quinta-feira, 9 de março de 2017

Caminho Novo da Estrada Real

Eis que em 2017 começaremos o Caminho Novo da Estrada Real. Uma turma de 19 ciclistas se aventurando pelas montanhas de Minas Gerais até o Rio de Janeiro, mais precisamente em Petrópolis.

Serão 515 quilômetros percorridos entre as cidades de Ouro Preto e Petrópolis. Passaremos por cidades históricas como Lavras Novas, Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Carandaí, Juiz de Fora entre outras.

Faremos o trajeto em etapas, como já é de conhecimento de todos, a começar em Março e finalizar em Setembro.

A ansiedade já toma conta de muitos, mesmo por que perdemos alguns colegas que fizeram os outros caminhos e novos integrantes se juntaram ao grupo.

A viagem


Segundo vários relatos e conversar realizadas com pessoas que já percorreram esse percurso, a primeira etapa será realmente a parte mais difícil de provavelmente toda a Estrada Real (tenho minhas dúvidas, pois o Sabarabuçu me parece bem insuperável). Portanto é importante termos consciência que poderemos pedalar ao escurecer nessa etapa entre Ouro Preto e Ouro Branco.

Desanimar pela dificuldade é algo que não deveremos fazer, pois as belezas de Minas Gerais e a recompensa de chegar é algo inexplicável e que recomendo à todos.

Passaporte


O passaporte da Estrada Real é uma credencial voltada para os viajantes que percorrem os Caminhos da Estrada Real.

Essa credencial deverá ser carimbada nos pontos oficiais e apresentado ao final para a retirada do Certificado da Estrada Real.

O passaporte é gratuito, entretanto para a retirada é solicitado um quilo de alimento não perecível ou um agasalho que será doado para uma instituição de caridade, podendo ser retirado em Ouro Preto, Diamantina Paraty, Petrópolis, Cocais ou Tiradentes.

Para ter o passaporte é necessário preencher o formulário e o apresentar impresso ou em mídia digital no ponto de retirada.

Ao todo são 5 certificados na Estrada Real, sendo um para cada caminho e um especial para o viajante que percorrer os 4 caminhos (Caminho Novo, Velho, dos Diamantes e Sabarabuçu).


Ouro Preto à Lavras Novas


Esse trecho inicia-se no Parque Estadual do Itacolomi em Ouro Preto e é composto de muitas subidas e descidas fortes. Tomar cuidado e manter-se em grupo será de fundamental importância.

Altimetria entre Ouro Preto e Lavras Novas
Fonte: Instituto Estrada Real
São vários atrativos nesse percurso de apenas 17 quilômetros, mas com um grau de dificuldade 5 em um máximo de 5.

Recomendo a leitura das instruções e informações disponibilizadas no site do Instituto Estrada Real para esse trecho.

Aproximadamente no quilômetro 14 passaremos pela represa do Custódio, onde poderemos fazer um momento de descanso, lanche para seguirmos por aproximadamente 4 quilômetros, onde a maior parte é de subida, até Lavras Novas. 

Teremos trechos de subidas e descidas intercaladas com muitas folhas pela estrada que carece de atenção uma vez que podem esconder buracos ou raízes.

O percurso culmina com subidas fortes, após a represa do Custódio, para chegarmos em Lavras Novas, onde será possível realizarmos um lanche antes de seguirmos viagem.

Seremos um grupo de 19 ciclistas e o respeito com os limites de cada um é de suma importância para que consigamos realizar com sucesso e harmonia nossa cicloviagem.

Já carimbamos os passaportes em Ouro Preto e há carimbos em Lavras Novas, portanto será necessário levar os passaportes nesse percurso.


Lavras Novas à Itatiaia


Altimetria dentre Lavras Novas e Itatiaia
Fonte: Instituto Estrada Real
Lavras Novas é um distrito de Ouro Preto, onde parece que o tempo parou e vive-se somente aquele momento. Porém, não poderemos nos distrair demais uma vez que teremos um longo caminho a seguir até Ouro Branco, onde provavelmente chegaremos à noite.

