segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Estrada Real: Caminho do Sabarabuçu

O caminho do Sabarabuçu é o menor dentre os quatro caminhos que foram a Estrada Real. Ele é composto por 160 quilômetros que cortam as cidades de Cocais, Caeté, Sabará, Raposos, Honório Bicalho, Rio Acima, Acurui e Glaura.

Resolvemos fazer esse caminho em 3 dias, mesmo sabendo que teríamos alguns grandes desafios, como o trecho entre Cocais e Sabará, onde enfrentamos 83 quilômetros pela Estrada Real e ainda teríamos que voltar para BH pedalando, ou seja, mais 20 KM para chegar em casa.

No segundo dia da empreitada, tivemos que fazer outro trecho entre BH e Sabará de Bike para depois seguirmos novamente pela Estrada Real até Rio Acima.

No terceiro dia, chegamos ao ponto mais difícil devido à altimetria que é o trecho entre Rio Acima e Glaura.

Planejamento realizado, foi hora de colocarmos as bikes na estrada e concluirmos o desafio.

O Primeiro Dia - Cocais até Sabará

O encontro foi marcado em BH para às 3 horas da manhã, com o intuito de chegarmos em Cocais bem cedo para desembarcarmos as bikes da van, tomar café e começarmos o pedal às 6 horas da manhã.

Boa parte do planejamento foi cumprida com sucesso. Saímos cedo de BH, chegamos cedo em Cocais, desembarque rápido das magrelas, café tomado e eis que uma integrante do grupo se sente mal. Esperamos um tempo para o restabelecimento da integrante e então hora de partir! Ledo engano: corrente rebentada.

Após algum tempo para a manutenção na corrente partimos rumo à Barão de Cocais na expectativa de chegarmos cedo em Sabará. Outro engano: Não observamos os totens e fomos para o lado errado. Quatro quilômetros mais tarde, descobrimos a falha e tivemos que retornar ao ponto de início. Com isso estávamos acumulando atrasos.

Ao começarmos o retorno, percebemos que um dos integrantes havia se desgarrado da equipe e dois outros foram à sua busca.

Cocais - Distrito de Barão de Cocais
Estávamos esperando em Cocais quando tivemos a notícia que o integrante não foi encontrado. Solicitamos para os dois retornarem que quando o primeiro chegasse em Barão de Cocais ele daria notícia. Dito e feito. 

Combinamos com esse integrante dele seguir rumo à Caeté passando pelo Canela de Ema e nós iríamos pelo trajeto correto.

Iniciamos nosso trajeto pelo caminho correto já às 9:00 horas da manhã, um atraso de 3:00 horas em relação ao planejamento inicial.

Logo na primeira descida mais forte, a integrante que havia passado mal, toma um tombo e bate com a cabeça. Mais um momento de parada inesperada e ela juntamente com o namorado resolveram retornar para buscar um apoio médico. Decisão mais que acertada.

Éramos 19 integrantes no início, agora restavam 16 na Estrada Real no Caminho do Sabarabuçu.

O trajeto entre Cocais e Antônio Dias é composto de muitas subidas e descidas ingrimes. Muitas das subidas eram desafiadoras e algumas pessoas precisaram empurrar suas bikes para vencer a altimetria.

O grupo se dividia e se unia durante várias vezes no percurso, sem nunca deixar de ter contato via rádio e muitas vezes visual. O grupo se comportava como uma grande equipe e todos estavam com o mesmo objetivo: chegar bem e juntos.

Chegamos em Antônio Dias já bem desgastados, devido à grande altimetria enfrentada até o momento e não conseguimos um lugar para almoço. Resolvemos optar por um lanche rápido no primeiro bar que encontramos e seguimos rumo à Caeté, onde de fato almoçaríamos.

Enquanto fazíamos o lanche, fomos surpreendidos por uma procissão de cristãos da igreja católica em homenagem à Nossa Senhora Aparecida e parece que a presença do nosso grupo animou ainda mais o padre local e as pessoas que acompanhavam a procissão. Eles desceram da igreja, em pleno sol de meio dia, fizeram a volta na praça local onde estávamos e retornaram para a igreja ao som de matracas e hinos sacros. O padre puxava o povo no hino ao som de "Aaaaavêêêêêêêêêêêêêêêêê Mariiiiiiaaaaaaaaaaaaaaaaaa"

O membro do grupo que havia se perdido já encontrava-se em Caeté próximo à igreja matriz onde nos encontraríamos com ele.
Seguimos nossa viagem pelas montanhas do Sabarabuçu e como já estávamos em um região conhecida, ficávamos o tempo todo procurando a Serra da Piedade, outrora chamada Serra do Sabarabuçu e ela nunca aparecia.

O trajeto ficou mais fácil após Antônio Dias e conseguimos ganhar um pouco mais de tempo nesse trecho. Chegamos em Caeté por volta das 14:00 horas e formos ao encontro do integrante que havia se desprendido, pois ele já havia negociado um almoço num restaurante para nós.

Após o almoço, reabastecemos nossos estoques de água e partimos com destino à Sabará, antes porém passaríamos em Morro Vermelho.

Esse trecho é mais fácil que o primeiro e já era conhecido por alguns integrantes, o que facilitou a viagem. Fizemos esse percurso somente por estrada de terra, para evitar a parte de trilha que está com vegetação muito alta e má conservada.

O grupo se dividiu um pouco na saída de Caeté, uma vez que alguns integrantes ficaram para reabastecimento de água. Pouco após sairmos de Caeté, tivemos incidentes com duas bike. Uma teve o parafuso que segura o banco quebrado e a segunda quebrou o Freehub. Como ambos os ciclistas ficaram impossibilitados de pedalar, eles voltaram para Caeté e pegaram um ônibus com destino à BH.

O restante do grupo continuou sentido Morro Vermelho e lá chegando, fizemos mais um momento de descanso e registros de fotos.

Deixamos o pequeno distrito rumo à Sabará que seria para alguns o destino final daquele primeiro dia e outros seguiriam até BH.

A noite foi chegando e precisamos pegar as lanternas para seguirmos com segurança. O percurso é muito tranquilo e conseguimos chegar ainda cedo, apesar de todo contra-tempo, em Sabará.

Nessa cidade, fizemos uma parada para lanche, reabastecer de água e despedir daqueles que seguiram de carro.

Continuamos 6 ciclistas até BH, num ritmo forte e cadenciado. Tanto que alguns carros com os outros integrantes nos passaram quando estávamos já chegando em BH.

Finalizamos o primeiro dia na expectativa de chegar logo o sábado para iniciarmos o restante do Caminho do Sabarabuçu.

O Segundo Dia - Sabará à Rio Acima

Café da Manhã em Sabará - Renato Veloso e família
O encontro foi marcado em BH para às 5:30 da manhã, com o intuito de chegarmos em Sabará para desfrutar de um café da manhã oferecido pelo nosso amigo Renato Veloso. E por falar nisso, que café sensacional foi aquele! Padrão alto nível de qualidade.

