quinta-feira, 30 de março de 2017

20º Dia: Itatiaia à Conselheiro Lafaiete

Serra do Deus Me Livre - Serra de Ouro Branco
A ideia era iniciarmos o pedal de domingo em Ouro Branco rumo à Conselheiro Lafaieite, porém tivemos que abortar em Itatiaia no sábado e não queríamos perder esse trecho. Portanto, embarcamos as bikes no micro-ônibus e descemos rumo á Itatiaia para darmos início ao pedal de domingo.

Pneu furado, dor de barrida, entre outros nos causaram um pequeno atraso no início do pedal de domingo, mas nada que tirasse o bom humor de todos.

Algumas pessoas optaram por esperar em Ouro Branco e aguardar pelo restante do grupo para fazer apenas o trecho programado para o domingo e com isso descansassem um pouco mais. Recuperando as energias e forças.

Àqueles que optaram por iniciar em Itatiaia se depararam, logo no início, com uma subida de serra bem forte e desafiadora.

O trecho é composto por muitas subidas, mas resguarda belas paisagens e uma vista bem característica de Minas Gerais. Aquela que já chamamos aqui de "Mar de Minas". Como é gratificante e bonito estar no alto de uma montanha e avistar aquela imensidão de montanhas que formam o relevo mineiro!

Vista da Serra de Ouro Branco
Sempre ao chegarmos no alto de uma montanha parávamos para que fosse possível reagrupar os integrantes da equipe e registrar as belezas com fotos, além das já conhecidas e características brincadeiras dos integrantes do grupo. Alguns mais brincalhões que os outros, obviamente.

Durante esse percurso, um de nossos integrantes começou a passar mal e tivemos que esperar que ele melhorasse para seguirmos viagens. A preocupação com ele aumentou e o medo de termos algo mais grave era evidente, mas graças à Deus isso não ocorreu.

Seguimos pelas montanhas da Estrada Real até que em um determinado ponto 3 dos integrantes resolveram ir até o Mirante onde está localizada a Capela de Nossa Senhora de Aparecida e o restante deslocaram-se até Ouro Branco.

A serra de Ouro Branco, transposta por nós nesse trecho, foi designada pelos tropeiros e bandeirantes antigos como "Serra do Deus me livre" por sua imponência e dificuldade de transposição.

Passamos rapidamente pelo Pé do Morro, atualmente um hotel fazenda e que no passado foi um importante marco da Estrada Real. Finalizamos esse primeira parte na praça da Igreja Matriz de Santo Antônio, cujo interior guarda pinturas do mestre Ataíde.

Igreja Matriz de Santo Antônio - Ouro Branco-MG
Nesse local, fizemos um lanche reforçado e encontramos com o restante do grupo para finalizarmos o trecho final planejado para o dia.

Quando estávamos arrumando para partirmos, os 3 integrantes que foram ao mirante chegaram e, então, alinhamos que iríamos na frente enquanto eles se refrescavam e lanchavam.

Seguimos pela direita da matriz até a Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, de onde voltamos a seguir os totens da Estrada Real.

Como não poderia deixar de ser, iniciamos por uma subida forte pelo asfalto até o Ouro Branco Esporte Clube.

A descrição na planilha gera dúvida, pois ao que parece o bairro Belvedere teve alterações e essas alterações não estão replicadas nas planilhas, mas apesar das dúvidas não nos perdemos.

Seguimos por um loteamento novo e de longe avistamos um marco próximo à entrada de uma fazenda, o que nos deixou mais confortáveis quanto ao caminho. Nesse loteamento deixamos a parte calçada e seguimos por estrada de chão.


Fazenda Carreiras - Ouro Branco-MG
Conseguimos reunir o grupo novamente próximo da Fazenda Carreiras que, segundo o Instituto Estrada Real era um local de criação, venda ou troca de cavalos para aqueles que faziam a viagem do Rio de Janeiro para Vila Rica pela Estrada real.

Infelizmente nesse ponto tivemos um integrante do grupo passando mal, devido à alguma comida estragada ou reação orgânica. Tivemos que chamar resgata e o mesmo foi levado para um local seguro e posteriormente ao hospital onde foi tratado de desidratação e liberado.

Os demais integrantes continuaram a viagem pelas montanhas de Minas Gerais rumo ao destino final dessa etapa que era Conselheiro Lafaiete. Passamos ainda, pela Estalagem Varginha onde resiste ao tempo uma árvore gameleira onde foi exposta uma das pernas de Tiradentes.

Seguimos por algum tempo pela rodovia MG 129 até encontrarmos o marco 1446 do lado errado e, então, regressarmos para a estrada de terra. Nesse ponto, o grupo já havia se divido em 3, devido ao problema com um dos integrantes e cansaço de outros.

Foi exatamente nesse ponto que 2 integrantes ficaram esperando o resgate para o integrante que passou mal e não conseguia mais pedalar dado à gravidade da desidratação. Esses dois ficaram por serem ciclistas mais experientes e velozes.

Nossas Magrelas na Fazenda Carreiras
Após esse primeiro incidente mais grave, concluímos que o melhor nesse ponto seria o acionamento de resgate profissional, SAMU ou Corpo de Bombeiros, mas não foi o que fizemos. Felizmente, tudo transcorreu da melhor forma possível e pudemos tirar essa lição aprendida.

Estávamos a pouco mais de 11 quilômetros para o final da jornada, mas foram quilômetros tensos, devido ao incidente com nosso amigo e a falta de comunicação (problema de se afastar da civilização e termos um serviço de telecomunicações ainda precário). O tempo foi passando e como o trajeto era fácil chegamos ainda cedo em Conselheiro Lafaiete, nosso destino final.

No local previsto para encontro com o nosso ônibus de apoio, tomamos banho, fizemos lanches e esperamos pela liberação médica do nosso amigo que passou mal.

Quando já estávamos decidindo pela opção de todos irem embora e ficar apenas um integrante como acompanhante daquele que estava internado, recebemos a notícia de sua liberação pela equipe médica. Isso foi um alívio para todos e, com um atraso de 3 horas, voltamos com a sensação de dever cumprido por mais uma etapa finalizada da Estrada Real.

Foram pouco mais de 2 horas de viagem até BH, onde nos despedimos já na expectativa da próxima etapa que nos levará de Conselheiro Lafaiete à Barbacena, passando por Queluzito, Carandaí e Ressaquinha. Mas essa será um novo capítulo... 

terça-feira, 28 de março de 2017

19º Dia: Parque do Itacolomi à Itatiaia

O último final de semana de março foi marcado pelo início de mais uma empreitada pela Estrada Real. Nos encontramos às 3 horas da manhã no ponto de encontro em BH para seguirmos rumo à Ouro Preto de onde iniciaríamos o pedal no Parque Estadual do Itacolomi.

A utopia de realizar 100% da Estrada Real está chegando ao fim para muitos, alguns ficaram pelo caminho e outros ingressaram nessa "viagem" por agora.

Haviam entre nós 5 novatos e as dúvidas, medos e incertezas eram constantes. Porém, tínhamos que dar todo o apoio necessário para os novatos, afinal um dia alguém teve paciência conosco e nos ensinaram a ter prazer pelas cicloviagens.

Essa etapa foi realizada entre as cidades de Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete. Pelo planejamento, enfrentaríamos aproximadamente 82 quilômetros, divididos em 60 no sábado e 22 no domingo, mas...

A viagem

O encontro para essa viagem estava marcado para as 3 horas da madrugada do sábado dia 25/03 para que pudéssemos iniciar a viagem às 3:40, na esperança de não sermos barrados no Parque Estadual do Itacolomi que está fechado devido, entre outras coisas, ao surto de febre amarela no estado.

Pela primeira vez em nossa história na Estrada Real não tivemos atrasos e conseguimos seguir viagem normalmente no horário previsto. Isso já foi uma grande vitória.