Seguiremos de Lavras Novas sentindo à Chapada que é outro distrito de Ouro Preto e menor que o primeiro.

Segundo informações do Instituto Estrada Real, o trecho é curto e com muitas pedras e areias soltas. É importante mantermos o cuidado para evitar acidentes.

O legal dessa parte que não é acessível para carros e então o trecho será apenas nosso, para curtirmos e aproveitarmos as paisagens que são muito lindas.

O percurso é composto por aproximadamente 23 quilômetros e finaliza com uma subida forte e ingrime.

Há carimbo em Itatiaia, portanto deveremos levar os passaportes.

Itatiaia à Ouro Branco


Altimetria entre Itatiaia e Ouro Branco
Fonte: Instituto Estrada Real
O último trecho desse primeiro dia é composto por 20 quilômetros finalizando em Ouro Branco, onde pernoitaremos para seguir até Conselheiro Lafaiete no dia seguinte.

Será necessário cruzar a rodovia logo no início do percurso e por isso é importante termos muita atenção e cuidado.

Boa parte do percurso é realizada no alto da Serra de Ouro Branco e os 5,6 quilômetros finais serão por asfalto, exigindo cuidado uma vez que já estaremos cansados e provavelmente à noite.

Segundo o Instituto Estrada Real, a Serra de Ouro Branco era um dos pontos de referência para bandeirantes e tropeiros que percorriam os caminhos da Estrada Real. Por sua imponência e pela dificuldade de transpô-la, foi denominada pelo viajantes de "Serra do Deus te Livre".

Mirante da Capela Nossa Senhora de Aparecida
Deslocando-se 6,5 quilômetros da Estrada Real, chega-se ao mirante a 1.550 metros de altitude, onde está localizada a Capela de Nossa Senhora Aparecida, onde é possível avistar o Lago Soledade e as cidades de Ouro Branco, Congonhas e Conselheiro Lafaiete.

Como pode ser visto no quadro de altimetria, pegaremos subidas longas e de grau médio de dificuldade, mas lembro que essa dificuldade é para ciclistas experientes.

Finalizaremos nosso dia com uma descida de 5,6 quilômetros em rodovia sem acostamento. Peço muita atenção de todos.

Ainda segundo o Instituto Estrada Real, antes de chegarmos à Ouro Branco, passaremos por construções importantes como as pontes da Biquinha e do Pé do Morro, além da sede da Fazenda Pé do Morro que atualmente é um hotel fazenda.

Em Ouro Branco é recomendado conhecermos o interior da Igreja Matriz de Santo Antônio que guarda pinturas do Mestre Ataíde, um dos mais importantes artistas do período barroco.

Será em Ouro Branco que descansaremos para seguir viagem no dia seguinte. Nessa cidade, nosso ônibus estará no hotel à nossa espera e provavelmente o Valdinei, dono da Bike Tur, terá olhado um local para jantarmos.

Os ciclistas serão acomodados em quartos duplos ou triplos. Àqueles que desejarem quarto individual será cobrado uma diferença pelo hotel.

Os ajustes nas bikes, se necessário, poderão ser realizados à noite.

No jantar decidiremos os horários de café da manhã e partida para o trajeto do dia seguinte.

Há ponto de carimbo em Ouro Branco.

Ouro Branco à Conselheiro Lafaiete


Altimetria entre Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete
Fonte: Instituto Estrada Real
Segundo o Instituto Estrada Real, o caminho entre Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete registra histórias que envolvem o inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes.

Nesse percurso passaremos pela Casa de Tiradentes, uma antiga fazenda (Fazenda Carreiras) de criação, venda ou troca de cavalos e parada para aqueles que faziam a viagem do Rio de Janeiro para Vila Rica pela Estrada Real.