O café nos deu uma motivação grande para realizar o trecho destinado para esse sábado, seriam apenas 34 quilômetros. Nesse trecho aprendemos que a quilometragem pouco importa.

Saímos para o primeiro desafio que era chegar em Raposos. Esse trecho é de conhecimento de vários integrantes do grupo e o fizemos relativamente muito rápido, pois não há desafios significativos no caminho. Muito pelo contrário, fomos agraciados por muitos pés de jabuticaba pelo caminho e aproveitamos muito para saborear essa fruta.

Infelizmente, nesse trecho tivemos que nos despedir de um integrante que teve problema mecânico em sua bike, porém ele ficou de nos encontrar em Rio Acima para fazer a segunda parte do trajeto, caso conseguisse arrumar sua bike. Mas isso também não se concluiu e ficamos tristes por ele.

Em Raposos nos refrescamos um pouco e seguimos rumo à Honório Bicalho. Um ponto muito importante nesse trecho é respeitar a indicação do marco 2066 na planilha, pois a trilha que inicia à direita é de extrema dificuldade. Tivemos que carregar as bikes por praticamente toda a trilha, ou seja, mais ou menos 4 quilômetros. Não sabemos como é o trecho alternativo, mas imaginamos que seja mais fácil ou pelo menos pedalável.

Carrega Bike
Após aproximadamente 2 quilômetros pela trilha, chegamos em um pequeno e refrescante rio onde aproveitamos para descansar e refrescar. Foi um presente do caminho para nós que já estávamos muito cansados e desgastados pela dificuldade da trilha.

Esse período em que ficamos no rio, nos deu forças para conseguir finalizar os outros 2 quilômetros de empurra e carrega bike que teríamos pela frente. O sofrimento foi muito forte, mas nós seguíamos fortes para que ninguém desanimasse e chegássemos ao nosso objetivo com determinação.

Foi um verdadeiro alívio quando conseguimos finalizar esse trecho de trilha e voltar a pedalar nossas bikes.

Faltava menos de 1 quilômetro para chegarmos em Honório Bicalho quando avistamos o marco 2078 que indicava o início de uma nova trilha com a indicação, na planilha, de não recomendado para ciclistas. Optamos por respeitar a planilha e seguir rumo à Honório pelo caminho principal.

Pouco à frente desse marco, há um mata-burros em uma descida que necessita de muita atenção e cuidado. Após o mata-burros há cabos de aço de contenção esticados que não estão enterrados. Nesse ponto tivemos um acidente muito grave com um de nossos integrantes que ficou com a bike presa no cabo de aço e foi arremessado sobre a bike, o acidente foi muito violento, a pancada também e nosso amigo chegou a ficar sem ar por um curto intervalo de tempo. Que susto!

Graças à Deus não houve nada mais grave com ele que mesmo acidentando continuou o trajeto. Apesar de não ter pedalado no dia seguinte por precaução. Ele realizou exames de imagens e nada foi constatado alem da pancada forte.

Chegamos, em fim , em Honório Bicalho onde almoçamos e descansamos um pouco. Nos encontramos com outros integrantes do grupo que foram de carro e já haviam organizado um almoço para nós que estávamos realmente necessitados desse carinho.

Seguimos rumo à Rio Acima que era nosso destino final desse sábado. O trajeto entre Honório Bicalho e Rio Acima é bem fácil e tranquilo, talvez para recompensar o que passamos entre Raposos e Honório Bicalho.

O dia já finalizava e o sol já não castigava tanto mais. Nós aproveitamos aquele trajeto de sombras e estradas de fácil pedalada, rindo, curtindo, brincando e, agora, nos vangloriando dos perrengues passados até chegarmos em Honório Bicalho.

Ao chegarmos em Rio Acima, formos direto para a Pousada Circuito Real onde fomos muito bem recepcionados pelo Cacau e sua família. A pousada é simples, mas muito aconchegante.

Fizemos uma confraternização na própria pousada à noite, onde comemoramos o aniversário de 9 anos de casados de Hélio e Jordana. Todo o grupo se reuniu após o banho e tivemos um momento muito agradável com direito a bolo, bebidas e muita diversão.

Durante a confraternização, combinamos que o café da manhã seria às 7:30 e que começaríamos o pedal às 8:30 rumo à Glaura, nosso destino final do Sabarabuçu.

O Terceiro Dia - Rio Acima à Glaura

Estávamos todos pontualmente às 7:30 reunidos para o café da manhã e ficamos muito aliviados ao saber que nosso amigo Renato que se acidentara no dia anterior, seria resgatado por seu genro e que não pedalaria naquele dia, não por medo dele se acidentar novamente, mas por segurança e precauções devido à uma provável hemorragia ou algo semelhante. Graças à Deus nada disso se comprovou.

Saímos seguindo os marcos e indicações das planilhas, na expectativa de encontrar o local de carimbar nossos passaportes, uma vez que em Rio Acima está muito complicado realizar isso no final de semana. No final da parte asfaltada, chegamos ao bar que realiza os carimbos. Felizmente ele estava abrindo e 2 dos nossos integrantes ficaram para realizar os carimbos enquanto os demais foram pedalando. Nisso encontramos com o Otávio e o João que estavam de Jeep e ficaram para trás para comprar água e lanche para nosso apoio durante o percurso até Glaura.

O percurso até o momento estava muito tranquilo, porém desse ponto em diante começam as subidas difíceis, com uma altimetria bem forte e desafiadora. Já estávamos cansados do dia anterior, mas não desistiríamos, tínhamos como desafio chegar em Glaura e faríamos isso com determinação e empenho.

O trajeto é composto de muitas subidas e descidas ingrimes até o povoado de Acuruí. Desse ponto em diante se torna mais tranquilo e perdalável sem muitos esforços, além do cansaço é óbvio.

Ao chegarmos no ponto de acesso à Acuruí, fizemos um pequeno piquenique. Onde tivemos frutas, sanduíches com pão de forma, presunto e queijo que o Otávio e João haviam comprado em Rio Acima antes de iniciarem a viagem ao nosso encontro.

O grupo estava muito coeso e unido, pedalávamos juntos praticamente todo o tempo e sempre um cuidando dos demais. Num determinado ponto da estrada, encontramos um chafariz artificial em uma fazenda e nos esbaldamos para refrescar do calor muito forte que fazia naquele dia. Ficamos por alguns minutos nos refrescando e agradecendo à Deus por aquela maravilha, entretanto ainda tínhamos um caminho longo a seguir e não poderíamos ficar mais tempo ali. Seguimos rumo à Glaura.

Ainda teríamos uma serra ingrime a vencer antes de chegarmos em Glaura e essa era a última no caminho. Alguns de nossos amigos já demonstravam um evidente cansaço e com isso era necessário dar apoio para que não desistissem.