Esse momento de embarque das bikes e dos ciclistas foi aproveitado para que fossemos apresentados uns aos outros, visto que 7 integrantes eram novatos no grupo.

Fizemos uma parada em Cachoeiro do Campo para que pudéssemos ir ao banheiro visto que o Parque Estadual do Itacolomi encontra-se fechado e não poderíamos utilizar a estrutura do mesmo.

A descontração durante a viagem foi a mesma de sempre e para algumas pessoas foi um pouco assustador, visto que não conheciam a turma e algumas brincadeiras pareceram ofensivas. Porém isso foi descaracterizado durante o dia. 

O pedal

Parque Estadual do Itacolomi - Ouro Preto-MG
Como sempre iniciamos o pedal após o café da manhã que nos é servido no próprio local de partida. Houve um momento para registros de fotos e orientações gerais. Após isso, iniciamos o pedal rumo ao primeiro destino que foi Lavras Novas, distrito de Ouro Preto.

Os 19 ciclistas seguiram rumo ao desconhecido por muitos, mas com muita alegria e brincadeiras. O pedal iniciou-se no parque e por um bom momento seguimos subindo as montanhas do Itacolomi. 

Todo o percurso até Lavras Novas é caracterizado por subidas difíceis, mas por paisagens que enchem os olhos por sua beleza e características marcantes de Minas Gerais.

Durante os 17 quilômetros até Lavras Novas, passamos por 2 mirantes, pela fazenda São José do Manso que a sede, atualmente chamada de Casa Bandeirista, funciona como Centro de Visitantes da unidade e conservação. Uma pena estar fechada. Passamos e fizemos uma parada na Represa do Custódio para lanches e recomposição, visto que daí a maior parte do caminho é feita por subidas.

Devido a alguns problemas mecânicos que tivemos, a viagem atrasou muito até Lavras Novas e decidimos fazer a parada de almoço nesse local. 

Subidas do Parque rumo à Lavras Novas
Após lanches e almoço seguimos rumo à Itatiaia, porém antes passaríamos em Chapada. A ideia inicial era passarmos pelo caminho de carros, porém parte do grupo adentrou pela trilha e tivemos que optar por todos irem por esse caminho, causando um pouco mais de atraso.

O grupo que foi à frente mantinha contato conosco por rádio e sempre sabíamos onde todos estavam. Porém, isso não é o ideal em uma cicloviagem. É importante que todos se mantenham próximos para caso seja necessário algum tipo de apoio físico, psicológico e/ou mecânico.

Ao chegamos em Chapada, realizamos uma nova parada para lanches antes de seguirmos viagem. Após a refeição, seguimos rumo à Itatiaia. 

Lavras Novas - Distrito de Ouro Preto
Devido às grandes subidas e desafios desses percursos, algumas pessoas começaram a demonstrar desgaste físico e tivemos que ajudar de alguma forma. Alguns empurrando, outros sendo puxados ou empurrados. As paradas para descanso se tornaram mais frequentes e por fim a noite foi chegado.

O planejado era fazermos até Ouro Branco no sábado, porém a noite caiu e tivemos que solicitar que o Bike Tour nos resgatasse em Itatiaia por segurança e até mesmo desgaste físico.

Decidido que o término do dia seria em Itatiaia, seguimos noite à fora pelas estradas e rodovias de Minas Gerais até o pequeno distrito. Entretanto, o cansaço e a preocupação, nos fizeram errar quase chegando no povoado e com isso tivemos que percorrer aproximadamente 4 quilômetros improdutivos noite à fora. Infelizmente isso gera ainda mais desgastes em todos e já era visível que algumas pessoas não aguentavam mais pedalar.

Grupo reunido nas montanhas de Minas Gerais
Felizmente, estávamos à apenas 3 quilômetros de Itatiaia quando regressamos ao ponto de erro e encontramos com o nosso amigo desgarrado Theófilo que fora buscar ajuda.

Esses pouco mais de 3 quilômetros era uma subida de serra e muitos já estavam exaustos. Tanto que uma integrante teve a bike rebocada por outros 2 e finalizou a subida das ladeiras da pequena Itatiaia à pé.

Ao chegarmos à porta da Igreja de Santo Antônio, construída no século XVIII e ao estilo barroco, o micro-ônibus já nos aguardava. Muitos se sentiram aliviados e, após o embarque realizado, seguimos rumo à Ouro Branco, onde descansamos para enfrentar os, então, 42 quilômetros do dia seguinte.

Isso mesmo, o domingo que seria composto apenas de 22 quilômetros herdou os 20 quilômetros entre Itatiaia e Ouro Branco.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Caminho Novo da Estrada Real

Eis que em 2017 começaremos o Caminho Novo da Estrada Real. Uma turma de 19 ciclistas se aventurando pelas montanhas de Minas Gerais até o Rio de Janeiro, mais precisamente em Petrópolis.

Serão 515 quilômetros percorridos entre as cidades de Ouro Preto e Petrópolis. Passaremos por cidades históricas como Lavras Novas, Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Carandaí, Juiz de Fora entre outras.

Faremos o trajeto em etapas, como já é de conhecimento de todos, a começar em Março e finalizar em Setembro.

A ansiedade já toma conta de muitos, mesmo por que perdemos alguns colegas que fizeram os outros caminhos e novos integrantes se juntaram ao grupo.

A viagem


Segundo vários relatos e conversar realizadas com pessoas que já percorreram esse percurso, a primeira etapa será realmente a parte mais difícil de provavelmente toda a Estrada Real (tenho minhas dúvidas, pois o Sabarabuçu me parece bem insuperável). Portanto é importante termos consciência que poderemos pedalar ao escurecer nessa etapa entre Ouro Preto e Ouro Branco.

Desanimar pela dificuldade é algo que não deveremos fazer, pois as belezas de Minas Gerais e a recompensa de chegar é algo inexplicável e que recomendo à todos.

Passaporte


O passaporte da Estrada Real é uma credencial voltada para os viajantes que percorrem os Caminhos da Estrada Real.

Essa credencial deverá ser carimbada nos pontos oficiais e apresentado ao final para a retirada do Certificado da Estrada Real.

O passaporte é gratuito, entretanto para a retirada é solicitado um quilo de alimento não perecível ou um agasalho que será doado para uma instituição de caridade, podendo ser retirado em Ouro Preto, Diamantina Paraty, Petrópolis, Cocais ou Tiradentes.

Para ter o passaporte é necessário preencher o formulário e o apresentar impresso ou em mídia digital no ponto de retirada.

Ao todo são 5 certificados na Estrada Real, sendo um para cada caminho e um especial para o viajante que percorrer os 4 caminhos (Caminho Novo, Velho, dos Diamantes e Sabarabuçu).


Ouro Preto à Lavras Novas


Esse trecho inicia-se no Parque Estadual do Itacolomi em Ouro Preto e é composto de muitas subidas e descidas fortes. Tomar cuidado e manter-se em grupo será de fundamental importância.

Altimetria entre Ouro Preto e Lavras Novas
Fonte: Instituto Estrada Real
São vários atrativos nesse percurso de apenas 17 quilômetros, mas com um grau de dificuldade 5 em um máximo de 5.

Recomendo a leitura das instruções e informações disponibilizadas no site do Instituto Estrada Real para esse trecho.

Aproximadamente no quilômetro 14 passaremos pela represa do Custódio, onde poderemos fazer um momento de descanso, lanche para seguirmos por aproximadamente 4 quilômetros, onde a maior parte é de subida, até Lavras Novas. 

Teremos trechos de subidas e descidas intercaladas com muitas folhas pela estrada que carece de atenção uma vez que podem esconder buracos ou raízes.

O percurso culmina com subidas fortes, após a represa do Custódio, para chegarmos em Lavras Novas, onde será possível realizarmos um lanche antes de seguirmos viagem.