Segundo a história, o alferes pernoitou nessa fazenda em 1788 e D. Pedro II citou em seu Diário de Viagem que lá se reuniram os inconfidentes. Apesar da documentação existente comprovar somente que Tiradentes pernoitou na Estalagem da Varginha que fica próxima à Fazenda Carreiras.

6 quilômetros após a fazenda, chega-se ao local onde ficava a Estalagem da Varginha que ainda resiste ao tempo uma antiga árvore onde foi exposta uma das pernas de Tiradentes. Como registra a história, os restos mortais do alferes foram transportados pelo Caminho Nova da Estrada Real até Vila Rica, atualmente Ouro Preto.

O Caminho, como pode ser visto no mapa de altimetria é plano e mescla trechos em asfalto e em estrada de terra. Serão percorridos 22 quilômetros com belas paisagens que é característico da Estrada Real e de Minas Gerais.

O trecho finaliza em Conselheiro Lafaiete, cidade de porte médio com cerca de 115 mil habitantes.

Ao chegar em Conselheiro Lafaiete, encontraremos com o Bike Tour que já terá encontrado algum lugar para tomarmos banho, almoçarmos e regressarmos para BH.

Há ponto de carimbo em Conselheiro Lafaiete.



Segunda Etapa

Finalizada a primeira etapa do desafio, agora é hora de pensarmos na segunda parte. 

Nessa etapa somente teremos que carimbar em Barbacena, portanto deixaremos os passaportes com o nosso motorista para que não seja necessário levar peso extra.

Conselheiro Lafaiete à Queluzito


Altimetria entre Conselheiro Lafaiete e Queluzito
Fonte: Instituto Estrada Real
O trecho a ser percorrido tem início na Praça Tiradentes em Conselheiro Lafaiete que tem esse nome em homenagem ao Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira, porém os registros histórico registram 2 nomes anteriores desde o século XVIII.

A região já era habitada por índios Carijós no final do século XVII quando os primeiros exploradores por lá chegaram, quando o arraial recebeu o nome de Arraial de Campo Alegre dos Carijós. Em 1790, o local foi elevado à categoria de Vila pelo então governador Visconde de Barbacena. Somente em 1934 passou então ao nome atual.

Logo no início do percurso teremos que atravessar a BR-040 no trevo e seguir à direita pela rodovia. Seguiremos sentido Sítio São Jorge para entramos na estrada de terra.

Será importante termos atenção redobrada no cruzamento no KM 8,49, uma vez que o marco está em um ponto com visibilidade difícil, o que pode causar erro. Teremos que virar à esquerda passando pelo mata-burros.

No marco 1465 entraremos novamente na rodovia até a cidade de Queluzito, onde chegaremos na Igreja de Santo Antônio.

Distância a percorrer: 19,9 KM
Nível de dificuldade: 3

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.

Não há nenhum marco posicionado em local para gerar erro.

Queluzito à Carandaí


Altimetria entre Queluzito e Carandaí
Fonte: Instituto Estrada Real
O segundo trecho do dia é composto por aproximadamente 34 quilômetros. Haverá um trecho de trilha e muitos mata-burros pelo percurso.

A presença de mata-burros é sempre uma preocupação, visto que já tivemos situações de mata-burros na perpendicular que pode acarretar acidentes graves para ciclistas ou motocilistas. Além é claro de alguns mata-burros terem um espaço no meio que também pode levar à quedas. Portanto, tenhamos muita atenção.

Ao todo, a planilha desse percurso apontam 18 mata-burros.

Há também no quilômetro 24,84 um marco do lado errado, onde devemos seguir à direita até o posto de gasolina de onde veremos o marco seguinte.

O trecho é longo e requer um planejamento cuidados, principalmente pela ausência de infraestrutura de apoio no caminho.

Não encontrei nenhuma indicação para que ciclistas evitem alguma parte do percurso, mesmo havendo a indicação de travessia de um córrego sem ponte.