A pouco mais de 5 quilômetros para chegarmos em Glaura, encontramos um bar e resolvemos parar para um refresco. Nesse bar tomamos água bem gelada, compramos chup-chup e usamos o banheiro. Alguns de nossos integrantes haviam chegado em Glaura e estávamos apenas 3 nesse momento. Por preocupação, o Otávio e João voltaram para nos encontrar, porém nenhum de nós optamos por voltar de Jeep e continuamos o trajeto de bike. O restante do trajeto era muito fácil e chegamos com muita alegria e sensação de dever cumprido.

Nos reunimos com os demais integrantes do grupo, comemoramos mais essa vitória e nos refrescamos no bar enfrente á igreja matriz de Glaura.

Agradecemos, nos confraternizamos e alegramos muito com mais essa oportunidade de conhecer as montanhas de Minas Gerais e principalmente a história contada pela Estrada Real. Tomara que a divulgação desses caminhos cheguem à todos que amam o esporte e principalmente o Brasil.

Conseguimos um lugar para tomar banho e outros decidiram por se banhar no chafariz no centro da cidade. Tudo é brincadeira e aventura para essa turma de loucos que amam o esporte e se divertir por Minas Gerais.

O retorno para casa foi realizado na van que sempre temos de apoio e com muita alegria e descontração.

Obrigado à todos os amigos que tornaram essa aventura possível e nos encontramos no Caminho Novo da Estrada Real em 2017. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Planejamento do Caminho do Sabarabuçu

Para realizar o caminho completo e sermos prestigiados com o Certificado Especial da Estrada Real, temos que fazer os 4 caminhos e decidimos fazer o Caminho do Sabarabuçu agora em Outubro, aproveitando o feriado do dia 12 e finalizando no final de semana seguinte.

O Caminho do Sabarabuçu surgiu da crença por parte dos bandeirantes de que na região do Pico de Sabarabuçu (atual Serra da Piedade) era possível achar ouro e outras pedras preciosas devido ao brilho que se via no pico. Porém, esse brilho era na verdade o minério de ferro no topo da montanha que refletia a luz do sol. Para chegar até a serra, os bandeirantes buscaram uma rota alternativa entre Ouro Preto, no Caminho Velho, e Barão de Cocais, no Caminho dos Diamantes.

O Caminho é composto por 160 quilômetros que cortam as cidades de Cocais, Caeté, Sabará, Raposos, Honório Bicalho, Rio Acima, Acurui e Glaura.

Resolvemos aceitar o desafio e então é hora de fazermos nosso planejamento.

Para esse caminho, resolvemos fazer em 3 dias, mesmo sabendo que teremos alguns desafios grandes, como trecho entre Cocais e Sabará, onde enfrentaremos 83 quilômetros pela Estrada Real e ainda teremos que voltar para BH pedalando, ou seja, mais 20 KM para chegar em casa.

No segundo dia da empreitada, teremos que fazer outro trecho entre BH e Sabará de Bike para depois seguirmos novamente pela Estrada Real e seguir até Rio Acima.

No terceiro dia, chegaremos no ponto mais difícil devido à altimetria que é o trecho entre Rio Acima e Glaura.

A Concentração



  • Terça-Feira 12/10/2016:

- Concentração no Ponto de Encontro: 03 hrs

- Previsão de Partida: 03:30 hrs

O Percurso

A previsão de chegada em Cocais é por volta das 5 horas da manhã e com isso pretendemos iniciar o pedal por volta das 6:00.

Trecho Entre Cocais e Caeté


Trecho de Cocais à Caeté
O trecho inicia no vilarejo de Cocais, distrito de Barão de Cocais. Fundado em meados do século XVIII, a partir da vinda de bandeirantes em busca do ouro, o lugar conserva traços dessa época, como casarões e igrejas. Uma delas, o Santuário de Santana, foi construída totalmente com pedras e data de 1769. Outro ponto forte do trecho são as cachoeiras da região.   O distrito de Cocais é o entroncamento do Caminho dos Diamantes com o do Sabarabuçu. Por causa disso, no começo do trecho, o viajante encontra três marcos que fazem parte do Caminho dos Diamantes. O viajante deve estar atento.   O último marco do Caminho dos Diamantes, que é possível ver no trecho Cocais a Caeté, encontra-se no Km 1,5 da planilha. Por ser numa bifurcação o viajante deve ter atenção à planilha para não errar o caminho. O primeiro marco do Caminho do Sabarabuçu está no Km 1,6 da planilha.   A distância de 39,5 Km do trecho é umas das dificuldades para o viajante. As subidas, principalmente entre os Km 13 a 17, também exigem um esforço maior. Em contrapartida, o bom estado de conservação da estrada, somado a algumas áreas sombreadas, torna o trecho de fácil acesso e ajuda a vencer a distância.   A paisagem do trecho é muito bonita, com dois pontos marcantes. O primeiro é a quantidade de eucaliptos que é possível ver durante boa parte do percurso, principalmente entre os Kms 12,33 e 15,33, onde o viajante percorre a Estrada Real dentro do eucaliptal. O outro ponto marcante é a Serra da Piedade ou Serra do Sabarabuçu, como era conhecida pelos antigos bandeirantes, lugar que confere o nome a este Caminho da Estrada Real.   O trecho termina na cidade de Caeté. O local era assim chamado pelos índios, por causa de suas características naturais. Em tupi, a palavra que hoje dá nome a cidade significa “mata virgem” ou “mata densa”. A história da criação de Caeté remete ao ano de 1704. Quatro anos mais tarde, a região foi palco da Guerra dos Emboabas. Após os conflitos, a população de Caeté promoveu as primeiras eleições livres do continente americano.   Os principais atrativos da cidade são as suas construções do século XVIII e XIX, como os casarios, chafarizes e as Igrejas, como a de Nossa Senhora do Bom Sucesso de autoria de Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, datada de 1764. As cachoeiras e mirantes para passeios também são destaques da região.

Pontos de Carimbos em Cocais

  • Pousada Vila Cocais

Telefone: (31) 3837-9244
Endereço: Rua Aristides Augusto da
Fonseca, 270 Praça de Santana.
Horário de funcionamento: Domingo
a Domingo - 24 horas

*PASSAPORTE E CERTIFICADO


Pontos de Carimbos em Caeté

  • CAT - Centro de Apoio ao Turista

Endereço: Praça Dr. João Pinheiro,
106 - Centro.
Telefone: (31) 3651.8708 / 3651.8053
Horário de funcionamento: 31.
3651.8708 ou 3651.8053

  • Restaurante Delícias do Fogão

Endereço: Av. Dr. João Pinheiro, 3267 - José Brandão
Telefone: (31) 3651-1116
Horário de funcionamento:

Todos os dias de 8h às 24h.