Seremos um grupo de 19 ciclistas e o respeito com os limites de cada um é de suma importância para que consigamos realizar com sucesso e harmonia nossa cicloviagem.

Já carimbamos os passaportes em Ouro Preto e há carimbos em Lavras Novas, portanto será necessário levar os passaportes nesse percurso.


Lavras Novas à Itatiaia


Altimetria dentre Lavras Novas e Itatiaia
Fonte: Instituto Estrada Real
Lavras Novas é um distrito de Ouro Preto, onde parece que o tempo parou e vive-se somente aquele momento. Porém, não poderemos nos distrair demais uma vez que teremos um longo caminho a seguir até Ouro Branco, onde provavelmente chegaremos à noite.

Seguiremos de Lavras Novas sentindo à Chapada que é outro distrito de Ouro Preto e menor que o primeiro.

Segundo informações do Instituto Estrada Real, o trecho é curto e com muitas pedras e areias soltas. É importante mantermos o cuidado para evitar acidentes.

O legal dessa parte que não é acessível para carros e então o trecho será apenas nosso, para curtirmos e aproveitarmos as paisagens que são muito lindas.

O percurso é composto por aproximadamente 23 quilômetros e finaliza com uma subida forte e ingrime.

Há carimbo em Itatiaia, portanto deveremos levar os passaportes.

Itatiaia à Ouro Branco


Altimetria entre Itatiaia e Ouro Branco
Fonte: Instituto Estrada Real
O último trecho desse primeiro dia é composto por 20 quilômetros finalizando em Ouro Branco, onde pernoitaremos para seguir até Conselheiro Lafaiete no dia seguinte.

Será necessário cruzar a rodovia logo no início do percurso e por isso é importante termos muita atenção e cuidado.

Boa parte do percurso é realizada no alto da Serra de Ouro Branco e os 5,6 quilômetros finais serão por asfalto, exigindo cuidado uma vez que já estaremos cansados e provavelmente à noite.

Segundo o Instituto Estrada Real, a Serra de Ouro Branco era um dos pontos de referência para bandeirantes e tropeiros que percorriam os caminhos da Estrada Real. Por sua imponência e pela dificuldade de transpô-la, foi denominada pelo viajantes de "Serra do Deus te Livre".

Mirante da Capela Nossa Senhora de Aparecida
Deslocando-se 6,5 quilômetros da Estrada Real, chega-se ao mirante a 1.550 metros de altitude, onde está localizada a Capela de Nossa Senhora Aparecida, onde é possível avistar o Lago Soledade e as cidades de Ouro Branco, Congonhas e Conselheiro Lafaiete.

Como pode ser visto no quadro de altimetria, pegaremos subidas longas e de grau médio de dificuldade, mas lembro que essa dificuldade é para ciclistas experientes.

Finalizaremos nosso dia com uma descida de 5,6 quilômetros em rodovia sem acostamento. Peço muita atenção de todos.

Ainda segundo o Instituto Estrada Real, antes de chegarmos à Ouro Branco, passaremos por construções importantes como as pontes da Biquinha e do Pé do Morro, além da sede da Fazenda Pé do Morro que atualmente é um hotel fazenda.

Em Ouro Branco é recomendado conhecermos o interior da Igreja Matriz de Santo Antônio que guarda pinturas do Mestre Ataíde, um dos mais importantes artistas do período barroco.

Será em Ouro Branco que descansaremos para seguir viagem no dia seguinte. Nessa cidade, nosso ônibus estará no hotel à nossa espera e provavelmente o Valdinei, dono da Bike Tur, terá olhado um local para jantarmos.

Os ciclistas serão acomodados em quartos duplos ou triplos. Àqueles que desejarem quarto individual será cobrado uma diferença pelo hotel.

Os ajustes nas bikes, se necessário, poderão ser realizados à noite.

No jantar decidiremos os horários de café da manhã e partida para o trajeto do dia seguinte.

Há ponto de carimbo em Ouro Branco.

Ouro Branco à Conselheiro Lafaiete


Altimetria entre Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete
Fonte: Instituto Estrada Real
Segundo o Instituto Estrada Real, o caminho entre Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete registra histórias que envolvem o inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes.

Nesse percurso passaremos pela Casa de Tiradentes, uma antiga fazenda (Fazenda Carreiras) de criação, venda ou troca de cavalos e parada para aqueles que faziam a viagem do Rio de Janeiro para Vila Rica pela Estrada Real.

Segundo a história, o alferes pernoitou nessa fazenda em 1788 e D. Pedro II citou em seu Diário de Viagem que lá se reuniram os inconfidentes. Apesar da documentação existente comprovar somente que Tiradentes pernoitou na Estalagem da Varginha que fica próxima à Fazenda Carreiras.

6 quilômetros após a fazenda, chega-se ao local onde ficava a Estalagem da Varginha que ainda resiste ao tempo uma antiga árvore onde foi exposta uma das pernas de Tiradentes. Como registra a história, os restos mortais do alferes foram transportados pelo Caminho Nova da Estrada Real até Vila Rica, atualmente Ouro Preto.

O Caminho, como pode ser visto no mapa de altimetria é plano e mescla trechos em asfalto e em estrada de terra. Serão percorridos 22 quilômetros com belas paisagens que é característico da Estrada Real e de Minas Gerais.

O trecho finaliza em Conselheiro Lafaiete, cidade de porte médio com cerca de 115 mil habitantes.

Ao chegar em Conselheiro Lafaiete, encontraremos com o Bike Tour que já terá encontrado algum lugar para tomarmos banho, almoçarmos e regressarmos para BH.

Há ponto de carimbo em Conselheiro Lafaiete.



Segunda Etapa

Finalizada a primeira etapa do desafio, agora é hora de pensarmos na segunda parte. 

Nessa etapa somente teremos que carimbar em Barbacena, portanto deixaremos os passaportes com o nosso motorista para que não seja necessário levar peso extra.

Conselheiro Lafaiete à Queluzito


Altimetria entre Conselheiro Lafaiete e Queluzito
Fonte: Instituto Estrada Real
O trecho a ser percorrido tem início na Praça Tiradentes em Conselheiro Lafaiete que tem esse nome em homenagem ao Conselheiro Lafayette Rodrigues Pereira, porém os registros histórico registram 2 nomes anteriores desde o século XVIII.

A região já era habitada por índios Carijós no final do século XVII quando os primeiros exploradores por lá chegaram, quando o arraial recebeu o nome de Arraial de Campo Alegre dos Carijós. Em 1790, o local foi elevado à categoria de Vila pelo então governador Visconde de Barbacena. Somente em 1934 passou então ao nome atual.

Logo no início do percurso teremos que atravessar a BR-040 no trevo e seguir à direita pela rodovia. Seguiremos sentido Sítio São Jorge para entramos na estrada de terra.

Será importante termos atenção redobrada no cruzamento no KM 8,49, uma vez que o marco está em um ponto com visibilidade difícil, o que pode causar erro. Teremos que virar à esquerda passando pelo mata-burros.

No marco 1465 entraremos novamente na rodovia até a cidade de Queluzito, onde chegaremos na Igreja de Santo Antônio.

Distância a percorrer: 19,9 KM
Nível de dificuldade: 3

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.

Não há nenhum marco posicionado em local para gerar erro.

Queluzito à Carandaí


Altimetria entre Queluzito e Carandaí
Fonte: Instituto Estrada Real
O segundo trecho do dia é composto por aproximadamente 34 quilômetros. Haverá um trecho de trilha e muitos mata-burros pelo percurso.

A presença de mata-burros é sempre uma preocupação, visto que já tivemos situações de mata-burros na perpendicular que pode acarretar acidentes graves para ciclistas ou motocilistas. Além é claro de alguns mata-burros terem um espaço no meio que também pode levar à quedas. Portanto, tenhamos muita atenção.