Nas proximidades de Carandaí é evidente a movimentação de cargas nos ramais ferroviários. Como é de conhecimento histórico, muitas cidades mineiras, após o declínio do ciclo do ouro e já na segunda metade do século XIX, tiveram suas economias atreladas ao desenvolvimento da Estrada de Ferro D. Pedro II que tinha linhas ligando a cidade do Rio de Janeiro ao interior de Minas Gerais.

Outras atrações que teremos nessa região são os casarões históricos preservados e, muitos deles, transformados em hotéis fazendas. A região faz parte do Circuito Villas e Fazendas.

Distância a percorrer: 33,27 KM
Nível de dificuldade: 5

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.

Há a indicação do marco 111 posicionado em local para gerar erro.

Carandaí à Ressaquinha


Altimetria entre Carandaí e Ressaquinha
Fonte: Instituto Estrada Real
Esse será o primeiro trecho do nosso segundo dia. Sairemos de Carandaí logo após o café da manhã rumo ao destino final para retorno à BH que é Barbacena, porém antes passaremos por Ressaquinha.

Segundo o Instituto Estrada Real, o trecho é plano nos seus primeiros 15 quilômetros e então passa a alternar entre subidas e descidas.

Passaremos em um povoado, distrito de Carandaí de nome Ressaca que destaca-se pela beleza da capela erguida no século XVIII em homenagem à Nossa Senhora da Glória. A capela possui estilo barroco e muito bem preservada, apesar do tempo.

Já no município de Ressaquinha, há registros históricos de 1733 da existência de trabalhadores na Fazenda Costa da Minas, um dos atrativos do percurso.

Pelo que percebemos no mapa de altimetria, teremos duas subidas mais fortes e que exigirão preparo dos ciclistas. São subidas pequenas, mas bem ingrimes.

Teremos como ponto de atenção uma grande quantidade de mata-burros e a existência de um marco de difícil visualização, aproximadamente no quilômetro 18.

O ponto de chegada em Ressaquinha é a Igreja de São José, onde não há marco.

Distância a percorrer: 30 KM
Nível de dificuldade: 5

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.
Há a indicação do marco 1534 posicionado em local de difícil visualização.

Ressaquinha à Barbacena

Altimetria entre Ressaquinha e Barbacena
Fonte: Instituto Estrada Real
Destino final dessa etapa. De Barbacena retornaremos para BH.

O trecho é composto por 28 quilômetros de dificuldade técnica de nível 5 segundo o Instituto Estrada Real.

Teremos parte do trajeto realizado em asfalto e parte em estrada de terra de boa conservação. Existem marcos caídos, marco 1573 e 1574.

Nesse percurso passaremos no distrito de Alfredo Vasconcelos que foi formado no entorno de uma estação ferroviária e tem como atrativos destacados o Pontilhão construído no século XIX que fica na entrada da cidade e a Igreja Nossa Senhora do Rosário que foi construída no século XVIII.

O trecho finaliza em Barbacena, fundada no início do século XVIII e serviu como abrigo para cinco conspiradores da Inconfidência Mineira, dentre eles o padre Manuel da Costa. Parte da história mineira, a cidade recebeu o braço direito de Tiradentes que ficou exposto no adro da Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Pelo que percebemos do trajeto, teremos duas subidas mais difíceis, devido à distância a ser subida, mas nada que desgaste demais os ciclistas. Temos que tomar cuidado com os marcos caídos e a existência de mata-burros que podem gerar dúvidas e quedas.

Distância a percorrer: 28 KM
Nível de dificuldade: 5

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.


Terceira Etapa

Finalizada a segunda etapa do desafio, agora é hora de pensarmos na terceira parte.

Nessa etapa somente teremos que carimbar em Santos Dumont e Juiz de Fora, portanto deixaremos os passaportes com o nosso motorista para que não seja necessário levar peso extra.