Trecho Entre Caeté e Sabará


O trecho inicial era de 43,5 Km, oscila entre estrada de terra (entre os Kms 0 a 21,1 e entre o Km 33,02 a 43,54) e trilhas (km 21,1 a 33,02), porém com o trecho de trilha está com a vegetação muito alta e de difícil orientação, a planilha foi elaborado em cima de um trecho alternativo enquanto não é resolvido o problema da trilha.     
Com o caminho alternativo o percurso passa a ter 31,21 Km todo percorrido em estradas de terra. Como os 6 Km do trecho alternativo não tem demarcação ficar muito atento nas orientações da planilha     No km 9,1 chega-se ao pequeno povoado de Morro Vermelho. Seus principais atrativos são as Igrejas de Nossa Senhora de Nazaré e a Capela do Rosário, além das suas cachoeiras, como a de Santo Antônio. O distrito pode servir como ponto de apoio para o viajante.     
O trecho termina na cidade de Sabará, um dos primeiros povoados de Minas Gerais. Criada pelas bandeiras que partiram de São Paulo durante o final do século XVII, a cidade tem como principais atrativos as suas construções históricas, como as que se encontram na rua D. Pedro I (antiga rua direita), o museu do ouro e as suas inúmeras igrejas, como a Igreja Nossa Senhora do Ó, a Igreja Nossa Senhora do Carmo e a Matriz Nossa Senhora da Conceição.

Pontos de Carimbo em Sabará
  • Hotel Solar Corte Real
Endereço: Rua São Francisco 345 - Centro
Telefone: (31) 3671-3040
Site: www.solarcortereal.com.br
Horário de funcionamento: Todos os dias – 24 horas
  • CAT – Centro de Atendimento ao Turista
Endereço: Av. Expedicionário
Romeu Jerônimo Dantas, s/nº, Caieira.
Telefone: (31) 3671-1403
Horário de funcionamento: 08h às 17h – todos os dias
  • Teatro Municipal de Sabará
Endereço: Rua Dom Pedro II, s/nº, Centro
Telefone: (31) 3672-7728
Horário de funcionamento: 09h às 17h – todos os dias

  • Sábado 15/10/2016:

- Concentração no Ponto de Encontro: 05:30 hrs

- Previsão de Partida: 06:00 hrs

- Teremos um café da manhã em Sabará

Trecho Entre Sabará e Raposos


O trecho, de 12,3 Km, oscila entre estrada de terra, trilhas (entre km 7,2 e 10,9) e um pequeno trecho de asfalto (2 km).   A trilha não é transitável para quem estiver de carro, mesmo os 4X4. Ela só é acessível a pé, de bicicleta ou a cavalo. Quem estiver com automóvel deve seguir de Sabará, por mais 18 Km, até Raposos.
O percurso alterna curtas subidas e descidas. Por todo o trajeto a estrada é larga e em bom estado de conservação. Mesmo nos trechos da trilha, somente 100 metros são percorridos em trilha técnica, com uma descida com muitas valas que exigem cautela, principalmente dos mais inexperientes. A única dificuldade é por ser praticamente todo sem sombra.   
No Km 2,4 o viajante chega ao bairro do Arraial Velho de Sabará, que foi fundado em 1700 pelo bandeirante Borba Gato, com o nome de arraial de Santa’Ana. O arraial ainda guarda um ar bucólico e um grande valor histórico. Assim, mesmo para quem estiver de carro, fica a dica para não deixar de conhecê-lo.   O trecho termina na cidade de Raposos, que teve sua criação em 1690, pelo bandeirante Pedro de Morais Rapôso, que foi à região em busca de ouro e pedras preciosas. 
Como a terra da região era muito fértil e rica em ouro, ele acabou permanecendo e fundando a vila de Raposos.   Como atrativo, a cidade ainda guarda um pouco do seu patrimônio histórico, como a Igreja de N. Sra. da Conceição. Apesar das reformas no começo do século XX, ela mantém as principais características do estilo barroco, como o São Francisco de Botas construído por Aleijadinho. Há ainda, como atrativo, a singela capela de N. Sra. do Rosário. Além da parte histórica, o viajante tem opções de passeios em trilhas ecológicas e algumas cachoeiras.

Trecho Entre Raposos e Honório Bicalho


O trecho é curto, com 13,5 km. É todo feito em trilha, com exceção dos primeiros 1,2 km. Devido às subidas íngremes e as descidas técnicas a partir do Km 4,7, o percurso tem um grau de dificuldade médio. Devido a presença da trilha, quase todo o trecho é impraticável para quem estiver de carro, mesmo para os 4X4. Ela só é transitável para quem estiver caminhando. Assim, para quem estiver de carro, a orientação é seguir de Raposos, por mais 12 Km, até Honório Bicalho pelo asfalto. Para os cavaleiros e ciclistas a trilha não é apropriada, seguir orientação da planilha. O trecho mais difícil fica entre os Km 8,8 a 10,9, nessa região o viajante terá de descer a serra por uma trilha bem estreita e íngreme. Em seguida, há um trecho de subida íngreme e trilha estreita. No Km 10, o viajante tem que ficar atento à planilha, por ser difícil encontrar a trilha do outro lado do rio. Devido a dificuldade de orientação é aconselhável seguir as indicações do trecho alternativo que está na planilha. O fim do percurso é no pequeno distrito de Honório Bicalho, que pode servir como ponto de apoio para o viajante.

Trecho Entre Honório Bicalho e Rio Acima


É o trecho mais curto do Caminho do Sabarabuçu, com 9,63 Km. É percorrido todo em estrada de terra em bom estado de conservação, plana e boa parte sombreada, o que facilita o trânsito pelo trecho.   O trecho termina na cidade de Rio Acima, que foi se formando em torno de uma capela, às margens do Rio das Velhas.   Por causa do relevo montanhoso é possível encontrar mais de 60 cachoeiras, algumas muito belas e cercadas por matas. Contudo, a maioria delas encontra-se em propriedades privadas. Outro atrativo da cidade são os registros do período colonial que podem ser encontrados nas localidades do Mingu, onde encontra-se o Muro de Pedras do Curralinho, na de Água Limpa, onde está a Casa de Pedra e ruínas de uma igreja do século XVIII, no Cocho d’ Água com a Mina de Ouro do Fundão, onde ficam as Muralhas Coloniais e a Igrejinha.