Ao todo, a planilha desse percurso apontam 18 mata-burros.

Há também no quilômetro 24,84 um marco do lado errado, onde devemos seguir à direita até o posto de gasolina de onde veremos o marco seguinte.

O trecho é longo e requer um planejamento cuidados, principalmente pela ausência de infraestrutura de apoio no caminho.

Não encontrei nenhuma indicação para que ciclistas evitem alguma parte do percurso, mesmo havendo a indicação de travessia de um córrego sem ponte.

Nas proximidades de Carandaí é evidente a movimentação de cargas nos ramais ferroviários. Como é de conhecimento histórico, muitas cidades mineiras, após o declínio do ciclo do ouro e já na segunda metade do século XIX, tiveram suas economias atreladas ao desenvolvimento da Estrada de Ferro D. Pedro II que tinha linhas ligando a cidade do Rio de Janeiro ao interior de Minas Gerais.

Outras atrações que teremos nessa região são os casarões históricos preservados e, muitos deles, transformados em hotéis fazendas. A região faz parte do Circuito Villas e Fazendas.

Distância a percorrer: 33,27 KM
Nível de dificuldade: 5

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.

Há a indicação do marco 111 posicionado em local para gerar erro.

Carandaí à Ressaquinha


Altimetria entre Carandaí e Ressaquinha
Fonte: Instituto Estrada Real
Esse será o primeiro trecho do nosso segundo dia. Sairemos de Carandaí logo após o café da manhã rumo ao destino final para retorno à BH que é Barbacena, porém antes passaremos por Ressaquinha.

Segundo o Instituto Estrada Real, o trecho é plano nos seus primeiros 15 quilômetros e então passa a alternar entre subidas e descidas.

Passaremos em um povoado, distrito de Carandaí de nome Ressaca que destaca-se pela beleza da capela erguida no século XVIII em homenagem à Nossa Senhora da Glória. A capela possui estilo barroco e muito bem preservada, apesar do tempo.

Já no município de Ressaquinha, há registros históricos de 1733 da existência de trabalhadores na Fazenda Costa da Minas, um dos atrativos do percurso.

Pelo que percebemos no mapa de altimetria, teremos duas subidas mais fortes e que exigirão preparo dos ciclistas. São subidas pequenas, mas bem ingrimes.

Teremos como ponto de atenção uma grande quantidade de mata-burros e a existência de um marco de difícil visualização, aproximadamente no quilômetro 18.

O ponto de chegada em Ressaquinha é a Igreja de São José, onde não há marco.

Distância a percorrer: 30 KM
Nível de dificuldade: 5

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.
Há a indicação do marco 1534 posicionado em local de difícil visualização.

Ressaquinha à Barbacena

Altimetria entre Ressaquinha e Barbacena
Fonte: Instituto Estrada Real
Destino final dessa etapa. De Barbacena retornaremos para BH.

O trecho é composto por 28 quilômetros de dificuldade técnica de nível 5 segundo o Instituto Estrada Real.

Teremos parte do trajeto realizado em asfalto e parte em estrada de terra de boa conservação. Existem marcos caídos, marco 1573 e 1574.

Nesse percurso passaremos no distrito de Alfredo Vasconcelos que foi formado no entorno de uma estação ferroviária e tem como atrativos destacados o Pontilhão construído no século XIX que fica na entrada da cidade e a Igreja Nossa Senhora do Rosário que foi construída no século XVIII.

O trecho finaliza em Barbacena, fundada no início do século XVIII e serviu como abrigo para cinco conspiradores da Inconfidência Mineira, dentre eles o padre Manuel da Costa. Parte da história mineira, a cidade recebeu o braço direito de Tiradentes que ficou exposto no adro da Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Pelo que percebemos do trajeto, teremos duas subidas mais difíceis, devido à distância a ser subida, mas nada que desgaste demais os ciclistas. Temos que tomar cuidado com os marcos caídos e a existência de mata-burros que podem gerar dúvidas e quedas.

Distância a percorrer: 28 KM
Nível de dificuldade: 5

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.


Terceira Etapa

Finalizada a segunda etapa do desafio, agora é hora de pensarmos na terceira parte.

Nessa etapa somente teremos que carimbar em Santos Dumont e Juiz de Fora, portanto deixaremos os passaportes com o nosso motorista para que não seja necessário levar peso extra.

Barbacena à Antônio Carlos


Altimetria entre Barbacena e Antônio Carlos
Fonte: Instituto Estrada Real
Trecho curto, de apenas 13,4 Km. 10 Km são feitos no asfalto e 3 km em estrada de terra.

A estrada está em bom estado de conservação e, por ser larga e plana, é de fácil acesso e trânsito.

A dificuldade encontrada é a falta de sombra durante o percurso. Além disso, a ausência de acostamento no trecho de asfalto pode ser perigosa para o viajante.

O trecho termina no pequeno município de Antônio Carlos, cujo nome é homenagem ao político mineiro, ex-presidente do Brasil.

A cidade teve origem no povoado formado em volta da estação ferroviária implantada no final do século XIX.

O município tem como atrativos a sua Igreja e um conjunto de antigas propriedades rurais, como a fazenda de Borda do Campo, que pertencia a Garcia Rodrigues – um dos responsáveis pela abertura do Caminho Novo –, a Fazenda do Barro e a Fazenda Passa Três, todas de 1778.

Distância a percorrer: 13 KM
Nível de dificuldade: 3

Na minha percepção, o trecho será de fácil realização se tomadas as atenções necessárias com travessia de rodovias e posicionamentos dos marcos.

Não há nenhum marco posicionado em local para gerar erro.


Antônio Carlos à Santos Dumont


Altimetria entre Antônio Carlos e Santos Dumont
Fonte: Instituto Estrada Real
É um dos maiores trechos do Caminho Novo, com 56 Km. Sua longa distância é uma das dificuldades para o caminhante.

No entanto, o bom estado de conservação da larga e plana estrada, somado a algumas áreas sombreadas, torna o trecho de fácil acesso para o viajante e ajuda a vencer a distância.

No marco 1614, chega-se ao pequeno povoado Patrimônio dos Paivas que pode servir de ponto de parada. Uma opção de pernoite pode ser encontrada pelo telefone (32) 3257-0009 e falar com Sra. Bárbara, ela é uma funcionaria do posto de saúde.

Esse trecho é rico em atrativos históricos, como a Fazenda Borda do Campo, que pertencia a Garcia Rodrigues, filho do bandeirista Fernão Dias e que foi responsável pela abertura do Caminho Novo, a Fazenda Cabangu, onde nasceu Santos Dumont e hoje funciona um museu com reproduções do 14-Bis e do Demoiselle, além de documentos, fotos, móveis e roupas que pertenceram ao inventor.

Outro atrativo do trecho está na própria estrada. Do marco 1606 ao 1608 reserva ao viajante a possibilidade de encontrar resquícios do calçamento da antiga Estrada União Indústria. No marco 1607, por exemplo, é possível ver um chafariz que foi construído 1928, construído por Mariano Procópio para servir de ponto de parada para os viajantes.

O fim do trecho é na cidade de Santos Dumont. Como principais atrativos turísticos, além da Fazenda Cabangu, destacam-se as cachoeiras e o Parque da Lagoa.

Distância a percorrer: 55 KM
Nível de dificuldade: 5

Santos Dumont à Ewbank da Câmara

Altimetria entre Santos Dumont e Ewbank da Câmara
Fonte: Instituto Estrada Real
O trecho, de 20 Km, oscila entre estrada de terra, que o predomina, trilhas e asfalto (três km). Existem dois trechos com trilhas, entre o marco 1652 a 1653 (total 1 km) e entre o marco 1666, porém, como essa trilha está em péssimo estado, retiramos esse trecho da Estrada Real da planilha e indicamos um novo caminho.   