Barbacena à Antônio Carlos


Altimetria entre Barbacena e Antônio Carlos
Fonte: Instituto Estrada Real
Trecho curto, de apenas 13,4 Km. 10 Km são feitos no asfalto e 3 km em estrada de terra.

A estrada está em bom estado de conservação e, por ser larga e plana, é de fácil acesso e trânsito.

A dificuldade encontrada é a falta de sombra durante o percurso. Além disso, a ausência de acostamento no trecho de asfalto pode ser perigosa para o viajante.

O trecho termina no pequeno município de Antônio Carlos, cujo nome é homenagem ao político mineiro, ex-presidente do Brasil.

A cidade teve origem no povoado formado em volta da estação ferroviária implantada no final do século XIX.

O município tem como atrativos a sua Igreja e um conjunto de antigas propriedades rurais, como a fazenda de Borda do Campo, que pertencia a Garcia Rodrigues – um dos responsáveis pela abertura do Caminho Novo –, a Fazenda do Barro e a Fazenda Passa Três, todas de 1778.

Distância a percorrer: 13 KM
Nível de dificuldade: 3

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.

Não há nenhum marco posicionado em local para gerar erro.


Antônio Carlos à Santos Dumont


Altimetria entre Antônio Carlos e Santos Dumont
Fonte: Instituto Estrada Real
É um dos maiores trechos do Caminho Novo, com 56 Km. Sua longa distância é uma das dificuldades para o caminhante.

No entanto, o bom estado de conservação da larga e plana estrada, somado a algumas áreas sombreadas, torna o trecho de fácil acesso para o viajante e ajuda a vencer a distância.

No marco 1614, chega-se ao pequeno povoado Patrimônio dos Paivas que pode servir de ponto de parada. Uma opção de pernoite pode ser encontrada pelo telefone (32) 3257-0009 e falar com Sra. Bárbara, ela é uma funcionaria do posto de saúde.

Esse trecho é rico em atrativos históricos, como a Fazenda Borda do Campo, que pertencia a Garcia Rodrigues, filho do bandeirista Fernão Dias e que foi responsável pela abertura do Caminho Novo, a Fazenda Cabangu, onde nasceu Santos Dumont e hoje funciona um museu com reproduções do 14-Bis e do Demoiselle, além de documentos, fotos, móveis e roupas que pertenceram ao inventor.

Outro atrativo do trecho está na própria estrada. Do marco 1606 ao 1608 reserva ao viajante a possibilidade de encontrar resquícios do calçamento da antiga Estrada União Indústria. No marco 1607, por exemplo, é possível ver um chafariz que foi construído 1928, construído por Mariano Procópio para servir de ponto de parada para os viajantes.

O fim do trecho é na cidade de Santos Dumont. Como principais atrativos turísticos, além da Fazenda Cabangu, destacam-se as cachoeiras e o Parque da Lagoa.

Distância a percorrer: 55 KM
Nível de dificuldade: 5

Santos Dumont à Ewbank da Câmara

Altimetria entre Santos Dumont e Ewbank da Câmara
Fonte: Instituto Estrada Real
O trecho, de 20 Km, oscila entre estrada de terra, que o predomina, trilhas e asfalto (três km). Existem dois trechos com trilhas, entre o marco 1652 a 1653 (total 1 km) e entre o marco 1666, porém, como essa trilha está em péssimo estado, retiramos esse trecho da Estrada Real da planilha e indicamos um novo caminho.   

A estrada está em bom estado de conservação até o marco 1656. Depois, passa a demandar atenção para quem estiver de carro comum, já que a estrada piora e passa-se por trechos de mata fechada. 

Esse trajeto somente liga fazendas da região, por isso o movimento de veículos é muito reduzido. Em épocas de chuva não é aconselhável para carros comuns.


Distância a percorrer: 18 KM
Nível de dificuldade: 4

Temos que tomar muito cuidado com as entradas das trilhas para não pegarmos o caminho errado.