Pontos de Carimbo em Rio Acima
  • Secretaria Municipal de Turismo e Cultura
Telefone: (31) 3545-1870
Endereço: Avenida Governador Israel Pinheiro, 34 - Centro.
Horário de funcionamento: 08h às 17h - Todos os dias
  • Restaurante Canto da Saracura
Telefone: (31) 9989-3754, 8401-21
Endereço: Rua Joaquim Alexandre, Cocho D'água. Rio Acima –MG
Horário de funcionamento: 09h às19h- Ter a quinta /
                                            09h às 00 - Sexta - Sab /
                                            Domingo 9h - 19 h


Trecho Entre Rio Acima e Glaura


Trecho de 43,3 Km, onde os primeiros 6 Km são feitos em asfalto, e o restante em estrada de terra, com os últimos 3 Km percorridos em calçamentos.   A dificuldade do trecho é a sua distância, somado às oscilações de subidas e descidas íngremes e à falta de sombra. Contudo, a paisagem do trecho compensa cada subida, pois nos primeiros 28 Km a Estrada Real é toda percorrida em alto de serra, com bela vista de “mares de morros”. Vê-se em quase todo o trajeto os Picos do Itacolomi e do Itabirito, antigos pontos de referência para os bandeirantes.   No Km 23,7, o viajante tem a opção de andar por mais 1 Km e chegar na localidade de Acurui, ótimo ponto de apoio, que também vale à pena conhecer pelo charme que possui. Guarda também igrejas do século XVIII.   O trecho termina em Glaura, um dos mais antigos distritos da região do ouro. Fundada no século XVIII, no auge da exploração aurífera, servia como refúgio para os grandes senhores que tinham o antigo arraial como ponto médio entre Vila Rica (antigo nome de Ouro Preto) e São João Del-Rei. Como atrativo, o distrito oferece o charme da vida bucólica de um pequeno povoado, a Igreja Matriz de 1764, a paisagem colonial e as cachoeiras da região da Serra de Ouro Branco.   A localidade de Glaura é onde o Caminho do Sabarabuçu se junta com o Caminho Velho. Quem quiser continuar a Estrada Real pelo Caminho Velho é só baixar as planilhas entre os trechos Glaura a Paraty no próprio site da Estrada Real.   Se o viajante quiser terminar o Caminho do Sabarabuçu na cidade de Ouro Preto, são mais 26 Km pela Estrada Real,com trecho oscilando em trilhas e estradas de terra.




quinta-feira, 22 de setembro de 2016

18º Dia: Manhã livre em Paraty



O domingo

Hora do Embarque
O domingo foi livre até 11 horas, horário em que retornaríamos para BH. Muitos foram para o Centro Histórico de Paraty comprar suas lembranças, carimbar os passaportes, pegar os certificados e se divertir à sua maneira.

Às 11 horas, nos encontramos novamente no hotel para embarque das bicicletas e retorno para BH. Todos muito felizes com suas vitórias individuais e coletivas.

Que venham agora os caminhos Novo e Sabarabuçú.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

17º Dia: Cunha à Paraty

Em fim, chegamos em Paraty. Local que encerramos mais uma jornada da Estrada Real, o Caminho Velho que teve início em Ouro Preto e após 710 quilômetros, chegamos aos 1064 quilômetros dos 1724 que nos desafiamos à realizar.

O sentimento de dever cumprido e a emoção de chegarmos todos bem, sem perdas e com muitas experiências e aprendizados é muito recompensador. Esquecemos das dores, das dificuldades e só vivemos esse momento único de realização.

Nessa etapa em específico, saímos de Cunha no interior paulista e realizamos os 57 quilômetros até Paraty no estado do Rio de Janeiro. Esse trajeto foi realizado parte por estrada de terra batida e parte por asfalto. Tivemos um momento em cachoeira que apesar da água estar gelada, foi muito bom para relaxar e refrescar do calor que fazia.

A Viagem

Logo da etapa Brasil do Tour de France
O encontro para essa etapa estava previsto para as 20 horas da sexta-feira, 16/09, para que pudéssemos iniciar a viagem por volta das 20:30. Entretanto, tivemos alguns imprevistos e com isso só conseguimos sair de BH às 21:55. Infelizmente esses atrasos têm se tornado comum e a falta de planejamento com essa questão acaba gerando insatisfação para os demais integrantes que se sacrificam para cumprir com o horário.

Chegamos em Cunha que estava em festa para receber a etapa Brasil do Tour de France. Obviamente, chamamos muita atenção com aquela van lotada de bicicletas, MTB, e a cidade repleta de bicicletas estradeiras, Speed. Muitos olhares e perguntas eram-nos feita a todo momento por pessoas diferentes, mas isso é muito legal. 

Explicávamos nosso objetivo e a curiosidade das pessoas aumentava ainda mais. Muitos ciclistas estavam pela cidade e a movimentação era gigante.

O Pedal do Último Dia

É isso mesmo, nessa etapa pedalamos apenas no sábado para podermos curtir um pouco a cidade história de Paraty e confraternizar a nossa grande vitória.

Éramos um grupo imaturo no assunto de cicloviagem e atualmente estamos com bastante bagagem para falarmos e contarmos de nossa grande experiência pelas montanhas de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

É um orgulho muito grande se desafiar a realizar essa viagem, seja como for, pois os desgastes humano e físico são grandes. Brigas, discussões, desavenças sempre ocorrerão, mas é preciso que tenhamos maturidade suficiente para que isso não afete a amizade e carinho que existe entre as pessoas envolvidas. A gratidão e colaboração deve existir e se sobrepor à todas as dificuldades encontradas. 

A rotina foi a mesma de sempre, ou seja, desembarcamos as bikes, fizemos pequenos ajustes, lubrificação de corrente e tomamos nosso café. Um amigo teve o pneu furado durante a viagem e precisou fazer o reparo, com isso saímos para pedalar por volta das 08:27.

Partimos seguindo os marcos da Estrada Real rumo ao nosso destino final. Nessa etapa, optamos por deixar os passaportes com uma pessoa que seguiria de carro para realizar os carimbos, pois no meio do caminho não haveria onde carimbar.

O intuito com essa ação era que os certificados fossem pegados no sábado, para que no domingo pudéssemos aproveitar a manhã no centro histórico de Paraty ou até mesmo conhecermos Trindade.

Nesse dia, o pedal começou de forma um tanto quanto tensa, pois devido ao atraso na viagem o líder do grupo não conseguiu segurar sua insatisfação e isso acabou refletindo em todo o grupo. Essa situação não é boa em nenhuma viagem, ainda mais em uma viagem de bike e esta sendo a viagem que deveria ser de festa, pois estávamos finalizando a última etapa do Caminho Velho.

Cachoeira da Pimenta
Essa situação inesperada continuou até que chegamos a uma cachoeira no meio do caminho. A cachoeira serviu de refresco para o calor que sentíamos quanto para a cabeça do líder que até o momento estava muito insatisfeito com tudo que ocorrera na noite anterior.

Ficamos por um bom momento na cachoeira que estava gelada por sinal. Tiramos algumas fotos e seguimos nosso destino. Afinal, tínhamos mais de 40 quilômetros até Paraty. 

O caminho seguia por uma estrada de terra com nível pequeno de dificuldade, mesmo com alguns morros a serem conquistados. O dia estava muito bonito, o caminho bem movimentado dado as festividades e quantidade de pessoas na cidade, mas em momento algum isso foi incomodo para nós em nosso desafio.