A estrada está em bom estado de conservação até o marco 1656. Depois, passa a demandar atenção para quem estiver de carro comum, já que a estrada piora e passa-se por trechos de mata fechada. 

Esse trajeto somente liga fazendas da região, por isso o movimento de veículos é muito reduzido. Em épocas de chuva não é aconselhável para carros comuns.


Distância a percorrer: 18 KM
Nível de dificuldade: 4

Temos que tomar muito cuidado com as entradas das trilhas para não pegarmos o caminho errado.

Altimetria entre Ewbank da Câmara e Juiz de Fora
Fonte: Instituto Estrada Real
É o maior trecho do Caminho Novo, com 59 Km. Sua longa distância é uma das dificuldades para o caminhante. No entanto, a estrada ser plana ajuda o viajante a vencer a quilometragem.   

A partir do marco 1679 indicamos um novo trecho da Estrada Real, devido o trajeto antigo possuir um trilha de 5 Km que não está em boas condições, além do portão de entrada dela está trancado com um cadeado. Por isso, seguir o caminho indicado na planilha. Ter muita atenção nas indicações devido não existir marco entre os 4 Km do novo trecho.   

O viajante tem que ficar atento à planilha entre os marcos 1728 a 1730. Por ser um trecho percorrido na BR-040, há intenso fluxo de carro. No viaduto, no marco 1730, o viajante tem que seguir sentido Barreira do Triunfo para seguir pela Estrada Real.   

A chegada é em Juiz de Fora, cidade cuja história começa com a implantação do Caminho Novo da Estrada Real. Foi a abertura dele que formou o povoado, que servia como ponto de pouso e abastecimento para os viajantes.   

Nesse período colonial o império distribuía lotes de terra, as chamadas sesmarias. Um dos sesmeiros teria sido um juiz de fora, ou seja, um magistrado que exercia suas funções em locais onde não havia juiz de direito, o que mais tarde acabou dando nome ao núcleo urbano formado em volta de sua propriedade.   

Juiz de Fora tem como principais atrações turísticas as suas construções de estilos arquitetônicos diversos, museus históricos e de arte e centros culturais.

Distância a percorrer: 59 KM
Nível de dificuldade: 5

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Estrada Real: Caminho do Sabarabuçu

O caminho do Sabarabuçu é o menor dentre os quatro caminhos que foram a Estrada Real. Ele é composto por 160 quilômetros que cortam as cidades de Cocais, Caeté, Sabará, Raposos, Honório Bicalho, Rio Acima, Acurui e Glaura.

Resolvemos fazer esse caminho em 3 dias, mesmo sabendo que teríamos alguns grandes desafios, como o trecho entre Cocais e Sabará, onde enfrentamos 83 quilômetros pela Estrada Real e ainda teríamos que voltar para BH pedalando, ou seja, mais 20 KM para chegar em casa.

No segundo dia da empreitada, tivemos que fazer outro trecho entre BH e Sabará de Bike para depois seguirmos novamente pela Estrada Real até Rio Acima.

No terceiro dia, chegamos ao ponto mais difícil devido à altimetria que é o trecho entre Rio Acima e Glaura.

Planejamento realizado, foi hora de colocarmos as bikes na estrada e concluirmos o desafio.

O Primeiro Dia - Cocais até Sabará

O encontro foi marcado em BH para às 3 horas da manhã, com o intuito de chegarmos em Cocais bem cedo para desembarcarmos as bikes da van, tomar café e começarmos o pedal às 6 horas da manhã.

Boa parte do planejamento foi cumprida com sucesso. Saímos cedo de BH, chegamos cedo em Cocais, desembarque rápido das magrelas, café tomado e eis que uma integrante do grupo se sente mal. Esperamos um tempo para o restabelecimento da integrante e então hora de partir! Ledo engano: corrente rebentada.

Após algum tempo para a manutenção na corrente partimos rumo à Barão de Cocais na expectativa de chegarmos cedo em Sabará. Outro engano: Não observamos os totens e fomos para o lado errado. Quatro quilômetros mais tarde, descobrimos a falha e tivemos que retornar ao ponto de início. Com isso estávamos acumulando atrasos.

Ao começarmos o retorno, percebemos que um dos integrantes havia se desgarrado da equipe e dois outros foram à sua busca.

Cocais - Distrito de Barão de Cocais
Estávamos esperando em Cocais quando tivemos a notícia que o integrante não foi encontrado. Solicitamos para os dois retornarem que quando o primeiro chegasse em Barão de Cocais ele daria notícia. Dito e feito. 

Combinamos com esse integrante dele seguir rumo à Caeté passando pelo Canela de Ema e nós iríamos pelo trajeto correto.

Iniciamos nosso trajeto pelo caminho correto já às 9:00 horas da manhã, um atraso de 3:00 horas em relação ao planejamento inicial.

Logo na primeira descida mais forte, a integrante que havia passado mal, toma um tombo e bate com a cabeça. Mais um momento de parada inesperada e ela juntamente com o namorado resolveram retornar para buscar um apoio médico. Decisão mais que acertada.

Éramos 19 integrantes no início, agora restavam 16 na Estrada Real no Caminho do Sabarabuçu.

O trajeto entre Cocais e Antônio Dias é composto de muitas subidas e descidas ingrimes. Muitas das subidas eram desafiadoras e algumas pessoas precisaram empurrar suas bikes para vencer a altimetria.

O grupo se dividia e se unia durante várias vezes no percurso, sem nunca deixar de ter contato via rádio e muitas vezes visual. O grupo se comportava como uma grande equipe e todos estavam com o mesmo objetivo: chegar bem e juntos.

Chegamos em Antônio Dias já bem desgastados, devido à grande altimetria enfrentada até o momento e não conseguimos um lugar para almoço. Resolvemos optar por um lanche rápido no primeiro bar que encontramos e seguimos rumo à Caeté, onde de fato almoçaríamos.

Enquanto fazíamos o lanche, fomos surpreendidos por uma procissão de cristãos da igreja católica em homenagem à Nossa Senhora Aparecida e parece que a presença do nosso grupo animou ainda mais o padre local e as pessoas que acompanhavam a procissão. Eles desceram da igreja, em pleno sol de meio dia, fizeram a volta na praça local onde estávamos e retornaram para a igreja ao som de matracas e hinos sacros. O padre puxava o povo no hino ao som de "Aaaaavêêêêêêêêêêêêêêêêê Mariiiiiiaaaaaaaaaaaaaaaaaa"

O membro do grupo que havia se perdido já encontrava-se em Caeté próximo à igreja matriz onde nos encontraríamos com ele.
Seguimos nossa viagem pelas montanhas do Sabarabuçu e como já estávamos em um região conhecida, ficávamos o tempo todo procurando a Serra da Piedade, outrora chamada Serra do Sabarabuçu e ela nunca aparecia.

O trajeto ficou mais fácil após Antônio Dias e conseguimos ganhar um pouco mais de tempo nesse trecho. Chegamos em Caeté por volta das 14:00 horas e formos ao encontro do integrante que havia se desprendido, pois ele já havia negociado um almoço num restaurante para nós.

Após o almoço, reabastecemos nossos estoques de água e partimos com destino à Sabará, antes porém passaríamos em Morro Vermelho.

Esse trecho é mais fácil que o primeiro e já era conhecido por alguns integrantes, o que facilitou a viagem. Fizemos esse percurso somente por estrada de terra, para evitar a parte de trilha que está com vegetação muito alta e má conservada.

O grupo se dividiu um pouco na saída de Caeté, uma vez que alguns integrantes ficaram para reabastecimento de água. Pouco após sairmos de Caeté, tivemos incidentes com duas bike. Uma teve o parafuso que segura o banco quebrado e a segunda quebrou o Freehub. Como ambos os ciclistas ficaram impossibilitados de pedalar, eles voltaram para Caeté e pegaram um ônibus com destino à BH.