Altimetria entre Ewbank da Câmara e Juiz de Fora
Fonte: Instituto Estrada Real
É o maior trecho do Caminho Novo, com 59 Km. Sua longa distância é uma das dificuldades para o caminhante. No entanto, a estrada ser plana ajuda o viajante a vencer a quilometragem.   

A partir do marco 1679 indicamos um novo trecho da Estrada Real, devido o trajeto antigo possuir um trilha de 5 Km que não está em boas condições, além do portão de entrada dela está trancado com um cadeado. Por isso, seguir o caminho indicado na planilha. Ter muita atenção nas indicações devido não existir marco entre os 4 Km do novo trecho.   

O viajante tem que ficar atento à planilha entre os marcos 1728 a 1730. Por ser um trecho percorrido na BR-040, há intenso fluxo de carro. No viaduto, no marco 1730, o viajante tem que seguir sentido Barreira do Triunfo para seguir pela Estrada Real.   

A chegada é em Juiz de Fora, cidade cuja história começa com a implantação do Caminho Novo da Estrada Real. Foi a abertura dele que formou o povoado, que servia como ponto de pouso e abastecimento para os viajantes.   

Nesse período colonial o império distribuía lotes de terra, as chamadas sesmarias. Um dos sesmeiros teria sido um juiz de fora, ou seja, um magistrado que exercia suas funções em locais onde não havia juiz de direito, o que mais tarde acabou dando nome ao núcleo urbano formado em volta de sua propriedade.   

Juiz de Fora tem como principais atrações turísticas as suas construções de estilos arquitetônicos diversos, museus históricos e de arte e centros culturais.

Distância a percorrer: 59 KM
Nível de dificuldade: 5



Quarta Etapa

Finalizada a terceira etapa do desafio, agora é hora de pensarmos na quarta e penúltima parte.

Nessa etapa somente teremos que carimbar em Matias Barbosa e Paraíba do Sul, portanto não deixaremos os passaportes com o nosso motorista uma vez que necessitaremos carimbar durante o percurso do primeiro dia.

Juiz de Fora à Matias Barbosa

Altimetria entre Juiz de Fora e Matias Barbosa
Fonte: Instituto Estrada Real
Atenção! Nesse trecho preferimos colocar a marcação a partir do 5º marco, pois os marcos antes desse é para quem está percorrendo a Estrada Real no sentido Porto Estrela a Ouro Preto.   

Os 25 Km do trecho são quase todos feitos em asfalto. Apesar do pequeno fluxo de carro, o viajante deve ficar atento, já que não há acostamento em todo o trajeto.   

A bela paisagem e as pequenas subidas e descidas, principalmente nos primeiros 12 Km, ajudam o viajante a vencer a distância.   

O trecho termina na cidade de Matias Barbosa, que se formou as margens do rio Paraibuna em 1702, com a chegada do português homônimo.   

Na cidade ainda é possível encontrar vestígios da Estrada Real, como os túneis que eram usados como esconderijo no caso de ataques de índios. Eles estão abaixo da Capela do Rosário. Esse imperdível atrativo fica aberto de segunda a sexta-feira na Capela do Rosário (para informações sobre visitas aos finais de semana, procurar Carlos Alberto, mais conhecido por Minhoca )

Distância a percorrer: 26 KM
Nível de dificuldade: 5

Temos que tomar muito cuidado, pois a maioria do percurso é realizada por asfalto sem acostamento.
A planilha está com uma informação confusa por um asterisco, mas não precisamos nos preocuparmos.

Há ponto de carimbo em Matias Barbosa

Matias Barbosa à Monte Serrat

Altimetria entre Matias Barbosa e Monte Serrat
Fonte: Instituto Estrada Real
Trecho de 24,88 Km todo feito em asfalto, com pequenas subidas e descidas. O fluxo de carros é pequeno. Não há acostamento em todo o trajeto.   

