponto as pernas já começam a doer, começa a faltar forças para continuar e as vezes o sentimento de desistir é muito grande, contudo o grupo unido não deixa que as pessoas se percam pelo caminho.

Ao chegarmos em Mariana realizamos o carimbo do nosso passaporte e seguimos rumo à Ouro Preto. A ansiedade falava mais alto a cada pedalada e agora foi o momento mais bonito e que justifica o amor por esse esporte. Um de nossos amigos já não aguentava mais pedalar e sentia muitas dores. Paramos então ainda em Mariana e amarramos uma corda em duas bikes, de ciclistas que ainda tinham um fôleto, e esses dois ciclistas subiram os 12 quilômetros entre Mariana e Ouro Preto, dos quais 11 são de subidas, puxando o ciclista que não tinha mais forças.

A superação e o sentimento de vitória na chega à Ouro Preto foi algo que nos motivou ainda mais a continuar esse percurso até completarmos o projeto 100%.

Uma parte já está concluída. Caminho dos Diamantes você faz parte da nossa história.





5° Dia: Bom Jesus do Amparo à Catas Altas

Para essa que é a terceira etapa nos encontramos no bairro Silveira as 3:30 do dia 04/07 para mais um final de semana pelos mares de Minas Gerais, mares de montanhas.

Nesse dia começamos a pedalar por Bom Jesus do Amparo rumo à Cocais, foram pouco mais de 25 quilômetros de pedalada por um dia com cerração baixa e como disse nosso amigo Fernando Gonçalves, guia de Bom Jesus do Amparo: "Cerração baixa, sol que racha". Dito e feito, após Cocais o sol deu uma aparecido nos mostrando a importância de sombras e protetor solar.

Após mais 14 quilômetros de pedaladas, dos quais 8 são de subidas, e paisagens bonitas chegamos
em Barão de Cocais onde almoçamos e descansamos um pouco, pois ainda teríamos que passar em Santa Bárbara e chegar por fim em Catas Altas.

Em Santa Bárbara tivemos a oportunidade de conhecer o poeta local que nos serviu um pouco de vinho e recitou algumas de suas poesias. O poema que ficou mais na memória da turma foi o Guilhotina da Alma.

Ainda faltavam pouco mais de 20 quilômetros até chegarmos ao nosso ponto de repouso, ou seja, chegar em Catas Altas.

Mais pedaladas, mais paisagens bonitas e chegamos ao Bicame de Pedra que é uma ruína de um aqueduto construído pelos escravos em 1792, de 4 metros de altura, onde suas pedras foram postas sob pressão, sem qualquer tipo de concreto e que servia para abastecer de água as fazendas da região.

A noite foi caindo e precisávamos colocar nossos agasalhos e as lanternas nas bikes. Agora faltava pouco, menos de 8 km. Por fim chegamos em Catas Altas, onde carimbamos nossos passaportes e fomos para a pousada Casa de Pietá, onde foi nos servido um jantar e um churrasco.

Fizemos uma noite de vinhos e diversão, mas tínhamos outro dia para percorrer pelas estradas de Minas Gerais até Ouro Preto, nosso destino final dessa etapa.

Após conversarmos, bebermos vinho, jantarmos chegou a hora de dormir e recompor as energias.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

O Dia que Antecede a Cicloviagem


É impressionante como que todo dia anterior à ciclo viagem eu fico agitado. Parece que não vou dar conta de fazer as coisas que preciso fazer que deixei tudo para a última hora, só que não é bem assim e no final está tudo tranquilo.

Hoje eu acordei com aquele desejo louco de começar mais uma etapa da Estrada Real e essa etapa tem um sabor um tanto quanto especial, afinal dos 3 caminhos que percorreremos 1 chegará ao fim. Isso mesmo, o Caminho dos Diamantes já fará parte da nossa história.

No Caminho dos Diamantes conhecemos, até então, muitas cidades, vilarejos e histórias de populares. Cada pedacinho de Minas Gerais que passamos vai deixar saudades e como foi válida essa primeira experiência.

Conhecemos pessoas e cidades que ficaram marcadas na nossa história. Como é bom conhecer pessoas humildes e que esperam apenas o bem para outras pessoas e do mundo que vive.

Aqueles olhares felizes por nossa passagem, por um tempinho de atenção dispensada de nossa parte para a pessoa que nos dirige o olhar. Os cafés, pingas, bolos e doces ofertados com carinho, ternura e por que não a amizade de pessoas que acabamos de conhecer.

As lembranças que ficam são motivações para começar uma nova etapa, uma nova empreitada. Empreitada essa que será realizada nesse próximo final de semana, isso mesmo no primeiro final de semana de julho de 2015.

As expectativas de paisagens, de novas histórias, de momentos ímpares. Ah e quanto às subidas? Como elas serão? Caminhos, entroncamentos, asfalto, areia, enfim, que venha a próxima etapa da Estrada Real.

Já sei que essa também deixará sua marca, portanto agora é hora de check-list final:
  • Câmara reserva - 1 ou 2 - OK
  • Kit remendo - importante observar se tem cola na bisnaga - OK
  • Bomba de ar - OK
  • Jogo de chave allen - OK
  • Chave de corrente - OK
  • Óleo lubrificante - OK
  • Elo de corrente - powerlink ou pedaço de corrente - OK
  • Gancheira reserva - OK
  • Manchão
  • Lanternas traseira e dianteira - OK
  • Duas mudas completas de roupa de ciclistas - OK
  • Uma bermuda ou calça de tecido sintético - OK
  • Uma camiseta de manga longa ou curta - OK
  • Capa de chuva
  • Segunda pele - OK
  • Luvas - OK
  • Capacetes - OK
  • Óculos - OK
  • Sapatilhas de MTB - OK
  • Chinelo - OK
  • Estojo com itens de higiene (sabonete, escova e creme dental)
  • Filtro solar
  • Protetor labial
  • Papel higiênico (nunca se sabe quando será necessário)
  • Kit de primeiros socorros básicos (ataduras, gases, curativos, esparadrapos)
  • Luvas cirúrgicas
  • Máquina fotográfica - OK
E claro para não ficarmos perdidos:
  • Wikiloc com o trajeto - OK
  • Garmin com o trajeto - OK
  • Planilhas do trajeto - OK