O restante do grupo continuou sentido Morro Vermelho e lá chegando, fizemos mais um momento de descanso e registros de fotos.

Deixamos o pequeno distrito rumo à Sabará que seria para alguns o destino final daquele primeiro dia e outros seguiriam até BH.

A noite foi chegando e precisamos pegar as lanternas para seguirmos com segurança. O percurso é muito tranquilo e conseguimos chegar ainda cedo, apesar de todo contra-tempo, em Sabará.

Nessa cidade, fizemos uma parada para lanche, reabastecer de água e despedir daqueles que seguiram de carro.

Continuamos 6 ciclistas até BH, num ritmo forte e cadenciado. Tanto que alguns carros com os outros integrantes nos passaram quando estávamos já chegando em BH.

Finalizamos o primeiro dia na expectativa de chegar logo o sábado para iniciarmos o restante do Caminho do Sabarabuçu.

O Segundo Dia - Sabará à Rio Acima

Café da Manhã em Sabará - Renato Veloso e família
O encontro foi marcado em BH para às 5:30 da manhã, com o intuito de chegarmos em Sabará para desfrutar de um café da manhã oferecido pelo nosso amigo Renato Veloso. E por falar nisso, que café sensacional foi aquele! Padrão alto nível de qualidade.

O café nos deu uma motivação grande para realizar o trecho destinado para esse sábado, seriam apenas 34 quilômetros. Nesse trecho aprendemos que a quilometragem pouco importa.

Saímos para o primeiro desafio que era chegar em Raposos. Esse trecho é de conhecimento de vários integrantes do grupo e o fizemos relativamente muito rápido, pois não há desafios significativos no caminho. Muito pelo contrário, fomos agraciados por muitos pés de jabuticaba pelo caminho e aproveitamos muito para saborear essa fruta.

Infelizmente, nesse trecho tivemos que nos despedir de um integrante que teve problema mecânico em sua bike, porém ele ficou de nos encontrar em Rio Acima para fazer a segunda parte do trajeto, caso conseguisse arrumar sua bike. Mas isso também não se concluiu e ficamos tristes por ele.

Em Raposos nos refrescamos um pouco e seguimos rumo à Honório Bicalho. Um ponto muito importante nesse trecho é respeitar a indicação do marco 2066 na planilha, pois a trilha que inicia à direita é de extrema dificuldade. Tivemos que carregar as bikes por praticamente toda a trilha, ou seja, mais ou menos 4 quilômetros. Não sabemos como é o trecho alternativo, mas imaginamos que seja mais fácil ou pelo menos pedalável.

Carrega Bike
Após aproximadamente 2 quilômetros pela trilha, chegamos em um pequeno e refrescante rio onde aproveitamos para descansar e refrescar. Foi um presente do caminho para nós que já estávamos muito cansados e desgastados pela dificuldade da trilha.

Esse período em que ficamos no rio, nos deu forças para conseguir finalizar os outros 2 quilômetros de empurra e carrega bike que teríamos pela frente. O sofrimento foi muito forte, mas nós seguíamos fortes para que ninguém desanimasse e chegássemos ao nosso objetivo com determinação.

Foi um verdadeiro alívio quando conseguimos finalizar esse trecho de trilha e voltar a pedalar nossas bikes.

Faltava menos de 1 quilômetro para chegarmos em Honório Bicalho quando avistamos o marco 2078 que indicava o início de uma nova trilha com a indicação, na planilha, de não recomendado para ciclistas. Optamos por respeitar a planilha e seguir rumo à Honório pelo caminho principal.

Pouco à frente desse marco, há um mata-burros em uma descida que necessita de muita atenção e cuidado. Após o mata-burros há cabos de aço de contenção esticados que não estão enterrados. Nesse ponto tivemos um acidente muito grave com um de nossos integrantes que ficou com a bike presa no cabo de aço e foi arremessado sobre a bike, o acidente foi muito violento, a pancada também e nosso amigo chegou a ficar sem ar por um curto intervalo de tempo. Que susto!

Graças à Deus não houve nada mais grave com ele que mesmo acidentando continuou o trajeto. Apesar de não ter pedalado no dia seguinte por precaução. Ele realizou exames de imagens e nada foi constatado alem da pancada forte.

Chegamos, em fim , em Honório Bicalho onde almoçamos e descansamos um pouco. Nos encontramos com outros integrantes do grupo que foram de carro e já haviam organizado um almoço para nós que estávamos realmente necessitados desse carinho.

Seguimos rumo à Rio Acima que era nosso destino final desse sábado. O trajeto entre Honório Bicalho e Rio Acima é bem fácil e tranquilo, talvez para recompensar o que passamos entre Raposos e Honório Bicalho.

O dia já finalizava e o sol já não castigava tanto mais. Nós aproveitamos aquele trajeto de sombras e estradas de fácil pedalada, rindo, curtindo, brincando e, agora, nos vangloriando dos perrengues passados até chegarmos em Honório Bicalho.

Ao chegarmos em Rio Acima, formos direto para a Pousada Circuito Real onde fomos muito bem recepcionados pelo Cacau e sua família. A pousada é simples, mas muito aconchegante.

Fizemos uma confraternização na própria pousada à noite, onde comemoramos o aniversário de 9 anos de casados de Hélio e Jordana. Todo o grupo se reuniu após o banho e tivemos um momento muito agradável com direito a bolo, bebidas e muita diversão.

Durante a confraternização, combinamos que o café da manhã seria às 7:30 e que começaríamos o pedal às 8:30 rumo à Glaura, nosso destino final do Sabarabuçu.

O Terceiro Dia - Rio Acima à Glaura

Estávamos todos pontualmente às 7:30 reunidos para o café da manhã e ficamos muito aliviados ao saber que nosso amigo Renato que se acidentara no dia anterior, seria resgatado por seu genro e que não pedalaria naquele dia, não por medo dele se acidentar novamente, mas por segurança e precauções devido à uma provável hemorragia ou algo semelhante. Graças à Deus nada disso se comprovou.

Saímos seguindo os marcos e indicações das planilhas, na expectativa de encontrar o local de carimbar nossos passaportes, uma vez que em Rio Acima está muito complicado realizar isso no final de semana. No final da parte asfaltada, chegamos ao bar que realiza os carimbos. Felizmente ele estava abrindo e 2 dos nossos integrantes ficaram para realizar os carimbos enquanto os demais foram pedalando. Nisso encontramos com o Otávio e o João que estavam de Jeep e ficaram para trás para comprar água e lanche para nosso apoio durante o percurso até Glaura.

O percurso até o momento estava muito tranquilo, porém desse ponto em diante começam as subidas difíceis, com uma altimetria bem forte e desafiadora. Já estávamos cansados do dia anterior, mas não desistiríamos, tínhamos como desafio chegar em Glaura e faríamos isso com determinação e empenho.

O trajeto é composto de muitas subidas e descidas ingrimes até o povoado de Acuruí. Desse ponto em diante se torna mais tranquilo e perdalável sem muitos esforços, além do cansaço é óbvio.

Ao chegarmos no ponto de acesso à Acuruí, fizemos um pequeno piquenique. Onde tivemos frutas, sanduíches com pão de forma, presunto e queijo que o Otávio e João haviam comprado em Rio Acima antes de iniciarem a viagem ao nosso encontro.

O grupo estava muito coeso e unido, pedalávamos juntos praticamente todo o tempo e sempre um cuidando dos demais. Num determinado ponto da estrada, encontramos um chafariz artificial em uma fazenda e nos esbaldamos para refrescar do calor muito forte que fazia naquele dia. Ficamos por alguns minutos nos refrescando e agradecendo à Deus por aquela maravilha, entretanto ainda tínhamos um caminho longo a seguir e não poderíamos ficar mais tempo ali. Seguimos rumo à Glaura.