No marco 1781 da planilha chega-se a agradável cidade de Simão Pereira. Por ser cortada pela Estrada Real, conta com o Casarão do Registro, que fica no marco 1786. O local era usado pela Coroa Portuguesa para fiscalizar os carregamentos vindos de Minas Gerias em direção ao Rio de Janeiro.   

Já no marco 1785 da planilha, em frente ao Saracuruna Esporte Clube, se pega uma trilha que dá o acesso ao cemitério da Rocinha Negra, ou Cemitério dos Barões, do século XIX. 

Outros atrativos do município são: o Chafariz das Pedras, do século XVIII, e as igrejas N. Sra. Da Glória, a primeira da cidade, e a de Santo Antônio, do século XVIII.   

Depois de Cruzar a ponte do rio Paraibuna, chega-se ao final do trecho, no município de Monte Serrat, que fica na divisa de Minas Gerias com Rio de Janeiro. Um dos atrativos do local é a Estação de Paraibuna, construída em 1856 para a troca das mulas durante as diligências (procedimento realizado várias vezes na viagem entre Petrópolis e Juiz de Fora). 

Situada em um bonito chalé em estilo francês, a Estação abriga atualmente o Museu Rodoviário, onde é possível vislumbrar em detalhes a história da Estrada União e Indústria e do rodoviarismo brasileiro.


Distância a percorrer: 24 KM
Nível de dificuldade: 3

Temos que tomar muito cuidado, pois a maioria do percurso é realizada por asfalto sem acostamento.
O marco 1785, em frente à Tapera da Mãe Preta, está caído

Monte Serrat à Paraíba do Sul

Altimetria entre Monte Serrat e Paraíba do Sul
Fonte: Instituto Estrada Real
Trecho todo feito em estrada de terra em bom estado de conservação, larga, plana e com pequenas subidas e descidas.   

No final do trecho, chega-se a cidade de Paraíba do Sul. Sua história está ligada a Garcia Rodrigues Paes, que recebeu terras na região em troca da implantação do Caminho Novo da Estrada Real. 

Com o crescimento de um povoado no entorno de sua fazenda, chamada Parahyba, o nome da vila estava definido.   

A cidade tem como atrativos seus casarões, museu, passeio de trem na antiga Estrada de Ferro D. Pedro II e o Parque das Águas Salutares, que dispõe de quatro fontes de águas minerais com propriedades medicinais.


Distância a percorrer: 20 KM
Nível de dificuldade: 3


Há ponto de carimbo em Paraíba do Sul

Paraíba do Sul à Secretário

Altimetria entre Paraíba do Sul e Secretário
Fonte: Instituto Estrada Real
Trecho de 32 km. A partir do km 10 o trecho é quase todo percorrido em subidas curtas e pouco íngremes.   

O trecho passa por dois pequenos povoados, Queima Sangue e Inconfidência (ou Sebollas). O último tem a sua história ligada a Inconfidência Mineira. Um dos braços de Tiradentes teria ficado exposto e posteriormente enterrado sob o piso da igreja Nossa Senhora de Sant’Ana de Sebollas. Depois de pesquisas feitas no cemitério do distrito, foram encontrados ossos que se supõe ser do braço de Tiradentes. Eles foram achados no túmulo de D. Mariana, tida como amante do líder inconfidente.   

Esses ossos podem ser vistos do museu, além do cetro e coroa de prata que teriam sido doadas por Tiradentes à igreja. Existem também no local imagens sacras do século XVIII e um antigo altar e objetos da época. A entrada é gratuita.   

O trecho termina no distrito de Secretário.


Distância a percorrer: 32 KM
Nível de dificuldade: 5

3 comentários:

  1. Muito bom, bem explicativo.
    Com isso vocês já estão no último dos caminhos da estrada real.

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  2. Tb gostei mestre rôia!!! já temos das proximas etapas?

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