O clima era de passeio realmente e o grupo foi divido, inconscientemente, em três. O pelotão da frente, um pelotão intermediário e um último pelotão ao final.

Criamos a seguinte regra, sem que fosse combinado na verdade. O grupo da frente sempre aguardava pela chegada do grupo intermediário antes de voltar a pedalar e sempre mantínhamos contato por rádio.

Seguimos nosso pedal e vez ou outra encontrávamos com moradores ou turistas que vinham conversar conosco e se admiravam com que estávamos fazendo. Alguns nos seguiam durante algum tempo e nos desejavam sucesso. Como é importante esse carinho que sempre recebemos por onde passamos!

Benefícios da Estrada Real

No quilômetro 11, avistamos a cachoeira do Pimenta e foi inevitável desviarmos um pouco do caminho para nos refrescarmos naquelas águas limpas e geladas.

Ficamos por algum tempo registrando aquela exuberante cachoeira, aproveitando suas águas e descansando um pouco. Porém vida de cicloviajante é muito cronometrada e não poderíamos ficar muito tempo naquele lugar paradisíaco. Saímos com destino à Paraty, na certeza de um dia voltar nesse local.

O retorno ao pedal

Iniciamos o pedal novamente pela estrada real e sempre na mesma curiosidades dos moradores e transeuntes sobre o que estávamos fazendo e se recebemos pra isso. Muito interessante como a viagem de bicicleta gera curiosidade nas pessoas e em nós causa essa grande alegria e vontade de continuar cada vez mais.

O trajeto que fizemos nessa última etapa não provê muitos locais de paradas e/ou reabastecimentos, mas é de nível fácil de realização, com poucas subidas fortes e/ou técnicas.

A viagem foi muito tranquila e ao chegarmos na parte asfaltada, resolvemos esperar para juntar todo o grupo e continuarmos a viagem juntos.

Poucos quilômetros à frente, encontramos um bar onde paramos para comprar água, lanchar e nos refrescarmos. Ficamos um tempo no bar descansando e conversando com várias pessoas que iriam participar a prova Tour de France etapa Brasil.

Continuamos pelo asfalto subindo a serra do Mar e encontramos outra cachoeira, esta pequena. Junto à essa cachoeira, havia um quiosque que vendia pastel frito e caldo de cana. O caldo de cana estava muito refrescante e é um hisotônico natural, inevitável não parar e aproveitar desse produto natural.

Desse ponto em diante o grupo se dividiu um pouco para que subíssemos em fila indiana, dado o grande número de veículos fazendo reconhecimento para o Tour de France.

Vencida a subida da Serra do Mar, chegou a hora de aproveitar a descida e chegar ao nosso destino final, a histórica Paraty.

Não foi possível avistar Paraty do mirante da Serra, dado a quantidade de neblina que estava na Serra e com isso, simplesmente, tampava a cidade.

Esse neblina abaixou consideravelmente a temperatura na Serra, chegando à apenas 12º. Com isso a descida ficou um tanto quando perigosa, pois não víamos muito mais que 5 metros à nossa frente. Mas isso não tirou o espírito aventureiro da turma que desceu com segurança, mas em velocidade alta para uma bicicleta.

Ao finalizarmos de descer a Serra, paramos para esperar que o grupo se reagrupasse para chegarmos todos juntos no Centro Histórico de Paraty.

A emoção era muito grande e algumas pessoas não se contiveram e aceleraram para chegar mais rápido, outras aproveitaram para tirar fotos e registrar mais essa emoção vivida pelo grupo que acabara de findar o segundo caminho dos quatro propostos a se fazer.

Chegamos ao Centro Histórico, registramos muitas fotos, nos cumprimentamos pelo feito realizado e confraternizamos com alegria e emoção.

Após um tempo no Centro Histórico, fomos para o hotel, onde iríamos decidir o que faríamos à noite para comemorar essa vitória.

Voltamos para o hotel e optamos por ir num restaurante próximo ao hotel para o fechamento do dia. No restaurante foram feitos os agradecimentos, pedidos de desculpas por algumas falhas, distribuição dos brindes e após o jantar, o grupo se dissipou pela cidade. Alguns foram curtir a noite da cidade, outros voltaram para o hotel onde fizemos um lual com violão, pizza e vinhos.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Planejamento da 9ª Etapa

O Desafio 100% Estrada Real está finalizando o Caminho Velho, essa será a última etapa desse caminho.

Nessa oportunidade sairemos de Cunha com destino à Cunha em São Paulo com destino ao ponto final do Caminho Velho, ou seja, Paraty.



Nessa etapa pedalaremos apenas no sábado, pois faltam apenas 57 quilômetros até nosso destino final e término do Caminho Velho da Estrada Real.

O domingo será dedicado a um passeio por Paraty, com retorno previsto para BH por volta das 13 horas.

Será muito importante respeitarmos o horário de saída no segundo dia para evitarmos atrasos ao retornarmos para Belo Horizonte, além do mais nossa reserva no hotel encera-se às 12 horas.

A Concentração



  • Sexta-Feira 16/09/2016:

- Concentração no Ponto de Encontro: 20 hrs
- Previsão de Partida: 21 hrs

O Percurso

A previsão de chegada em Cunha é por volta das 6 horas da manhã e com isso pretendemos iniciar o pedal por volta das 7:00.

Trecho Entre Cunha e Paraty


O trecho mescla asfalto e terra. Os primeiros 7 km são marcados por pequenas subidas, descidas e trechos planos. A partir daí, as subidas tornam-se mais constantes, até atingir 1.450 m de altitude, na divisa dos municípios.   

Ao longo do percurso, passa-se próximo às cachoeiras do Desterro, do Pimenta e do Mato Limpo. A do Pimenta, no km 11,27, tem área de camping, banheiros e lanchonete, aberta aos finais de semana. A queda d'água é acessível em todos os dias. As cachoeiras do Desterro e Mato Limpo não possuem estrutura de apoio ao turista. Para quem segue viagem a pé, a cavalo e de bike há várias opções de hospedagem até a divisa dos municípios. 

Depois da divisa, a descida pela estrada Cunha-Paraty está em péssimas condições. Uma alternativa para quem está de carro é seguir de Cunha para Lagoinha, continuando em São Luís do Paraitinga e até Ubatuba. Até Paraty, são aproximadamente 185 km. 

Para quem vai descer a serra, a sugestão é parar próximo ao segundo marco do Km 38 Estrada Real, à esquerda, onde há um pequeno mirante natural e de onde se avista a bela baía de Paraty.   

Próximo ao km 41, a sugestão é sair da estrada à esquerda e conhecer a Cachoeira da Pedra Branca. No marco 208, há outro ponto que pode valer uma parada: a Igreja da Penha, onde está instalado um totem da Estrada Real. Este ponto também dá acesso à trilha do Caminho do Ouro. Para percorrê-la, é necessário contratar um guia.   