Ainda teríamos uma serra ingrime a vencer antes de chegarmos em Glaura e essa era a última no caminho. Alguns de nossos amigos já demonstravam um evidente cansaço e com isso era necessário dar apoio para que não desistissem.

A pouco mais de 5 quilômetros para chegarmos em Glaura, encontramos um bar e resolvemos parar para um refresco. Nesse bar tomamos água bem gelada, compramos chup-chup e usamos o banheiro. Alguns de nossos integrantes haviam chegado em Glaura e estávamos apenas 3 nesse momento. Por preocupação, o Otávio e João voltaram para nos encontrar, porém nenhum de nós optamos por voltar de Jeep e continuamos o trajeto de bike. O restante do trajeto era muito fácil e chegamos com muita alegria e sensação de dever cumprido.

Nos reunimos com os demais integrantes do grupo, comemoramos mais essa vitória e nos refrescamos no bar enfrente á igreja matriz de Glaura.

Agradecemos, nos confraternizamos e alegramos muito com mais essa oportunidade de conhecer as montanhas de Minas Gerais e principalmente a história contada pela Estrada Real. Tomara que a divulgação desses caminhos cheguem à todos que amam o esporte e principalmente o Brasil.

Conseguimos um lugar para tomar banho e outros decidiram por se banhar no chafariz no centro da cidade. Tudo é brincadeira e aventura para essa turma de loucos que amam o esporte e se divertir por Minas Gerais.

O retorno para casa foi realizado na van que sempre temos de apoio e com muita alegria e descontração.

Obrigado à todos os amigos que tornaram essa aventura possível e nos encontramos no Caminho Novo da Estrada Real em 2017. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Planejamento do Caminho do Sabarabuçu

Para realizar o caminho completo e sermos prestigiados com o Certificado Especial da Estrada Real, temos que fazer os 4 caminhos e decidimos fazer o Caminho do Sabarabuçu agora em Outubro, aproveitando o feriado do dia 12 e finalizando no final de semana seguinte.

O Caminho do Sabarabuçu surgiu da crença por parte dos bandeirantes de que na região do Pico de Sabarabuçu (atual Serra da Piedade) era possível achar ouro e outras pedras preciosas devido ao brilho que se via no pico. Porém, esse brilho era na verdade o minério de ferro no topo da montanha que refletia a luz do sol. Para chegar até a serra, os bandeirantes buscaram uma rota alternativa entre Ouro Preto, no Caminho Velho, e Barão de Cocais, no Caminho dos Diamantes.

O Caminho é composto por 160 quilômetros que cortam as cidades de Cocais, Caeté, Sabará, Raposos, Honório Bicalho, Rio Acima, Acurui e Glaura.

Resolvemos aceitar o desafio e então é hora de fazermos nosso planejamento.

Para esse caminho, resolvemos fazer em 3 dias, mesmo sabendo que teremos alguns desafios grandes, como trecho entre Cocais e Sabará, onde enfrentaremos 83 quilômetros pela Estrada Real e ainda teremos que voltar para BH pedalando, ou seja, mais 20 KM para chegar em casa.

No segundo dia da empreitada, teremos que fazer outro trecho entre BH e Sabará de Bike para depois seguirmos novamente pela Estrada Real e seguir até Rio Acima.

No terceiro dia, chegaremos no ponto mais difícil devido à altimetria que é o trecho entre Rio Acima e Glaura.

A Concentração



  • Terça-Feira 12/10/2016:

- Concentração no Ponto de Encontro: 03 hrs

- Previsão de Partida: 03:30 hrs

O Percurso

A previsão de chegada em Cocais é por volta das 5 horas da manhã e com isso pretendemos iniciar o pedal por volta das 6:00.

Trecho Entre Cocais e Caeté


Trecho de Cocais à Caeté
O trecho inicia no vilarejo de Cocais, distrito de Barão de Cocais. Fundado em meados do século XVIII, a partir da vinda de bandeirantes em busca do ouro, o lugar conserva traços dessa época, como casarões e igrejas. Uma delas, o Santuário de Santana, foi construída totalmente com pedras e data de 1769. Outro ponto forte do trecho são as cachoeiras da região.   O distrito de Cocais é o entroncamento do Caminho dos Diamantes com o do Sabarabuçu. Por causa disso, no começo do trecho, o viajante encontra três marcos que fazem parte do Caminho dos Diamantes. O viajante deve estar atento.   O último marco do Caminho dos Diamantes, que é possível ver no trecho Cocais a Caeté, encontra-se no Km 1,5 da planilha. Por ser numa bifurcação o viajante deve ter atenção à planilha para não errar o caminho. O primeiro marco do Caminho do Sabarabuçu está no Km 1,6 da planilha.   A distância de 39,5 Km do trecho é umas das dificuldades para o viajante. As subidas, principalmente entre os Km 13 a 17, também exigem um esforço maior. Em contrapartida, o bom estado de conservação da estrada, somado a algumas áreas sombreadas, torna o trecho de fácil acesso e ajuda a vencer a distância.   A paisagem do trecho é muito bonita, com dois pontos marcantes. O primeiro é a quantidade de eucaliptos que é possível ver durante boa parte do percurso, principalmente entre os Kms 12,33 e 15,33, onde o viajante percorre a Estrada Real dentro do eucaliptal. O outro ponto marcante é a Serra da Piedade ou Serra do Sabarabuçu, como era conhecida pelos antigos bandeirantes, lugar que confere o nome a este Caminho da Estrada Real.   O trecho termina na cidade de Caeté. O local era assim chamado pelos índios, por causa de suas características naturais. Em tupi, a palavra que hoje dá nome a cidade significa “mata virgem” ou “mata densa”. A história da criação de Caeté remete ao ano de 1704. Quatro anos mais tarde, a região foi palco da Guerra dos Emboabas. Após os conflitos, a população de Caeté promoveu as primeiras eleições livres do continente americano.   Os principais atrativos da cidade são as suas construções do século XVIII e XIX, como os casarios, chafarizes e as Igrejas, como a de Nossa Senhora do Bom Sucesso de autoria de Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, datada de 1764. As cachoeiras e mirantes para passeios também são destaques da região.

Pontos de Carimbos em Cocais

  • Pousada Vila Cocais

Telefone: (31) 3837-9244
Endereço: Rua Aristides Augusto da
Fonseca, 270 Praça de Santana.
Horário de funcionamento: Domingo
a Domingo - 24 horas

*PASSAPORTE E CERTIFICADO


Pontos de Carimbos em Caeté

  • CAT - Centro de Apoio ao Turista

Endereço: Praça Dr. João Pinheiro,
106 - Centro.
Telefone: (31) 3651.8708 / 3651.8053
Horário de funcionamento: 31.
3651.8708 ou 3651.8053

  • Restaurante Delícias do Fogão

Endereço: Av. Dr. João Pinheiro, 3267 - José Brandão
Telefone: (31) 3651-1116
Horário de funcionamento:

Todos os dias de 8h às 24h.

Trecho Entre Caeté e Sabará


O trecho inicial era de 43,5 Km, oscila entre estrada de terra (entre os Kms 0 a 21,1 e entre o Km 33,02 a 43,54) e trilhas (km 21,1 a 33,02), porém com o trecho de trilha está com a vegetação muito alta e de difícil orientação, a planilha foi elaborado em cima de um trecho alternativo enquanto não é resolvido o problema da trilha.     
Com o caminho alternativo o percurso passa a ter 31,21 Km todo percorrido em estradas de terra. Como os 6 Km do trecho alternativo não tem demarcação ficar muito atento nas orientações da planilha     No km 9,1 chega-se ao pequeno povoado de Morro Vermelho. Seus principais atrativos são as Igrejas de Nossa Senhora de Nazaré e a Capela do Rosário, além das suas cachoeiras, como a de Santo Antônio. O distrito pode servir como ponto de apoio para o viajante.     
O trecho termina na cidade de Sabará, um dos primeiros povoados de Minas Gerais. Criada pelas bandeiras que partiram de São Paulo durante o final do século XVII, a cidade tem como principais atrativos as suas construções históricas, como as que se encontram na rua D. Pedro I (antiga rua direita), o museu do ouro e as suas inúmeras igrejas, como a Igreja Nossa Senhora do Ó, a Igreja Nossa Senhora do Carmo e a Matriz Nossa Senhora da Conceição.