O final do trecho é plano até o centro histórico de Paraty. O último marco da Estrada Real está ao lado do Chafariz do Pedreira. 

No Brasil colonial, era pela atual rua Presidente Pedreira que os tropeiros e viajantes partiam a caminho das Minas Gerais e chegavam para seguir em direção a Lisboa.   

Atenção! A Estrada-Parque Paraty-Cunha RJ 165 está sendo paralisada nos dois sentidos de acordo com a necessidade da obra de asfaltamento. O tempo de paralisação é de até 3 horas por interrupção, podendo ter várias interrupções por dia, tanto no trecho de Cunha quanto no trecho de Paraty. Os objetivos destas paralisações são dar uma melhor produção à obra e, principalmente, manter a segurança do usuário.

Horários

Início do Pedal: 7:00
Previsão de chegada à Paraty: 15:00 

Pontos de Parada

Cachoeira do Pimenta no km 11,27: Banheiros e lanchonete aberta aos finais de semana
Mirante natural no km 38: onde se avista a bela baía de Paraty
Igreja da Penha no marco 208 próximo ao km 41: dá acesso á trilha do Caminho do Ouro
Chafariz do Pedreira: Último marco da Estrada Real

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

16º Dia: Guaratinguetá à Cunha

Catedral de Santo Antônio - Guaratinguetá
Planejamos para o domingo realizar o percurso de 50 quilômetros entre Guaratinguetá e Cunha. Devido á queda do dia anterior, nossa integrante estava em dúvida se pedalaria conosco naquele dia.

Estávamos todos no café por volta das 6:30 da manhã quando a mesma apareceu toda vestida para pedalar. Não é necessário dizer que nesse momento fizemos uma grande festa e ficamos muito felizes com a decisão dela de não desistir.

Após o café, nos reunimos na porta da Catedral de Santo Antônio para uma foto antes da partida e seguimos rumo à Cunha, um pouco preocupados devido á chuva que caíra na noite anterior e ainda chuviscava. Com isso, estava bastante frio e foi necessário agasalhar para conseguirmos pedalar.

Assim que saímos para pedalar, tivemos a companhia de uma cachorra Sem Raça Definida que não nos abandonava por nada. Foi nos seguindo pelo asfalta e sempre a enxotávamos para que ela não nos seguisse, mas isso foi inevitável. Ela é muito dócil e pelo visto ama bicicletas.

A Menina companheira do Bike de Elite na Estrada Real
Seguimos nosso caminho, deixando para trás a Serra da Mantiqueira e mirando a Serra do Mar. O trecho começa plano, mas sabíamos que à frente enfrentaríamos fortes subidas que nos levariam à 1100 metros de altitude. Estávamos à 550 metros. Essa subida tem aproximadamente 12 quilômetros e estava um pouco mais dificultada devido ao barro e lama que teimavam em grudar nos pneus.

Novamente nesse dia, tivemos por vários momentos a presença de nosso amigo Demis com sua bike carregada de seus pertences, como uma barraca, fogareiro e roupas.

Hélio Filho e a Menina
A nossa amiga que agora já foi gentilmente batizada de Menina, continua firme conosco e o fato curioso é que ela gosta de ficar á frente, bem ao lado de quem está puxando o pelotão.

Nas paradas fazíamos carinho nela e ela retribuía com muita doçura. Durante todo o percurso ela não latiu nem uma vez, exceto quando algum outro cachorro se aproximava do grupo.

O frio aumentava muito e a chuva também não deixava de cair sorrateiramente, encharcando ainda mais a terra e à nós também.

Nossa amiga Menina já demonstrava cansaço e nós estávamos muito preocupado com ela. Por isso, na entrada do bairro Rocinha conseguimos com um morador local que ela ficasse com ele até que ele pudesse a levar de volta para Guaratinguetá ou encontrar alguém que pudesse fazer isso por nós e por ela. Porém, como ela é muito dócil e amável, o morador resolveu a adotar e nós seguimos sem nossa fiel companheira.

Desse ponto até o marco 1320, fizemos um pouco mais rápido por se tratar de um trecho de asfalto com muitos pontos sem acostamento e com a chuva o risco de acidente aumentava muito. Após esse marco retornamos para a parte de terra que estava muito encharcada dificultando ainda mais a subida forte que tivemos que fazer.

O Caminho Velho está no fim
No alto dessa serra avistamos ao longe e à direita nosso destino final do dia, a singela Cunha. Porém teríamos ainda aproximadamente 10 quilômetros de barro para percorrer. E isso é um motivador para muitos, inclusive para mim.

A descida dessa serra estava muito escorregadia, o que careceu de um pouco mais de atenção e cuidado para evitarmos novas quedas. A lama acumulava nos pneus e passadores da bike, mas a diversão era garantida.

Um pouco mais à frente, nos encontramos novamente com nosso amigo Demis que se limpava de uma pequena queda que sofrera, sem nenhum machucado ou avarias, graças à Deus.

Descanso a 2 quilômetros de Cunha
Seguimos rumo aos últimos quilômetros de desafio para o dia e nos deparamos com uma subida bem ingrime, porém asfaltada. No início da subida alguém escreveu a palavra "Força" que me remeteu à um desafio para chegar ao topo do morro e realmente foi. Mas já estávamos bem próximos à Cunha e isso dava força para vencer o desafio.

No final dessa subida asfaltada há um marco de número 1330 informando que faltava pouco mais de 2 quilômetros para chegarmos e finalizar nosso final de semana de cicloviagem. 

Após o registro de algumas fotos e admiração da região, seguimos rumo aos 2 último quilômetros dessa que é nossa penúltima etapa do Caminho Velho.

É muito bom concluir um desafio como esse, mas a sensação é de que não deveria terminar. O desejo de continuar pedalando e concluir de uma vez fala muito alto, mesmo com todos os desafios encontrados.

Ao chegarmos em Cunha, fomos ao encontro do nosso carro de apoio que estrategicamente encontrava-se em uma pousada com restaurante, onde tomaríamos banho, almoçaríamos e embarcaríamos as bikes para o retorno á BH.

O retorno para BH


Sprinter Bike - Nosso carro de apoio
Assim que chegamos à pousada onde nossa van de apoio estava, fomos autorizados a lavar nossas bikes que estavam imundas devido ás chuvas e estrada com barro e lama que passamos. Dividimos a equipe em partes para que algumas pessoas ficassem responsáveis por lavar as bikes, outras realizassem o pedido do almoço, outras fossem adiantando o banho e outras ajudassem no embarque das bikes na van.

Esse processo todo demorou em torno de 2 horas, pois o pessoal da cozinha do restaurante fez algumas confusões e alguns pedidos demoraram a ser atendidos.

Com isso saímos de Cunha já próximo às 17 horas e com isso chegamos em BH por volta das 2 horas da manhã da segunda-feira.
Valdinei Bruzinga - Nosso condutor

A viagem de volta para casa foi muito boa e num clima muito descontraído, possibilitando brincadeiras e assistirmos alguns filmes até chegarmos.