Pontos de Carimbo em Sabará
  • Hotel Solar Corte Real
Endereço: Rua São Francisco 345 - Centro
Telefone: (31) 3671-3040
Site: www.solarcortereal.com.br
Horário de funcionamento: Todos os dias – 24 horas
  • CAT – Centro de Atendimento ao Turista
Endereço: Av. Expedicionário
Romeu Jerônimo Dantas, s/nº, Caieira.
Telefone: (31) 3671-1403
Horário de funcionamento: 08h às 17h – todos os dias
  • Teatro Municipal de Sabará
Endereço: Rua Dom Pedro II, s/nº, Centro
Telefone: (31) 3672-7728
Horário de funcionamento: 09h às 17h – todos os dias

  • Sábado 15/10/2016:

- Concentração no Ponto de Encontro: 05:30 hrs

- Previsão de Partida: 06:00 hrs

- Teremos um café da manhã em Sabará

Trecho Entre Sabará e Raposos


O trecho, de 12,3 Km, oscila entre estrada de terra, trilhas (entre km 7,2 e 10,9) e um pequeno trecho de asfalto (2 km).   A trilha não é transitável para quem estiver de carro, mesmo os 4X4. Ela só é acessível a pé, de bicicleta ou a cavalo. Quem estiver com automóvel deve seguir de Sabará, por mais 18 Km, até Raposos.
O percurso alterna curtas subidas e descidas. Por todo o trajeto a estrada é larga e em bom estado de conservação. Mesmo nos trechos da trilha, somente 100 metros são percorridos em trilha técnica, com uma descida com muitas valas que exigem cautela, principalmente dos mais inexperientes. A única dificuldade é por ser praticamente todo sem sombra.   
No Km 2,4 o viajante chega ao bairro do Arraial Velho de Sabará, que foi fundado em 1700 pelo bandeirante Borba Gato, com o nome de arraial de Santa’Ana. O arraial ainda guarda um ar bucólico e um grande valor histórico. Assim, mesmo para quem estiver de carro, fica a dica para não deixar de conhecê-lo.   O trecho termina na cidade de Raposos, que teve sua criação em 1690, pelo bandeirante Pedro de Morais Rapôso, que foi à região em busca de ouro e pedras preciosas. 
Como a terra da região era muito fértil e rica em ouro, ele acabou permanecendo e fundando a vila de Raposos.   Como atrativo, a cidade ainda guarda um pouco do seu patrimônio histórico, como a Igreja de N. Sra. da Conceição. Apesar das reformas no começo do século XX, ela mantém as principais características do estilo barroco, como o São Francisco de Botas construído por Aleijadinho. Há ainda, como atrativo, a singela capela de N. Sra. do Rosário. Além da parte histórica, o viajante tem opções de passeios em trilhas ecológicas e algumas cachoeiras.

Trecho Entre Raposos e Honório Bicalho


O trecho é curto, com 13,5 km. É todo feito em trilha, com exceção dos primeiros 1,2 km. Devido às subidas íngremes e as descidas técnicas a partir do Km 4,7, o percurso tem um grau de dificuldade médio. Devido a presença da trilha, quase todo o trecho é impraticável para quem estiver de carro, mesmo para os 4X4. Ela só é transitável para quem estiver caminhando. Assim, para quem estiver de carro, a orientação é seguir de Raposos, por mais 12 Km, até Honório Bicalho pelo asfalto. Para os cavaleiros e ciclistas a trilha não é apropriada, seguir orientação da planilha. O trecho mais difícil fica entre os Km 8,8 a 10,9, nessa região o viajante terá de descer a serra por uma trilha bem estreita e íngreme. Em seguida, há um trecho de subida íngreme e trilha estreita. No Km 10, o viajante tem que ficar atento à planilha, por ser difícil encontrar a trilha do outro lado do rio. Devido a dificuldade de orientação é aconselhável seguir as indicações do trecho alternativo que está na planilha. O fim do percurso é no pequeno distrito de Honório Bicalho, que pode servir como ponto de apoio para o viajante.

Trecho Entre Honório Bicalho e Rio Acima


É o trecho mais curto do Caminho do Sabarabuçu, com 9,63 Km. É percorrido todo em estrada de terra em bom estado de conservação, plana e boa parte sombreada, o que facilita o trânsito pelo trecho.   O trecho termina na cidade de Rio Acima, que foi se formando em torno de uma capela, às margens do Rio das Velhas.   Por causa do relevo montanhoso é possível encontrar mais de 60 cachoeiras, algumas muito belas e cercadas por matas. Contudo, a maioria delas encontra-se em propriedades privadas. Outro atrativo da cidade são os registros do período colonial que podem ser encontrados nas localidades do Mingu, onde encontra-se o Muro de Pedras do Curralinho, na de Água Limpa, onde está a Casa de Pedra e ruínas de uma igreja do século XVIII, no Cocho d’ Água com a Mina de Ouro do Fundão, onde ficam as Muralhas Coloniais e a Igrejinha.

Pontos de Carimbo em Rio Acima
  • Secretaria Municipal de Turismo e Cultura
Telefone: (31) 3545-1870
Endereço: Avenida Governador Israel Pinheiro, 34 - Centro.
Horário de funcionamento: 08h às 17h - Todos os dias
  • Restaurante Canto da Saracura
Telefone: (31) 9989-3754, 8401-21
Endereço: Rua Joaquim Alexandre, Cocho D'água. Rio Acima –MG
Horário de funcionamento: 09h às19h- Ter a quinta /
                                            09h às 00 - Sexta - Sab /
                                            Domingo 9h - 19 h


Trecho Entre Rio Acima e Glaura


Trecho de 43,3 Km, onde os primeiros 6 Km são feitos em asfalto, e o restante em estrada de terra, com os últimos 3 Km percorridos em calçamentos.   A dificuldade do trecho é a sua distância, somado às oscilações de subidas e descidas íngremes e à falta de sombra. Contudo, a paisagem do trecho compensa cada subida, pois nos primeiros 28 Km a Estrada Real é toda percorrida em alto de serra, com bela vista de “mares de morros”. Vê-se em quase todo o trajeto os Picos do Itacolomi e do Itabirito, antigos pontos de referência para os bandeirantes.   No Km 23,7, o viajante tem a opção de andar por mais 1 Km e chegar na localidade de Acurui, ótimo ponto de apoio, que também vale à pena conhecer pelo charme que possui. Guarda também igrejas do século XVIII.   O trecho termina em Glaura, um dos mais antigos distritos da região do ouro. Fundada no século XVIII, no auge da exploração aurífera, servia como refúgio para os grandes senhores que tinham o antigo arraial como ponto médio entre Vila Rica (antigo nome de Ouro Preto) e São João Del-Rei. Como atrativo, o distrito oferece o charme da vida bucólica de um pequeno povoado, a Igreja Matriz de 1764, a paisagem colonial e as cachoeiras da região da Serra de Ouro Branco.   A localidade de Glaura é onde o Caminho do Sabarabuçu se junta com o Caminho Velho. Quem quiser continuar a Estrada Real pelo Caminho Velho é só baixar as planilhas entre os trechos Glaura a Paraty no próprio site da Estrada Real.   Se o viajante quiser terminar o Caminho do Sabarabuçu na cidade de Ouro Preto, são mais 26 Km pela Estrada Real,com trecho oscilando em trilhas e estradas de terra.