E assim finalizamos nossa oitava etapa do Desafio 100% Estrada Real, já com o desejo de realizarmos o próximo e último trecho do Caminho Velho para então pensarmos no Caminho do Sabarabuçu e Caminho novo.



Que venha a 9ª Etapa do Desafio 100% Estrada Real que condiz com a 6ª Etapa do Caminho Velho, onde sairemos de Cunha e finalizaremos em Paraty e assim nos despediremos do Caminho Velho.  

sábado, 20 de agosto de 2016

15º Dia: Passa Quatro à Guaratinguetá

Caminho Velho da Estrada Real-Passa Quatro
No último final de semana, 20 e 21, fizemos a penúltima etapa do Caminho Velho da Estrada Real. O que era até certo ponto uma utopia está se concretizando e virando já saudades. Em breve fecharemos mais o segundo caminho da Estrada Real, pois já fechamos o Caminho dos Diamantes que leva de Diamantina à Ouro Preto.

Essa etapa foi realizada entre as cidades de Passa Quatro e Cunha.

Foram planejados 72 quilômetros a serem realizados no sábado, saindo de Passa Quatro e passando por Vila do Embaú e Guaratinguetá. Para o domingo foram previstos a realização de 50 quilômetros entre Guaratinguetá e Cunha.

A viagem

Alegria e descontração dentro da Van
O encontro para a viagem estava marcado para as 21 horas da sexta-feira, 19/08, para que pudéssemos iniciar a viagem às 22 horas. Porém devido à um imprevisto com um dos integrantes, tivemos um atraso de 1:40.

Chegamos em Passa Quatro, desembarcamos as bikes da van e tomamos um café. Com isso iniciamos nosso pedal às 07:40 da manhã, quando o previsto era as 7:00. Devido ao atraso da saída, até que não foi grande a perda que tivemos.

O pedal

Estação Ferroviária de Passa Quatro
Como sempre ocorre em nossas cicloviagens, o pedal começou com muita brincadeira entre os membros do grupo, com muita descontração e alegria. O grupo pedalou muito unido, sem que nenhum membro se distanciasse ou desgarrasse do pelotão.

Fomos 17 ciclistas pelas estradas e rodovias entre Passa Quatro e Vila do Embaú com muita organização e harmonia.

Logo no início do dia, encontramos com um ciclista que estava fazendo o trajeto sozinho. Conversamos com ele um pouco e seguimos pedalando pela Estrada Real. Esse ciclista estava com uma bicicleta bem modesta e com bastante peso, mas nos seguiu o dia todo.

Coincidentemente, o Demis, esse é o nome do nosso novo amigo, pernoitaria também em Guaratinguetá e no mesmo hotel que nosso grupo.

Ele sempre estava conosco, apesar de não no nosso grupo. Ele sempre nos passava em algum ponto e nós o passávamos em outros locais. A disciplina e determinação dele são fantásticas.

Mirante Nossa Senhora da Conceição
Paramos no mirante de Nossa Senhora da Conceição, para fotos e um pequeno momento de oração, que se encontra na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo. Pela primeira vez deixamos a nossa tão querida Minas Gerais e na Estrada Real agora só quando formos fazer o Caminho do Sabarabuçu ou Caminho Novo. Nessa etapa nos manteremos em SP e na próxima e última etapa iniciaremos em SP e finalizaremos no RJ.

Descemos para a trilha da Garganta do Embaú que é o ponto mais baixo da Serra da Mantiqueira. Esse trecho é muito divertido e emocionante, pois conta com uma descida muito forte e ingrime com muita necessidade de habilidade com a bike, uma vez que tem muita curva, muito cascalho solto, pedras grande e muito buracos.

Garganta do Embaú - Vista do Mirante N. Sra. Conceição
Nesse trecho de 3,5 quilômetros, tivemos um acidente com um membro da equipe. Uma de nossas integrantes perdeu o equilíbrio na descida e, infelizmente, veio a sofrer uma queda onde sofreu pequenas escoriações pelo corpo e rosto. Graças à Deus não sofreu nenhum dano maior.

Imediatamente o responsável por fechar o grupo informou, via rádio, do acidente e paramos para esperar que os primeiros atendimentos fossem realizados. Nossa colega estava um pouco confusa no momento, mas fizemos a limpeza dos locais escoriados e curativos para prosseguirmos nossa expedição.

Logo à frente chegamos na Vila do Embaú, onde aproveitamos para descansar, lanchar e refazer os curativos em nossa colega que sofrera a queda.

Os primeiros 33 quilômetros do dia foram cumpridos com um tempo muito bom e estávamos todos muito animados à continuar até Guaratinguetá, onde encontraríamos com nossa van de apoio e descansaríamos para o próximo dia de desafio.

Recompostos, seguimos nosso percurso via Estrada Real. Animados com a possibilidade de chegarmos mais cedo que o planejado, uma vez que a parte mais difícil seria esse que finalizamos.

Bike de Elite no Caminho Velho da Estrada Real
Esse trecho mescla estrada de terra e de asfalto. O que nos preocupou muito foi que os trechos em asfalto não tem acostamento e muitos carros passam perto de nós. Por sermos um grupo grande, o risco de acidente preocupante.

Contudo, o trajeto não exige técnica dos ciclistas e conseguimos manter uma velocidade de pedalada muito agradável. Continuamos com as brincadeiras e diversão. De tempos em tempos parávamos para reagrupar a equipe e pedalarmos com um pelotão mais consistente, minimizando os riscos de acidentes.

Próximo à Lorena, passamos direto na entrada à direita que deveríamos fazer e seguimos mais ou menos 2 quilômetros errados. Até que ao verificar o GPS percebemos o erro e retornamos.

O erro muito se deu devido ao marco 1252 está caído e escondido na entrada da estrada de terra com muito movimento de caminhões. Esse é um ponto de atenção que passamos para a equipe do Instituto Estrada Real.

Entramos nesse trecho de estrada de terra que tem um grande fluxo de caminhões e alguns caminhoneiros não foram muito amigáveis conosco, nos fazendo passar algum aperto (ou como dizemos no meio do ciclismo, passamos rôia).

Desse ponto em diante, seguimos ora por trechos de asfalto ora por trechos de terra. É um percurso sem muitos desafios e que pudemos manter um bom ritmo de pedalada, mesmo não deixando o grupo se desgarrar muito.

Chegamos em Guaratinguetá por volta das 14:30 e fizemos uma pequena confusão para irmos rumo à Catedral de Santo Antônio. A confusão foi mais por não nos orientarmos direito no marco no início da cidade. Deveríamos ter seguido na BR e, por orientação de moradores, descemos para pegar a avenida paralela à rodovia. Mas isso não foi tão prejudicial ao grupo, apesar de que o melhor seria seguir as orientações das planilhas e marcos.